quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO OFICIAL DO PITOMBA


Na semana anterior, falamos de uma fase do Pitomba em que alguns de seus componente integravam o conjunto da Nely (Pop Som).

Hoje, iremos relembrar a nossa histórica, ou quase trágica, estreia nos palcos. Esta foi a nossa primeira formação e foi assim como tudo começou oficialmente:

E foi num famoso “Pega” na antiga sede social do Operário em 1972. Mais precisamente, ali no andar superior, onde hoje funciona o Museu Municipal.

“Dar um Pega” é quando está havendo um baile com um determinado conjunto e este mesmo conjunto deixa que outro suba ao palco e dê uma canja, ou seja, que toque algumas músicas. Na oportunidade, estava rolando um baile com o N5 (Antigo Cobrinhas) e, coincidentemente, estavam presente no baile todos os componentes do Pitomba.

Como a Nely tinha conhecimento que já andávamos fazendo “baruiada” no barracão do Sr. Anginho, e gostávamos de tocar em algumas brincadeiras dançantes, para nossa surpresa, após interromper repentinamente o baile, anuncia para a multidão a chegada de um novo grupo musical na cidade:
- Agora, apresento pra vocês o grupo... Pitombaaaaaaaa!!!!!

Silvio Heleno, apavorado, não acreditando no que estava acontecendo, subiu rapidamente ao palco e se escondeu atrás da aparelhagem. Márcio, enquanto isso, ficava aos gritos, pedindo para que ele mostrasse o corpo ou, pelo menos, o rosto, pois do contrário ninguém tocaria (tudo sob risos e aplausos de uma galera de fãs que delirava).

Dalminho, numa demonstração surpreendente de coragem, após dirigir-se sozinho para frente do palco, pegou a guitarra e começou a regular a altura do pedestal e microfone. A seguir, numa breve olhada para trás, e certificando-se de que ninguém havia fugido, avisou que iria dar seu sinal pra começar...

 Mas ainda teríamos que aguardar alguns minutos, até que Silvio Heleno, mesmo sentado, fosse arrastado, com cadeira e tudo, mais para frente do palco. Assim, após todos estarem em seus lugares, Dalminho, dando mais uma olhada para trás, disse:
- É agora ou nunca! - A seguir, começou a cantar, com toda empolgação, NO ONE TO DEPEND ON. Uma grande galera delirava, aplaudia e dançava sem parar.   

Por sinal, para apimentar ainda mais nosso desespero, também estariam presentes nesta noite, quase todos os músicos da cidade. Lembro-me como se fosse hoje, do semblante de espanto e admiração de nosso saudoso Paulinho Cri Cri, que, sentado no parapeito do palco, juntamente com outros músicos da cidade, parecia não estar acreditando no carisma daqueles malucos em cima do palco.

Após a apresentação de cinco músicas, qual não teria sido nosso maior espanto?  Sob intenso aplauso, ainda seriamos ovacionados por longo período, aos gritos de MAIS UM... MAIS UM... MAIS UM...

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor


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