Me lembro
bem que, quando eu era criança em São João Nepomuceno, íamos às missas no
domingo, e batíamos no peito reconhecendo nossas culpas: por minha culpa, minha
culpa, minha máxima culpa!
Aconteceu
de um colega meu, na verdade eu sei muito bem quem é, “catar” um dos índios
Toddy da minha coleção. Fiquei muito triste, foi praticamente um luto. Mas o
que quero falar é outra coisa: um primo me contou que o tal menino foi
confessar e contou ao padre Jacy que havia roubado o tal índio. O padre deu uma
penitência de tantas ave-marias e perdoou o pecado. Aí, esse meu colega, já
saindo do confessionário, fez uma pergunta que, até hoje, considero uma das
coisas mais intrigantes que ouvi na vida:
- Padre,
eu tenho que devolver o índio?
E é aí
que eu entro no meu assunto de hoje, que é a CULPA. Ou seja, de que adianta
confessar a culpa, pedir perdão, ser perdoado, ou punido, se o índio NÃO é
devolvido?
Voltando
ao século XXI, vocês vão ver como a coisa é REALMENTE SÉRIA.
Temos um
país quebrado, no caso o Brasil, se não financeiramente, ou moralmente, pelo
menos em termos de esperança. Uma parte da população diz que a CULPA disso é de
um grupo político que depôs a antiga presidente. Outra parte diz que a CULPA é
do grupo da ex-presidente. Ou seja, como a culpa depende, menos do ato
cometido, e mais de quem julga, ambos os lados estão certos. Ou errados!
Mas... e
o índio???
Enquanto
representantes de cá e de lá ficamos ofendendo uns aos outros, culpando uns aos
outros, e condenando uns aos outros, NINGUÉM fala nada do índio.
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível em http://blogdopco.com.br/que-vergonha-para-o-brasil/
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