quarta-feira, 13 de setembro de 2017

NA ÉPOCA DO BOLOTE


Acompanhando esta onda de violência que vem assolando nossa cidade, por sinal, “privilégio” este que se estende aos demais municípios brasileiros, ficamos, vez ou outra, a recordar dos bons tempos do Bolote.

Bolote, para aqueles que não se lembram, principalmente esta geração mais nova, foi nosso delegado por um bom tempo na década de setenta.

Sinceramente, com este Código Penal, não tenho a mínima dúvida de que pouco ou quase nada nosso ex-delegado poderia fazer nos dias de hoje, fato este que não o impediria, austero como era, de incomodar muito bandido e aqueles que insistissem em colocar seus direitos acima dos DEVERES. Para ele, as LEIS, por mais SIMPLES que fossem, estavam aí para serem CUMPRIDAS e RESPEITADAS.

Lembro-me que, certa vez, mais ou menos com meus dez anos de idade, resolvi pegar uma pedra e atirar no córrego aqui em frente de casa. Coincidentemente, naquele momento, estava passando  o Bolote com sua famosa charrete. Ao ver-me degradando o córrego, mesmo que fosse com uma simples pedra, parou a charrete e gritou:
- Ah, Italiano! Se eu te pego! - Corri em disparada pra dentro de casa, e,  mesmo sendo de maneira um tanto terrorista, aprendi daquele episódio em diante que, de pedra em pedra, estaria contribuindo pra poluir o córrego. E assim, nunca mais o fiz.

Coitado daquele que andasse no passeio de bicicleta ou que fosse menor de idade consumindo bebidas alcoólicas, ou mesmo frequentando determinados lugares.  Que danificasse um patrimônio público ou perturbasse o sossego alheio com qualquer tipo de poluição sonora. Imaginem vocês que, por várias vezes, fomos pedir uma licença pra fazer serenata. E olhe que era uma serenata disciplinada e de sonoridade bela! Tínhamos consciência disso, mas esse procedimento nos fazia refletir ainda mais, que serenata seria uma coisa, e baderna durante a madrugada, seria outra.

Coisinhas sutis e até banais, mas que não nos deixaram esquecer que, antes de tudo, teríamos que ficar atentos aos nossos DEVERES para se conviver COLETIVAMENTE.

Tenho sim, saudade dos bons tempos de Bolote!

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Facebook

Um comentário:

  1. Um texto bastante reflexivo, pois hoje muitas vezes não se dorme por causa dos excessos de nossas ruas. A maioria de nossos jardins são pisoteados com naturalidade, enquanto aumenta cada vez mais a falta de respeito e imprudência no trânsito. Sair do passeio pra dar lugar à bicicleta, e outras coisas mais, se tornou rotina. Atitudes aparentemente banais, mas que, realmente, nos fazem entender que a violência é sempre fomentada pela repetição de pequenos delitos.

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