sexta-feira, 17 de março de 2017

POR QUE GOSTAMOS TANTO DE SER ENGANADOS?


Vendo a fila imensa de pessoas aguardando a vez para tomar a vacina contra a febre amarela, me lembro de um fenômeno ocorrido nos Estados Unidos e que está se constituindo num sério caso de saúde pública naquele país: cada vez um número maior de pais tem se recusado a permitir que seus filhos sejam vacinados.

O motivo? Um trabalho publicado na revista científica Lancet, em 1998, no qual um médico inglês afirmava que algumas vacinas poderiam causar o autismo em crianças. A reportagem foi contestada, o conselho de medicina cassou o registro de medicina do tal médico, e a própria revista se retratou e tirou a matéria dos seus arquivos de dados.

No entanto, apesar de todos os desmentidos, muitos pais americanos e ingleses CONTINUAM não permitindo que seus filhos sejam vacinados. Vai que!

Esse boato, que está tendo como consequência um aumento do número de doenças já erradicadas, como o sarampo, é analisado no livro Denying to the Grave (algo como "Negando até a Morte”), onde dois profissionais de saúde, Jack e Sara Gorman, pai e filha, tentam descobrir por quê as pessoas teimam em negar fatos cientificamente comprovados, ainda que isto vá lhe causar algum mal ou transtorno.

Ainda vendo aquela filona, fico pensando que talvez as pessoas GOSTEM DE SER ENGANADAS. Vejam, por exemplo, o caso dos boatos no Facebook. De uma hora pra outra, alguém cola na sua “linha do tempo” uma informação dizendo que o Facebook vai tornar pública todas as suas informações e que, se você colocar aquela mensagem, o Face vai investigar CADA UM dos seus um bilhão e seiscentos milhões de usuários, e não vai divulgar as SUAS informações.

Vejam bem o absurdo disso, até mesmo porque quem publica alguma informação no Face, jogou aquela merda ao vento, ou seja, não tem mais controle, e, principalmente, qual o interesse que as pessoas pensam que as nossas vidinhas sem graça teriam para o mundo?

Há poucos dias, outra polêmica agitou as redes sociais: o deputado Fábio Ramalho, mineiro de Malacacheta, propôs redução da pena para o crime de estupro de vulnerável, quando não houver penetração ou sexo oral. O engraçado é que um bando de gente passou a DEFENDER a opinião do deputado nas redes.

Enfim, quando a pessoa prefere acreditar, sem questionar, naquilo que lhe dizem nas mídias, todo abuso, contra si, ou contra os seus, é plenamente justificado. Aí incluídos os que acham que a “reforma” da previdência é uma boa coisa.

Crônica: Jorge Marin


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