quarta-feira, 29 de março de 2017

O MELHOR LUGAR DO MUNDO É AQUI E AGORA


Como todo ser mortal que se preza, e que recentemente acaba de se aposentar, querendo ou não começam a aguçar aqueles pensamentos tão próprios de quem ficou 35 anos ralando ininterruptamente no trabalho. Aí, de imediato, nos vem à mente aquela musiquinha do Zé Rodrix que diz: “EU QUERO UMA CASA NO CAMPO ONDE EU POSSA COMPOR MUITOS ROQUES RURAIS...”

Começamos até a visualizar a possibilidade de poder estar nos doando em tempo integral ao Blog, curtindo aquilo que mais gostamos de fazer, ou seja, ficar vez ou outra brincando de escritor, rabiscando aquele monte de bubiça que nos vem à cabeça.

De poder dispor daquele tempinho para estar lendo as notícias do Fogão sentado numa pracinha qualquer da cidade, preferencialmente à sombra de uma árvore. (Se bem que esse ser vegetal está se tornando cada vez mais uma raridade!). Ou mesmo voltar a sair em rolé de bicicleta lá pelas bandas daquela antiga estradinha de acesso a Roça Grande, sentindo aquele cheirinho de bosta de boi, escutando o silêncio e vendo o por do sol (Escutar o silêncio foi ótimo).

Retornar com aquelas peladinhas de futebol dominicais, ao lado de alguns amigos barrigudos, que possivelmente também não jogavam há quase trinta anos. E, se for novamente ali naquela quadra do Coronel, melhor ainda, pois ficamos praticamente debaixo do sino da igreja, a chamar os fiéis pra missa. (curto muito o dobrar de sinos).

Poder estar assistindo a um bom filme ou algum programa (Se estiver reprisando o Chaves, ainda melhor) e tirar uma relaxante sonequinha depois do almoço. Isso pra não falar, é claro, de combinar com meu eterno rival e blogstafoguense cumpade e parceiro amigo Jorge Marin, alguns futuros encontros pelas montanhas e novos desafios na sinuca.

Ah! Já ia me esquecendo de reprogramar aquelas antigas visitas que fazia vez ou outra ao atelier do amigo Adauto Modas pra ficar escutando aquele monte de vinil arranhado. Lembram dos The Mamas And The Papas?

Poder tranquilamente tirar um dia somente pra cortar meu cabelo no esotérico salão do Zé Bicudo ao som dos boleros, tangos, instrumentais indianos, solos de flautas. Tudinho acompanhado de uma mística e profunda conversa descompromissada.

Pensei na possibilidade de voltar a frequentar com mais tranquilidade o barzinho de um amigo, onde assiduamente sentávamos nos finais de semana, pra saborear sua inigualável porção de traíra acompanhada daquela meia dúzia de duas cervejas. Acreditariam se dissesse que já fiquei de pileque com isso?

Como gran finale, uma boa chegada na oficina do nosso amigo e tecladista Suveleno, pra falar do Pitomba. Enfim, descompromisso de horário e regado de uma generosa dose de sossego.

Mas, num piscar de olhos, vi que meus devaneios se dissiparem como folhas ao vento. Tudo muda muito rapidamente e o passado não fica inerte a nossa espera. Alguns amigos se foram, lugares já não mais existem.

Aí me lembrei daquela outra musica do Gilberto Gil em que diz: “O MELHOR LUGAR DO MUNDO É AQUI E AGORA” e que a grande magia é estarmos vivendo com toda plenitude o momento presente e o próximo por do sol.

“AVIDA NÃO PODE SER ECONOMIZADA PARA AMANHÃ.
  ACONTECE SEMPRE NO PRESENTE”  (Rubem Alves).

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

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