Sinceramente, ainda não conheci uma pessoa que não gostasse de dar uma
boa trepada. Sejam homens, mulheres, jovens, sendo que estes últimos, em função
daquela energia hormonal tão peculiar da idade, partem com tudo para as vias de
fato. (Pior que, somente depois, é que irão pensar nas conseqüências).
Lógico que cada um, a seu jeito e lugar, pois nem todos são iguais. O
fator físico e, principalmente, o emocional, exercem papéis importantíssimos
nesse momento, sendo que, juntos basicamente, é que irão ditar as regras de uma
boa trepada.
E, já que falamos em fator psicológico, nos deparamos de imediato com o
MEDO, e, se for marinheiro de primeira viagem ou mesmo aquele que já passou de
certa idade, haverá risco iminente de se ter que conjugar o verbo FALHAR. Além
da situação desconfortável que sempre acontece nesses casos, provavelmente o
fracassado, devido ao trauma (vergonha e gozações), não irá tão cedo tentar uma
segunda vez.
Por experiência própria, reconheço que toda estreia gera ansiedade e,
quanto mais jovem for nosso iniciante, maior as possibilidades de decepção. Geralmente
nessa fase, a garotada quer mesmo é estar o mais longe possível de seus pais,
pois a maioria deles, devido ao perigo, fica a aconselhar seus filhos a
esperarem um pouco mais. (O negócio é dominar o assunto, para depois serem
liberados pra ir com tudo pra cima delas).
Isso pra não falar daquela coisa enjoada de pai machista, querendo a
todo custo dar uma de gostosão, tentando mostrar ao filhão que aquilo não seria
nenhum bicho-papão e que teria sido ele, na adolescência, um expert no assunto. Precaução naquela
época era pura conversa fiada, sendo que a maioria, para aproveitar a
naturalidade do momento, gostava mesmo era de trepar sem camisa. A falta de
responsabilidade acaba gerando alguns arranhões.
Ainda falando da impulsividade dessa garotada, um fenômeno interessante
e que vai atravessando gerações e gerações (não sei se por insegurança ou mesmo
por autoafirmação) é o fato de gostarem de estar sempre em turma. E a essa
meninada mais jovem, quase sempre “seca” pra dar suas primeiras trepadinhas,
aconselho irem sempre devagar ao pote, pois know-how nessas
horas será sempre fundamental.
Tem os que gostam das mais baixas, enquanto outros adoram as mais
altas. A verdade é que, quanto mais difícil for, maior será a vontade de
conquistar e poder explorar cada detalhe de suas extremidades. E é aí que mora
o perigo!
Mas, independente da altura, sempre nos sentimos entre as nuvens,
principalmente quando já estamos em cima delas. Pena que hoje as coisas mudaram
muito e está ficando cada vez mai difícil um bom local pra se trepar. Eu,
particularmente, sempre preferi as não tão altas. Confesso que a pegada se
torna bem mais fácil.
Um bom condicionamento físico sempre ajuda, mas acontece que muitos, por
não esquentarem a cabeça, aventuram-se à prática até mesmo após os 60. Creio,
sinceramente, que as probabilidades de um vexame nesses casos serão bem maiores
e que já vi muito tiozão, ao se aventurar, acabar caindo feio do galho.
Sempre preferi trepar no verão, mas muitos amigos não perdoam nem
estando debaixo de chuva. Dizem que ajuda a escorregar e tornar o ato mais
excitante.
Dias atrás, ao passar frente a uma fazenda e próximo a um lugar em que
existiam algumas em que eu adorava trepar, qual não teria sido minha enorme
decepção? Infelizmente, não pude mais encontrar aquela que teria sido no
passado, a minha preferida e acolhedora de meus mais insaciáveis desejos, minha
bela e apetitosa ÁRVORE de manga-rosa. Delícia!
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: disponível em http://edmarciano.blogspot.com.br/
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