quarta-feira, 8 de abril de 2015

FACES DE MIM


Tenho as mãos que abrandam a graxa e surram o martelo,
Que sovam a massa e servem à mesa,
Impelem a viola, deslizam a vassoura... 
No tambor fazem ferir a madeira.

Mãos... Que em silêncio outras mãos perdoam,
Outras mãos... Humildemente pede perdão.
Alisa seu corpo, acaricia a prole,
Reprime, aplaude e acena.

Mãos que suam, aquecem e oram,
Que despem a caneta reveste o papel.                                                                     Acolhe no peito a bola que rola,
Empurram as águas que a pele enamora,

Com orgulho trás, o fardo que carrega,
A casa retorna troféu que alimenta,
Longas filas ferozes sangram,
O ganho que pouco germina e tanto tardia.

No trato diário, inocentes criaturas,
Tão frágeis empresto, as mãos que as saciam,
Pertinho do chão, peso que alivia,
Amigo de menino, nas costas um cavaleiro.

Ator incansável, pequenina plateia,
Palhaço preferido dos que prefiro,
Sou pai, esposo, irmão, companheiro,
Professor, aluno, eletricista, cozinheiro e faxineiro.

Também sei chorar, sorrir, agradecer, amar... Por que não sonhar!
Sou um pouco de tudo e de tudo quase pouco.
Me visto de criança, fotógrafo, atleta...brinco de contar causo, até finjo ser poeta,
Mas é mergulhando na simplicidade de infinitos pensamentos e canções,
Que vou me expressando,
Ao deixar voar com o coração,
Sensibilidades... Sentimentos... E emoções...

Poesia: Serjão Missiaggia
Foto (sr. Tunin Missiaggia): acervo do autor

2 comentários:

  1. Ações e palavras corriqueiras às vezes nos marcam e moldam sem nos darmos conta, e só vamos perceber sua profundidade e importância tempos depois...

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  2. Você é tudo isto, meu irmão, e muito mais. Você é Gente Boa, humano, sensível. Herança desse pai querido? Ao ler seus versos, vejo você e vejo ele, nosso querido pai.

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BRIGADU, GENTE!

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