Tenho as mãos que
abrandam a graxa e surram o martelo,
Que sovam a massa e
servem à mesa,
Impelem a viola,
deslizam a vassoura...
No tambor fazem ferir a madeira.
No tambor fazem ferir a madeira.
Mãos... Que em silêncio
outras mãos perdoam,
Outras mãos...
Humildemente pede perdão.
Alisa seu corpo,
acaricia a prole,
Reprime, aplaude e
acena.
Mãos que suam, aquecem
e oram,
Que despem a caneta
reveste o papel. Acolhe
no peito a bola que rola,
Empurram as águas que a
pele enamora,
Com orgulho trás, o
fardo que carrega,
A casa retorna troféu
que alimenta,
Longas filas ferozes
sangram,
O ganho que pouco
germina e tanto tardia.
No trato diário,
inocentes criaturas,
Tão frágeis empresto,
as mãos que as saciam,
Pertinho do chão, peso
que alivia,
Amigo de menino, nas
costas um cavaleiro.
Ator incansável,
pequenina plateia,
Palhaço preferido dos
que prefiro,
Sou pai, esposo, irmão,
companheiro,
Professor, aluno, eletricista, cozinheiro e
faxineiro.
Também sei chorar,
sorrir, agradecer, amar... Por que não sonhar!
Sou um pouco de tudo e
de tudo quase pouco.
Me visto de criança, fotógrafo,
atleta...brinco de contar causo, até finjo ser poeta,
Mas é mergulhando na simplicidade de infinitos pensamentos
e canções,
Que vou me expressando,
Ao deixar voar com o coração,
Sensibilidades...
Sentimentos... E emoções...
Poesia: Serjão
Missiaggia
Foto (sr. Tunin Missiaggia): acervo do autor
Ações e palavras corriqueiras às vezes nos marcam e moldam sem nos darmos conta, e só vamos perceber sua profundidade e importância tempos depois...
ResponderExcluirVocê é tudo isto, meu irmão, e muito mais. Você é Gente Boa, humano, sensível. Herança desse pai querido? Ao ler seus versos, vejo você e vejo ele, nosso querido pai.
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