Antes de
tudo, gostaria de dizer que este sinistro episódio realmente aconteceu.
Era uma
daquelas chuvosas noites de verão de 1973, quando, ao chegar em casa um pouco
mais tarde e sem mesmo fazer um lanche, fui direto pra cama. Lembro-me apenas de
estar muito cansado, pois havíamos tocado num baile naquela noite.
Assim, após
fazer minhas orações, procurei, ainda antes de dormir, ligar meu velho rádio
que, estrategicamente posicionado sobre uma cantoneira, ficava bem ao lado de
minha cama. A intenção seria de segurar o sono um pouco mais, para tentar escutar
as últimas resenhas esportivas com as notícias do Fogão.
Meus pais
haviam viajado, e eu me encontrava sozinho naquela noite. Relâmpagos penetravam
fulminantes pelos vitrais das imensas janelas de meu quarto, enquanto o velho
rádio a válvulas era uma explosão a cada descarga elétrica que acontecia lá
fora. Resolvi desligá-lo.
A forte chuva foi aos poucos dando uma pequena trégua, enquanto ainda se podiam escutar alguns poucos pingos rebatendo na janela. O silêncio tomou conta da noite. Percebi pelas venezianas de madeira, que a energia elétrica havia acabado, fazendo com que os clarões dos relâmpagos penetrassem ainda mais dentro do quarto.
A forte chuva foi aos poucos dando uma pequena trégua, enquanto ainda se podiam escutar alguns poucos pingos rebatendo na janela. O silêncio tomou conta da noite. Percebi pelas venezianas de madeira, que a energia elétrica havia acabado, fazendo com que os clarões dos relâmpagos penetrassem ainda mais dentro do quarto.
Silêncio
total e, quando já começava me entregar ao sono, eis que um barulho muito
estranho começou a se aproximar de mim, para, em seguida, retornar. Algo assim
como o ruído do estalar de tacos soltos quando pisados por alguém.
A
cabeceira de minha cama ficava de costas para o portal de entrada do quarto,
que, por sinal, encontrava-se aberto naquela noite. Já tomado de certo pavor, e
pensando nas tantas e sinistras possibilidades, não me restou outra alternativa
do que trancar os olhos e entregar pra Deus.
Suando
frio, permaneci por um longo período, apenas escutando aquele estranho
movimento de acercamento. Sentia que algo esquisito se aproximava da cabeceira da
cama e, quase já tocando minha cabeça, novamente retornava.
Já havia
se passado quase uma hora e, diante daquela terrível e angustiante sensação em não
saber realmente do que se travava, resolvi, num daqueles raros surtos de
coragem, ir aos pouquinhos abrindo os olhos. Nesse momento, percebi que a
energia havia voltado e que, diante de uma pequena luminosidade oriunda dos
postes da rua, poderia com certeza identificar o misterioso barulho.
Meu Deus,
o que é isso? Sinceramente, não sei como não desmaiei. À MEIA-NOITE EM
PONTO, eu conto o resto. Mas, se estiver chovendo, não leiam!
Crônica: Serjão
Missiaggia
Foto : disponível em http://picslist.com/image/35850034617
Nenhum comentário:
Postar um comentário