sexta-feira, 3 de outubro de 2014

MOMENTO FIDELIX


Às vésperas da eleição, já preparando a minha “colinha” eletrônica... Isso mesmo: antigamente, a gente levava aquele papelzin dobrado no bolso de trás da calça, mas hoje a gente registra tudo no celular. É lógico que, como não aprendi a usar o tal do teclado swype com o meu filho, demorei uns quarenta e cinco minutos pra digitar todos os números. Mas, pelo menos, posso tirar onda.

Mas, como eu ia dizendo, às vésperas da eleição, descubro um fato terrível: consegui atingir o meu grau máximo de liberalidade e me descubro um tremendo reacionário, machão, careta mesmo.

Até hoje, sempre consegui ir envelhecendo, e meio que absorvendo todas as novidades: não tenho qualquer restrição quanto às diversidades de raça, religião ou orientação sexual de qualquer espécie. Se o cara é argentino, chamo para tomar um café, sem problema. Se tem um evangélico, um umbandista e um católico, chamo os três para um joguinho de buraco e ainda empresto a camisa do Padre Fábio de Melo para o crente se disfarçar de católico e o pastor não descobrir.

Quanto à orientação sexual, acho este um assunto tão íntimo que acho que discuti-lo com qualquer pessoa, exceto o seu próprio parceiro ou parceira sexual, seria o mesmo que debater a frequência do funcionamento intestinal, ou perguntar, na lata, qual o valor líquido do contracheque da pessoa.

Pois bem, estou eu no Facebook, lendo aquela bobajada que nós todos escrevemos, quando, de repente, aparece um anúncio ali daquele lado direito onde a maioria das pessoas não olha, mas que, pelo inusitado da oferta, me fez olhar. Dizia o anúncio que eu poderia adquirir pela Internet, nada mais nada menos, do que... cuecas de renda!

Bom, achei que aí a coisa já foi um pouco longe demais. Desliguei o Face e fui curtir a página de Economia quando encontro uma reportagem sobre um negócio de uma empresária de BH que está fazendo o maior sucesso: justamente, para o meu desespero a tal confecção de... cuecas de renda! Pensei: se essa confecção continuar presente assim na mídia, vai acabar indo para o segundo turno com a Dilma.

Não tendo mais saída, leio que a empresária disse estar explorando um importante nicho negocial, pois, segundo sua pesquisa de marketing, muitos homens usam calcinhas, o que é anatomicamente desconfortável. Segundo ela, o público-alvo é composto basicamente por gays, porém (e isto me preocupou!) atinge também uma faixa de heterossexuais.

Portanto, vou logo avisando: cuecalcinha, tô fora! Se a mídia continuar mandando essas mensagens de calcinha de renda para o meu pc, eu viro conservador. Cuidado! Eu curto a página do Taliban no Facebook! Sou capaz até de votar no  PRTB!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : frame do filme “This is the Army, Mr. Jones” disponível em http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/98/This-Is-The-Army_gals_(Broadway).jpg

2 comentários:

  1. Será a cueca de renda a sucessora do cuecão de couro?
    O próximo passo poderá ser a invenção de um sutiã masculino para aqueles fora de forma poderem aumentar a sustentabilidade de suas tetas de macho relaxado...

    Ê mundo velho sem porteira!

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    Respostas
    1. Não inventa não, Sylvio, pois já estou de olho no lado direito do Facebook, e até imagino uma chamado do tipo Vitorio Secret. Cruz credo!!!

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BRIGADU, GENTE!

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