Às
vésperas da eleição, já preparando a minha “colinha” eletrônica... Isso mesmo:
antigamente, a gente levava aquele papelzin dobrado no bolso de trás da calça,
mas hoje a gente registra tudo no celular. É lógico que, como não aprendi a
usar o tal do teclado swype com o meu
filho, demorei uns quarenta e cinco minutos pra digitar todos os números. Mas,
pelo menos, posso tirar onda.
Mas,
como eu ia dizendo, às vésperas da eleição, descubro um fato terrível: consegui
atingir o meu grau máximo de liberalidade e me descubro um tremendo
reacionário, machão, careta mesmo.
Até
hoje, sempre consegui ir envelhecendo, e meio que absorvendo todas as
novidades: não tenho qualquer restrição quanto às diversidades de raça,
religião ou orientação sexual de qualquer espécie. Se o cara é argentino, chamo
para tomar um café, sem problema. Se tem um evangélico, um umbandista e um
católico, chamo os três para um joguinho de buraco e ainda empresto a camisa do
Padre Fábio de Melo para o crente se disfarçar de católico e o pastor não descobrir.
Quanto
à orientação sexual, acho este um assunto tão íntimo que acho que discuti-lo
com qualquer pessoa, exceto o seu próprio parceiro ou parceira sexual, seria o
mesmo que debater a frequência do funcionamento intestinal, ou perguntar, na
lata, qual o valor líquido do contracheque da pessoa.
Pois bem,
estou eu no Facebook, lendo aquela bobajada que nós todos escrevemos, quando,
de repente, aparece um anúncio ali daquele lado direito onde a maioria das
pessoas não olha, mas que, pelo inusitado da oferta, me fez olhar. Dizia o
anúncio que eu poderia adquirir pela Internet, nada mais nada menos, do que...
cuecas de renda!
Bom,
achei que aí a coisa já foi um pouco longe demais. Desliguei o Face e fui
curtir a página de Economia quando encontro uma reportagem sobre um negócio de
uma empresária de BH que está fazendo o maior sucesso: justamente, para o meu
desespero a tal confecção de... cuecas de renda! Pensei: se essa confecção
continuar presente assim na mídia, vai acabar indo para o segundo turno com a
Dilma.
Não
tendo mais saída, leio que a empresária disse estar explorando um importante
nicho negocial, pois, segundo sua pesquisa de marketing, muitos homens usam
calcinhas, o que é anatomicamente desconfortável. Segundo ela, o público-alvo é
composto basicamente por gays, porém (e isto me preocupou!) atinge também uma
faixa de heterossexuais.
Portanto,
vou logo avisando: cuecalcinha, tô fora! Se a mídia continuar mandando essas
mensagens de calcinha de renda para o meu pc, eu viro conservador. Cuidado! Eu
curto a página do Taliban no Facebook! Sou capaz até de votar no PRTB!
Crônica:
Jorge Marin
Foto : frame do filme “This is the Army, Mr. Jones”
disponível em http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/98/This-Is-The-Army_gals_(Broadway).jpg
Será a cueca de renda a sucessora do cuecão de couro?
ResponderExcluirO próximo passo poderá ser a invenção de um sutiã masculino para aqueles fora de forma poderem aumentar a sustentabilidade de suas tetas de macho relaxado...
Ê mundo velho sem porteira!
Não inventa não, Sylvio, pois já estou de olho no lado direito do Facebook, e até imagino uma chamado do tipo Vitorio Secret. Cruz credo!!!
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