quarta-feira, 1 de outubro de 2014

YES, AINDA TEMOS OUVIDOS!


Ao observar a facilidade com que meu filho vinha fazendo downloads de músicas para aprender no violão, caí na asneira de pedir, num daqueles surtos nostálgicos próprios dos cinquentões, para gravar pro véi algo que não escutava há quase quarenta anos, ou seja, um clássico que, pelo menos pra mim, ainda hoje considero ser uma das maiores obras de uma banda de Rock Progressivo de todos os tempos: “CLOSE TO THE EDGE” do YES, aquele famoso vinil de encarte verde.

Confesso que foram os minutos mais longos de minha vida, aguardando pacientemente que meu provedor “tetragiga” completasse o download.
Desta forma, já um tanto cansado de andar de um lado ao outro da casa, deitei no sofá e, como criança, fiquei ansioso aguardando apenas que o filhão pudesse dar o sinal e anunciasse que tudo havia dado certo.

Num breve momento de cochilada, achando até que estava sonhando, comecei a perceber que, de repente, um órgão (hoje se diz teclado), que mais parecia um daqueles harmônios tubulares do século passado, começou a acalentar meus ouvidos e a invadir cada espaço da casa.

Foi aí que percebi o quão modestas eram minhas lembranças tão positivas desse conjunto (hoje se fala Banda) e a lamentar pelos jovens de hoje, muito dos quais amantes de uma boa música, não terem conhecido tantas e fantásticas Bandas: Genesis, Pink Floyd, Triunvirath, Rick Wakeman, Supertramp, Jethro Tull e muitas outras... Nossa geração foi superprivilegiada. Assim entendo!

Meu filho, não menos admirado, aumentou o volume do PC e ficou atentamente ouvindo cada passagem. Uma verdadeira peça musical divida em atos distintos e interligados e contados em exatamente 18 minutose e 40 segundos. Acho até que ocupava um lado inteiro do referido LP. Enfim, arranjos alucinantes, que iam se desenvolvendo, nos arremessando cada vez mais dentro da beleza do vocal, dos ritmos truncados e dos sons espaciais. Tudo dentro de uma melodia e sonoridade de beleza rara.

Interessante que, ainda hoje, ao fazer uso de meu modesto conhecimento musical, continuo a surpreender-me com a progressão e ousadia de seus arranjos. Como coisa de outro planeta e saindo sempre por tangentes improváveis e mágicas, seguiam brincando com a melodia, nos conduzindo a viagens incríveis e imaginárias.

Por sinal, melodias ricas e belas que, se hoje fossem desfilar nos automóveis à noite pela calçada, não ROUBARIAM nosso sono e muito menos fariam TREMER nossas portas e janelas. Muito pelo contrário!

Crônica: Serjão Missiaggia

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