segunda-feira, 1 de abril de 2013

CASOS CASAS & detalhes





O desembarque em São João e a contemplação das montanhas: atos contínuos, obrigatórios e, no entanto, diferentes e inéditos sempre e sempre.  Calor no rosto e cheiro de flores, com certeza marcas registradas da cidade.  Pessoas alegres, gritos, risos e brincadeiras. Em lugar nenhum de Minas, tamanha profusão de afetos!

De manhã, bandos de crianças nos grupos, moças lindas na Rua do Sarmento e, em algum morro, um sino, uma igreja...  Preces silenciosas, apressadas, o apito da fábrica de tecidos e as cores das lojas de roupas.  Rapazes apressados em bicicletas e o cheiro gostoso do pão nas padarias.

Os velhos nos bancos das pracinhas, estátuas e memórias de um tempo de prováveis conquistas, de pretensas vitórias e de embates jamais repetidos.  Nas mentes, uma lembrança de um passado garboso.  Nos corações, a certeza de uma vida feliz...

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin (em homenagem à dona Glorinha Torres que adorava escrever sem usar os verbos).

4 comentários:

  1. Parabéns Jorge Pitomba perfeito texto sobre esse pedacinho do Paraíso. Leves palavras, que retratam a beleza do bucólico, além da preciosa homenagem a Dona Glorinha, que era uma mestra no sentido amplo da palavra.Seu livro rabiscos no joelho sempre foi para mim um desafio, pois aquela preciosidade sempre me encantou! Abraços deste sincero admirador

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    1. Amigo José Carlos, quando comecei a escrever o texto sem usar verbos, pensei: estou psicografando a Dona Glorinha! E acho que um tipo de psicografia mesmo, aquela em que uma pessoa iluminada planta um conhecimento que, de uma hora pra outra, brota. É ela rediviva em nós através da sintaxe. Obrigado!

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  2. Jorge e Serjão,no livro "RABISCOS SOBRE OS JOELHOS", Dona Glorinha escreve sobre suas impressões acerca da viagem que fez ao Sul do país,com descrições deliciosamente poéticas.Sobre o título da obra é a própria autora quem escreve : "Não se deve estranhar aquele que me honrar com a leitura destas linhas com ligeiríssimas impressões de uma das minhas viagens.Foram anotações feitas no próprio ônibus,caderno sobre os joelhos,caneta a calejar-me os dedos.Velha mania da qual me não curarei jamais".

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    1. Grande Nilson, fiquei encantado quando li um trecho do "Rabiscos" no seu Blog. A Dona Glorinha tinha esse brilho e energia que faziam dela uma operária do ensino e, no entanto, uma grande artista. A introdução do livro, sem verbos porém com ação e flexão de tempo, ainda me encanta até hoje.

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