sexta-feira, 19 de abril de 2013

O ÚLTIMO DOS MÓI & CANO: CAPÍTULO FINAL - O Último Suspiro



É verdade... como dizia Thomas Hobbes, “o Homem é o Lobo do Homem”.  Numas situação de extrema ameaça, nunca saberemos, realmente, do que somos capazes de fazer.  E nem queiram saber!

Enquanto pensava qual a melhor solução a tomar, conduzi o prisioneiro, totalmente encarcerado, até o terreiro.  Seu comportamento cada vez mais me impressionava e eu, já tomado por uma leve sensação de culpa, fiquei a imaginar que ele poderia estar começando a fazer a digestão de alguns daqueles granulados que ofereci.  Um tanto angustiado, fiquei a espera de que pudesse entrar em REM a qualquer momento e assim não viesse a sofrer. DOIS DIAS se passaram e nada...

Foi quando comecei a observar, que O seu olhar, além de triste, parecia bem desidratado também.  Não teve outro jeito e, após colocar um pouco d’água em um recipiente, enfiei debaixo de sua cela.  E como bebia!  Esvaziou o recipiente em poucos minutos.  Fiquei com a consciência tranquila, pois pelo menos, não morreria desidratado.

No terceiro dia comecei a ficar impaciente, pois nada acontecia. Tudo continuava como estava a não ser a presença constante de nosso CAMALLIGATOR (lembram dele?), que insistia em querer ficar todo o tempo ao lado do cativeiro. Por sinal, cheguei a fotografar essa bela lição de solidariedade entre IRRACIONAIS por duas vezes.  Ou seria um belo jantar a vista?

Só sei que o sofrimento do invasor só ia aumentando e o meu também.   
Enquanto isso, combinei com meu primeiro imediato, de colocá-lo num saco e soltá-lo em algum matagal, mas somente no caso de não vir a falecer no máximo em dois dias.

Confesso sinceramente, que cheguei a pensar em arrumar uma maneira de mantê-lo ali e não sacrificá-lo. Estava disposto a sacrificar minha própria idoneidade para não ter que matá-lo. Mas que seria algo muito incomum, com certeza, seria!

Procurei, nesse meio tempo, ir oferecendo alguns pedaços de miolo de pão, mais um pouco de água e alguns granulados verdinhos.  No outro dia, ao chegar ao terreiro com uns pedaços de QUEIJO na mão, percebi que finalmente, havia entrado em óbito.  E o coitado nem chegou a comer aquilo de que mais gostava.

Foi melhor assim!

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: Emilola, disponível em http://browse.deviantart.com/art/BigFoot-18347949 .

Um comentário:

  1. Dilemas cotidianos: se omitir do que acha desagradável ou fazer o que considera desaconselhável (mas necessário).
    Não me lembro onde li que viver é fazer opções, mas algumas, independente da escolha, nos deixam com uma duradoura dúvida que é até esquecida, mas não respondida.

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BRIGADU, GENTE!

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