Chuvinha
fina em Juiz de Fora... estamos, eu e meu filho de sete quase oito anos,
empacados dentro de um táxi na Avenida Rio Branco, a caminho da escola. O caos é absoluto: centenas de carros
buzinando, pedestre esbaforidos atravessando como se fugissem de um terremoto e
os inevitáveis motoqueiros passando feito relâmpagos entre os carros.
Olhando,
impaciente, para o limpador de para-brisa, meu filho expõe uma ideia (o
pensamento analítico começa a se manifestar):
- Pai,
e se a gente comprasse um carro?
- Meu
filho, se comprássemos um carro estaríamos parados por aqui, ao lado do táxi,
ou atrás.
Ele
enrubesce e fica sem graça:
- Que
bobeira, gente. Desculpe, pai.
- Não
há o que se desculpar, filho. A maioria
das pessoas pensa do mesmo jeito.
Lentamente,
mas muuuuito lentamente, o trânsito começa a fluir. Fico pensando onde, ou se um dia, tudo isso
vai parar. A minha preocupação não é
tanto Juiz de Fora, pois está claro que, por aqui, o caos já se instalou. Preocupo-me, sobretudo, com nossa São João
Nepomuceno. Imaginem se, numa cidade
pequena, todos resolverem adotar como meta primordial de suas vidas a aquisição
de um carro. Ou, como acontece em Juiz
de Fora, resolverem tirar o carro da garagem para ir do Bar Central até o
Correio?
No próximo sábado, dia 13 agora, completa um ano a Lei número 12.587 que trata,
justamente, da mobilidade urbana. A nova
lei MUDA essa história de prioridade ao uso do automóvel de passeio e PRIORIZA
o uso dos veículos não motorizados, as ciclovias, as calçadas, o transporte
público de qualidade e, principalmente, a integração dos carros particulares a
um sistema de mobilidade sustentável, ou seja, quando houver conflito entre
gente e veículo, a opção deve ser pelas pessoas.
E o
mais interessante é que não são apenas as megalópoles que irão ter que se
submeter à nova lei: também a nossa São João, por ter mais de vinte mil habitantes,
terá que elaborar, em até três anos da promulgação da lei, o seu plano de mobilidade urbana. Sei que muitos irão dizer: ah mas lei no
Brasil não pega, ou é problema da prefeitura, essas coisas.
No
entanto, se cada um de nós não começar a se preocupar, JÁ, com essa questão,
que é um problema de qualidade de VIDA, é possível que nossos netos nasçam dentro
dos carros, a caminho do hospital, e voltem pra casa, se voltarem, apenas após
a desobstrução das pistas.
Outra
coisa: quando nossos pais nos convocavam a “andar direito”, era pra
caminhar. Lembram daquela ação saudável
que costumávamos praticar sobre duas pernas?
Crônica:
Jorge Marin
Infelizmente esse negocio de tirar carro da garagem para estacionar na próxima esquina já é um fato rorineiro aqui em São João. Motocicletas então, nem se fala. Mas tudo isso ainda estaria de bom tamanho se não fosse pelo abuso de velocidade principalmente, praticado por alguns motociclistas. Mas ainda pior é a impossibilidade de não se poder dormir em paz dentro de nossas próprias casas devido ao extremo exagero sonoro de alguns veículos automotivos. Confesso ter saudade de nossas até então pacatas madrugadas de fim de semana. Por sinal, se acaso esses “trovões” ambulantes não se enquadrarem como PERTURBAÇÃO DA LEI E DA ORDEM, o que se enquadraria então?
ResponderExcluirBem, as leis existem, mas a fiscalização depende da conscientização da população e de boa vontade política.
ExcluirConcordo plenamente com o comentário de Pitomba Blog, temos que respeitar as léis e as autoridades competentes fazer estas léis serem cumpridas custe o que custar.Não somos super - homens para voarmos, somos humanos e precisamos de um trânsito EDUCADO e RESPEITOSO.
ResponderExcluir