Num
desses dias chuvosos, uma constatação sombria nos atingiu como um RAIO!
Objetos
minúsculos e semi-ovalados em cima do fogão prenunciavam que tínhamos uma VISITA
inesperada. E era só o que nos faltava! Mas, será mesmo? Como? Afinal de contas, a última
vez em que vimos algo parecido já faz mais ou menos uns vinte anos.
-Pega a
lupa na oficina e vamos examinar isso aí com mais clareza! Dessa forma me dirigi ao filhão que
rapidamente, e devido à gravidade da suspeita, obedeceu prontamente. Minha
esposa, inconformada, e já um tanto assustada, somente dizia que nem queria
pensar naquela possibilidade e, talvez em circunstância de traumas passados,
foi de imediato batendo em retirada. Para a segurança de todos, preferiu não
dizer para onde estava indo.
E assim,
com o auxílio de uma lanterna e de lupa em punho, começamos a fazer uma análise
minuciosa daqueles estranhos objetos. Mexe daqui, cheira dali, aperta com
pedaço de fósforo e nada! Não sei se por
medo do óbvio ou mesmo por falta de provas contundentes, após meia hora de exaustivo
debate e considerações, sem chegar a nenhuma conclusão, demos o caso por
encerrado.
Não
mais nos lembrávamos do episodio até que... Dois dias depois, minha esposa,
ainda sob efeito de calmantes, ao abrir o armário que fica debaixo da pia,
reparou que o rótulo da lata de óleo estava totalmente DESCOLADO da embalagem e
estranhamente manuseado. E ali estava: aquela que seria a segunda e talvez a
mais conclusiva das pistas!
Desta
vez, sem o auxílio da lanterna e da lupa, recolhemos o que havia sobrado do rótulo
e começamos de imediato a chegar a algumas conclusões. A primeira delas e, por
sinal, MAIS IMPORTANTE, seria a de que teríamos mesmo que começar a perder o medo
do óbvio e a encarar a situação com frieza e realismo. O fato de estar havendo uma construção ao lado
veio a fechar, de vez, o nosso diagnóstico e colocar a peça que faltava no
nosso literal e exaustivo quebra-cabeça.
Porém,
ainda precisávamos de provas reais e ainda mais convincentes, ou seja, a
certeza visual do CRIME e, principalmente, daquele que seria o CRIMINOSO. Motivos estes mais do que suficientes para que
um novo mutirão em família fosse novamente articulado.
Tudo em
nome da preservação e proteção deste lugar tão importante e inviolável chamado LAR.
Muita calma nessa hora seria fundamental, e assim, após as tarefas serem divididas
e compromissos assumidos, fomos à luta.
(continua)
Crônica:
Serjão Missiaggia
Foto: Oniromancien, disponível em: http://browse.deviantart.com/art/Noir-212717310
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Vejamos onde você vai nos levar.
ResponderExcluirMinha imaginação já começou a funcionar. Será um....? ou um? Esperemos!
Mika
ELEMENTAR, cara Mika... Porém ainda misterioso. Aguarde!
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