quarta-feira, 28 de novembro de 2012

BLACK FRIDAY: DO MAL ATENDIMENTO E DO MAU ATENDENTE



A Black Friday chegou para mim ontem: eu não tinha entendido bem o que era mas, de uma hora pra outra, minha TV queimou, fui até a cozinha e descobri que a geladeira e o freezer não estavam gelando.  Subi para postar no blog e... as lâmpadas da minha estação de trabalho estavam queimadas, as duas!  Tocou o interfone e uma vizinha, irada, me disse que a fechadura do portão não estava abrindo.
Pensamentos se sucedem: então foi por isso que venderam tantos eletrodomésticos? Será que tem que ser assim?  Será que só acontece comigo?  Enquanto questiono, a vizinha toca, de novo, o interfone.  Mas, e o medo de cair da escada?  Para honrar aquele polpudo salário de síndico de quase cento e cinquenta reais, resolvo me arriscar.  Encosto na parede e, dez minutos depois, desço os três andares.
Não me assusta o fato de ter que comprar coisas novas, nem de ficar sem geladeira e freezer na véspera do Natal.  O QUE ME ASSUSTA DE VERDADE é só uma coisa: TER DE SER ATENDIDO PELO ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR!  Meu Deus, melhor seria ter nascido na Idade Média, acho que suportaria o tal do Torquemada, mas aquela história de “disque 1 para isso, disque 2 para aquilo outro”, ou “um momento, senhor; obrigado por aguardar, senhor”, isso me mata.
Quem lê o Blog, sabe que não sou saudosista, mas, sou obrigado a dizer, antigamente havia uma coisa que, para mim, é o bem mais PRECIOSO que um consumidor, ou usuário do serviço pode ter, que é a PROXIMIDADE.  Hoje, para contestar um débito da minha operadora de telefone que, espertamente, permitiu que o meu smartphone se conectasse à vontade só para me cobrar uma tarifa maior, sou obrigado a ligar para algum lugar da Bahia, onde uma atendente sonolenta repete um script que beira à psicose.
Há não muito tempo, quando eu era menino em São João Nepomuceno, quem queria prestar algum serviço ou vender produtos, desde médicos até mercados, primeiramente, compravam um imóvel PRÓPRIO.  Por exemplo, todo mundo sabe onde ficava o consultório do Dr. Írio, do Dr. Veroaldo, do Dr. Nagib e por aí vai.  Alguém tinha dúvidas de onde era A Brasileira, a Tipografia, ou a Casa Leite?
Hoje, o empresário, ou o prestador de serviço, aluga um imóvel, monta a loja, ou consultório, através de arrendamento mercantil e terceiriza tudo, desde a moça que serve o cafezinho até o vigilante e ascensorista.  Então, quando você chega, a loja não pertence ao dono, o dono raramente vai à loja, a pessoa que abre a porta para você não é empregado da loja e você paga com um cartão e faz um crediário que também não tem nada a ver com a loja.
Sei que, face á modernidade, não há como ser diferente.  Mas o que eu questiono é: como fazer para que a pessoa que EFETIVAMENTE te atende, sinta alguma proximidade com você, já que tudo ali é estrangeiro?
(continua)

Crônica: Jorge Marin
Foto: disponível em: http://www.saiadolugar.com.br/marketing/balao-da-informatica-um-exemplo-de-falta-de-bom-atendimento/

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