sexta-feira, 20 de julho de 2012

NOSSO INTERIOR - I

Foto Serjão Missiaggia


O interessante é que, além desse título ter uma dupla interpretação, por coincidência ambas se encaixam perfeitamente no sentido desta croniqueta. Acredito até que a felicidade de um está intrinsecamente ligada ao sentido da outra.  Mas, o interior ao qual irei agora me referir não é nosso interior pessoal e sim o INTERIORZÃO mesmo!  Aquele onde moramos e onde quase sempre acontecem situações que, fatalmente, não aconteceriam em centros maiores.
Pra começo de conversa, aqui me considero rei.  Entre umas e outras coisas, sou conhecido como o pai de dois belos filhotes, por ser casado com a filha do Jose Goleiro, além de neto da dona Josefina e filho do Sr. Toninho e dona Venina.  Sou aquela persona que, apesar de ter no currículo apenas o segundo grau (incompleto), poderá dizer tranquilamente, e sem chance de ser chamado de louco, que foi baterista do mitológico conjunto Pitomba.  E como seria explicar isso debaixo dos arranha-céus?
De volta ao nosso interiorzão, não precisaria ir muito longe pra começar a catalogar algumas situações.
Já ao sair na varanda de minha casa, de imediato, me deparo com a barbearia de um amigo com suas duas gaiolas penduradas na porta.  Nelas, dois fantásticos canários belgas, num interrupto e sonoro cantar, vão dando um show à parte.  Verdadeiros coadjuvantes atuando, enquanto cabelos e barbas vão sendo cortadas.  Dois banquinhos de madeira permanecem também posicionados estrategicamente do lado de fora no passeio. A intenção é agradar àqueles que não querem ficar dentro do recinto a discutir futebol, política, pescaria e outros assuntos mais, um facebook real.
Dias atrás, ao encontrar na rua com o profissional que faz a leitura dos hidrômetros, fui questionado sobre minha conta de água.  Ele estava assustado pelos números alcançados naquele mês que, na avaliação dele, teriam ultrapassado, em muito, os valores da minha média.  Agradeci pelo interesse e expliquei que teria sido em circunstância de um defeito em minha boia.  Esta preocupação daquele servidor, e o diálogo que se seguiu, seriam pouco prováveis numa capital qualquer...
(O passeio continua)

Crônica: Serjão Missiaggia



4 comentários:

  1. "Só se vê bem com o coração.
    O essencial é invisível aos olhos."

    Dorinha

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  2. RITA MIRIM - Via Facebook - Que delícia de crônica!

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  3. PAULETTE MARIE BARROSO - Ah, que crônica, lava a alma!

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  4. Serjão,
    Você me fez lembrar, novamente, Manuel Bandeira no seu "Vou-me embora pra Pasargada"
    Gostaria de poder dizer:
    -Vou-me embora pra São João...
    Lá sou amiga do Serjão.
    A vida lá é tranquila, o povo alegre e hospitaleiro.
    Visito amigos sem avisar, sem antes telefonar.
    Ando sozinha à noite sem medo de não voltar.
    Vejo gente nas janelas, vejo amigos nas calçadas.
    Vou-me embora pra São João...
    Lá passei minha infância,
    Cresci, sonhei, amei e me casei.
    Tive amigos, muitos amigos e por meus pais fui muito amada.
    Guardo no peito lembranças, das amigas de infância .
    E que saudade eu tenho dos meus queridos de sangue:
    tenho tio, tenho tia, primos e primas a valer...
    tenho um irmão querido , tenho uma irmã muito amada...
    tenho cunhado, cunhada que estão no peito guardados...
    sobrinhos e sobrinhas lindas que me deixam na saudade
    Ai que vontade me dá de poder sempre ir pra lá.

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