segunda-feira, 30 de julho de 2012

CASOS CASAS & detalhes



















Essa casa, ali na Rua Dr. Péricles de Mendonça, em frente à Força e Luz, é um lugar que, acredito, muitos sanjoanenses se lembram com muito carinho e saudade.  Era a casa da nossa querida DONA GLORINHA TORRES, professora, poetisa, diretora de teatro, escritora; enfim, uma mulher como poucas.  A primeira vez que fiz teatro na vida, foi pelas mãos dessa mulher extraordinária.
Me lembro que, no meu primeiro ano de Ginásio (Sôbi), tínhamos uma turma masculina à tarde.  Usávamos um uniforme cáqui, que mais parecia uma farda.  Eu era um bocó, mas a turma era da pesada, com um bando de repetentes, marmanjos, pinguços, fumantes e bagunceiros.  Nenhuma professora suportava a nossa turma.  Eis que, de repente, entra essa mulher pequenininha, sobe, praticamente dá um pulo pra cima do estrado.  e fala:
- ATENÇÃO, MENINOS! - e a turma, como que por um passe mágica, parou tudo que estava fazendo e ficou ali, mirando, até mesmo admirando, aquela figurinha.  E nós, aquela turma de "desmazelados", tínhamos que passar todos os exercícios de Português num caderno de capa dura, limpinho.  E o curioso é que todos fazíamos.  E adorávamos e respeitávamos muito a Dona Glorinha!  Que saudade...

(Fotos: Serjão Missiaggia / Texto: Jorge Marin)

2 comentários:

  1. Ô coisa boa gente,lembrar Dona Glorinha Tôrres! Que figura interessante ela era : culta,falava Francês fluentemente,entre tantos outros predicados.Lembro com saudade das visitas que ela fazia à nossa casa,no Largo da Matriz,pois era amicíssima de minha mãe,também professora,na mesma escola ,o Grupo Escolar Coronel José Braz,onde Dona Glorinha (Maria da Glória de Lima Torres) também foi diretora.Seu livro, "Rabiscos sobre os joelhos" ,que ela escreveu durante uma viagem de trem pelo Paraná continha belíssimas histórias sobre as montanhas,os rios e o povo daquela região.Ali,naquela janela da segunda foto,em frente à qual está passando uma pessoa,vi muitas vezes o Dr.José Maria de Lima Tôrres,irmão de Dona Glorinha,homem muito culto,que foi Desembargador de grande saber juríco.Ele era uma figura elegantíssima e educada.Essa é a Garbosa dos meus tempos de criança.Ah,como é bom lembrar!

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  2. Dona Glorinha...
    Ser humano especial...Tudo o que disseram acima é verdade.
    Convivi com dona Glorinha já na minha época de magistério,quando fiz o "Pluft,o Fantasminha" , de Maria Claro Machado, pois foi ela quem nos ensaiou. Que cuidado, carinho e atenção!... Depois tive a oportunidade de ser dirigida por ela em mais duas peças: "Dona Xepa", de Pedro Bloc e o "Boi e o Burro de Belém" , também de Maria Claro Machado.
    Várias vezes, ainda, tive o privilégio de declamar poemas dela em Ultréias de Cursilho, festas escolares etc. Nunca vou me esquecer que na minha formatura de Magistério, ela escreveu um poema especialmente para eu declamar na ocasião. Tenho o manuscrito até hoje, nele constam os anotações indicando pausa maior, pausa menor, voz suave, voz mais forte etc. Aliás, tenho dois manuscritos dela.
    Para o meu casamento, dona Glorinha escreveu todo o cerimonial. Neide Araújo foi a comentarista . Foi lindo. Mas, que pesar ao verificarmos ao final da cerimônia, que o texto havia sumido. Nunca mais o vimos. Alguém deve ter guardado como lembrança. Aproveito o espaço para fazer um apelo: se alguém ainda o tem, deixe-me ao menos xerocá-lo. Foi escrito especialmente para aquele momento.
    Dona Glorinha era suave e meiga como uma flor ... forte e poderosa como o tronco de uma palmeira.
    Fui várias vezes nesta casa para ensaiar. Cheguei, a primeira vez, temerosa, assustada, pois diziam que ela era muito exigente. Mas, que doçura... Colocava primeiro um disco clássico para eu ouvir e me perguntava:"- qual música você gostou mais? qual lhe tocou mais a alma? escolha a que será colocada como fundo no momento em que você estiver falando". E dizia: "- você, Mika é quem tem que sentir e escolher, não eu". Aprendi, com ela, a apreciar boas músicas.
    Saudades...
    Que ela esteja junto de Deus ao som das mais lindas músicas...

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