sexta-feira, 27 de julho de 2012

NOSSO INTERIOR II


No domingo passado, fui ao campo de futebol com a esposa, pra ver o filhão jogar. O local estava bem cheio. Entramos discretamente e nos posicionamos numa sombra meio afastada do campo. Nosso intuito era o de passar o mais despercebido possível.  Pura ilusão!  Qual não foi a nossa surpresa quando o garoto fez um gol?  TODOS que lá estavam viraram-se, imediatamente, para o nosso lado e, enquanto à distância alguns ficavam a nos gritar e acenar, outros vinham cumprimentar.  Hilário também foi quando um dos auxiliares, após levantar a bandeira assinalando impedimento do time da casa, encostou-se ao alambrado e, mesmo com o jogo em andamento, ficou a explicar, aos torcedores irados, os motivos que o teriam levado a anular o lance. Coisas do Interior!

Na padaria, somente entro quando o Fogão ganha.  Já deixei meu recado dizendo que, em caso de alguma derrota, estarei temporariamente comprando na coirmã ao lado.  Isso pra não falar que, no quadro de funcionários da concorrência, tem sempre um botafoguense a mais.  Já onde tenho o hábito de comprar, além do proprietário ser flamenguista, de dez funcionários, nove são mengo. Aí fica difícil!
Não raramente podemos também curtir na padaria, o inocente tanger da viola de uma das figuras mais queridas e folclóricas da cidade.  Sentadinho num canto do balcão, vai recebendo cada freguês como se estivesse na sala de sua casa.  Brinco sempre com pessoal dizendo que é dia de couvert.   E quando o funcionário vira pra você e diz pra voltar depois, que sairá um pão quentinho? Provavelmente, se este ato de cortesia tivesse acontecido em um centro maior, este funcionário, provavelmente, estaria no olho rua e o coitado do violeiro já teria dado adeus a sua viola!

(Foto e Crônica: Serjão Missiaggia)

3 comentários:

  1. Pureza para contemplar...Lindo!!!!!!
    Dorinha

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  2. São João é isto...
    "Êta lugar bão de se viver..."
    EU reconheço o violeiro... será que é quem eu estou pensando...? Será?
    Ai que saudade me dá... ai que saudade me dá... do bate papo, do disse me disse lá no Rubro Bar ai que saudade me dá.

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  3. Sou sua fã desde muitos e muitos anos...vc. é um grande escritor:no seu palavreado simples dá seu recado muito bem.Vamos prá frente sempre!
    Edna Maria

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BRIGADU, GENTE!

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VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL