sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CAPELINHA DO SANTO ANTÔNIO



Na semana passada, falamos do Antônio, que falava português e foi virar santo na Itália, e hoje vamos falar de um bando de italianos, que vieram falar português aqui no Brasil.

Por isso, ainda antes de começar a falar sobre a capelinha, gostaria de passar para vocês, um pequeno histórico da família Missiaggia. Com certeza, será importante para continuarmos.
A família Missiaggia partiu da Itália, rumo ao Brasil, em 1899.
Chegou ao novo continente minha bisa Giuseppina Cecchetto, então viúva de nosso bisavô Giuseppe Missiaggia.
Com ela, vieram os oitos filhos, entre eles nosso avô Francesco Missiaggia já casado com vó Maddalena, sendo o mais velho dos irmãos, chegando ao Brasil com 26 anos.
Todos os filhos nasceram e partiram do norte da Itália, região de Veneto, província de Vicenza, de uma pequena comune chamada Pozzoleone. Cidadezinha hoje, com mais ou menos 3.000 habitantes.
Vieram todos para São João Nepomuceno e se estabeleceram no povoado dos Henriques.
A seguir, fixando residência na cidade, por muitos anos, vô Chico morou com a família e manteve um grande comércio, num casarão que existia na Rua dos Henriques (Caxangá), num terreno logo depois da oficina Lima Auto Peças onde hoje, se não estou enganado, funciona uma garagem.
Vô Chico era uma pessoa de grande devoção a Santo Antônio, razão pela qual, de sua casa, no Caxangá, dava-se inicio, rumo à capelinha, às procissões do Santo Padroeiro. Além de ter sido ele também, um dos fundadores da igreja.
O pequeno acervo que se encontra no interior da igrejinha (Via Sacra e uma das imagens de Santo Antônio) veio com Vô Chico da Itália, e foram doados após a inauguração. Podemos observar que a Via Sacra está toda ela escrita também em italiano e estão fixadas na parede em pequenas molduras de madeira. As molduras originais tiveram que ser substituídas recentemente, devido aos cupins.
Infelizmente, devido à existência de duas imagens de Santo Antonio, no interior da capela, não saberia precisar quais das duas vieram com meu avô da Itália.
Também guardamos com carinho esta foto, acima (original) da Inauguração da Capela, que foi em 09 de novembro de 1924. Quem sabe até muitas dessas pessoas poderão ser identificadas. Entre elas, encontra-se meu avô Chico e tia Maria Missiaggia.

Para finalizar, diria mais uma vez, que foi a partir do momento em que percebi o quão implacável é o tempo, o qual, com sua incrível rapidez, vai de uma forma ou de outra, silenciosamente, nos afastando da própria historia, que senti o desejo de intervir, tentando passar para gerações futuras, um pouco daquilo que aprendi.
Informações que, para alguns, poderão ser até banais, mas que na realidade, estarão nos ajudando a remontar parte de nossa história.

Assim, com muito orgulho, termino aqui um pequeno dossiê da capelinha do Santo Antônio. Minha intenção principal foi tentar resgatar, de uma maneira simples e objetiva, alguns dados que iriam muito em breve se perder no tempo.

(Foto - Eduardo Ayupe)

Ao resgatar alguns fatos históricos, percebi que, de alguma forma, também contribuí para que, no futuro, nós mesmos não venhamos a passar despercebidos.

(Crônica – Serjão Missiaggia)

13 comentários:

  1. Serjão:

    A cronica sobre a Capelinha e a sua familia Missiaggia, sem a sua permisão eu retirei do Pitomba, inclusive as fotos, e coloquei no meu blog sobre São João, de nome jannepomucky.blogspot.com

    Espero que não lhe tenha chateado, mas achei super importante e como sempre com grande redação e conteudo historico. Verdadeiramente uma preciosidade.

    Sobre os meus blogs gostaria de contar com a sua visita e comentarios a respeito, são eles além do blog sobre nossa terra: jocarlosbarrosoacompartilhar.blogspor.com
    e jocarlosbarroso.blogspot.com

    Parabéns meu amigo e continue escrevendo suas historias sobre nossa terra!
    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Muitas histórias de São João precisam ser contadas.
    Valeu Serjão.
    Continue inspirado.
    O Blog está cada vez melhor.
    Um grande abraço.
    Marcos Lobão

    ResponderExcluir
  3. Quantas saudades!
    Tempo que não volta! Mas podemos recordá-lo com alegria!
    Na Capelinha de Santo Antonio, fizemos uma bela surpresa a nosso pai Antonio Missiaggia no dia de seu aniversário.
    Todos reunidos: esposa, filhos, netos, genros... “Sérgio e Angedna com seus violões dedilharam as canções preferidas do pai e do vovô" Segura nas mãos de DEUS e vai “esta não podemos esquecer... Dona Venina com seus variados quitutes... bolo... velinhas... flores... a imagem de Santo Antonio de mãos abertas e erguidas parecia sorrir abençoando aquela festa singela e significativa.
    Ao som das melodias saídas das cordas dos violões e cantadas por todos, o aniversariante chegou e de seus lindos olhos azuis rolaram lágrimas de emoção que brilharam como a luz do céu.
    Cantamos, comemos,contamos casos,homenageamos,agradecemos e oramos ao PAI MAIOR pelo pai maravilhoso que Ele nos havia dado.
    Foi com certeza a mais grandiosa e inesquecível festa de aniversário que passamos juntos no outeiro, onde majestosa e simplesmente encantadora está nossa CAPELINHA DE SANTO ANTONIO.

    Edna Maria Missiaggia Picorone

    ResponderExcluir
  4. Aproveitando este momento, gostaria de parabenizar a autora Maria do Carmo Sobreira, pelo lançamento do livro Igrejas e Capelas. Realmente um belo trabalho de pesquisa.
    Na oportunidade, foram feitas também, algumas citações ao meu avô Francisco Missiaggia quando, da inauguração da Capelinha do Santo Antonio.
    Não deixe de adquirir um exemplar desta importante obra, pois com certeza, estarão obtendo um vasto conhecimento sobre nossa historia.

    ResponderExcluir
  5. Amigo Serjão,como você sabe também sou um apaixonado pela história de São João.Por esse motivo me sensibilizei com a história da Capela de Santo Antonio,pois não tinha conhecimento da ligação de sua família com a mesma.Continue escrevendo sobre as coisas do passado de nossa terra,pois nossos jovens precisam tomar conhecimento da beleza da história ¨escrita¨por nossos antepassados,verdadeiros heróis.Um povo que despreza o passado não merece ter futuro.Abraços do Nilson Baptista.

    ResponderExcluir
  6. Ao postar este texto, enquanto fazia algum ajuste aqui e outro ali (para "caber" na Internet), eu me senti revisando o livro de Gabriel Garcia Marquez, Cem Anos de Solidão. Quantos afetos e quantas passiones vividos pelos nossos avós que, herois, atravessaram um marzão daqueles, para se aventurar neste novo mundo. São histórias que temos a obrigação de transmitir aos nossos netos: é o mínimo que podemos fazer. A lucidez do Serjão em compreender isto é notável, é o nosso jeito suave de continuar a saga.

    ResponderExcluir
  7. Fiquei emocionada com tudo que você colocou em seu Blog, tenho orgulho de ser uma Missiaggia e filha de São João, terra de nossos avós que aqui chegaram cheios de esperança,(vindos da Itália)deixando suas raízes que cresceram e frutificaram.Você é um desses fruto e um previlegiado, pois muito tem escrito e nos tocado com seu blog de recordações.Edna

    ResponderExcluir
  8. Parabéns Serjão por ter nos revelado esta pequena grande história da Capelinha.Em breve lhe enviarei um resumo histórico da música em São João até 1955 e fotos de alguns conjuntos e orquestras.Pena que os jovens ainda não descobriram o seu blog.Um abração.Eduardo Tamiozo.

    ResponderExcluir
  9. Jorge e eu agradecemos em nome do Blog todos os comentários carinhosos recebidos nesta postagem da Capelinha.
    Que bom, que na simplicidade desse nosso trabalho, estejamos alcançando cada um de vocês.

    ResponderExcluir
  10. Parabéns Jorge e Serjão pela postagem da Capelinha.
    Só não podemos esquecer também, que Santo Antonio, foi testemunha da presença de muitos alunos “distraídos que esqueceram” o caminho do colégio rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

    ResponderExcluir
  11. Tenho muitas lembranças gostosas, que começavam com a missa ( com 80% do povo do lado de fora) logo após vinham os leiões e iniciavam-se também as vendas das barraquinhas.
    Porém, não sei de onde e nem porque partiram ordens para que não mais sejam vendidas bebidas alcólicas. Tudo bem, vamos dar bons exemplos, respeito, mas dai a dizer que o camarada chega lá e bebe até causar problemas e que ele se tornará alcólatra à partir daquela noite é piada. Desde criança eu ia com me pai e ele tomava quentão, leite de onça e eu dava uma "bicadinha". Hoje, já barbado,(graças a Deus não me tornei alcólatra) quando chego lá não posso mais tomar, o melhor, saborear, apreciar o meu quentão que só encontramos nestas festas.
    Acho que a Igreja sai perdendo não só financeiramente mas decaracteriza a festa, poreque o camarada já chegará bebado, perturbando, já bebeu na cidade para depois ir lá para cima encher a paciência de todos e não deixará nem um centavo para os cofres da igreja e ainda expulsará algumas pessoas de lá. E agora, chupa essa uva ou essa manga!!!!!!

    ResponderExcluir
  12. Que belíssimo capítulo da história de sua família e de nossa terra. Parabéns Serjão!

    ResponderExcluir
  13. PARABÉNS PELO BLOG E EM SPECIAL A HISTORIA DA CAPELINHA.EM MUITAS OPORTUNIDADES CHEGUEI A IR NAS FESTINHAS DO PADROEIRO MAS A MUITO QUE NÃO VOU.ERAM MOMENTOS MUITO AGRADÁVEIS COMEÇANDO PELA CAMINHADA ATÉ LÁ.

    ResponderExcluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL