sexta-feira, 8 de outubro de 2010
DOUTOR BICHEIRÓLOGO
Capítulo 1 - Froide explica
Desculpe-me pela falta de criatividade e conhecimento, mas, ao escolher o nome desta equivocada croniqueta, mais confuso fiquei.
Talvez Bicheiroatria ficasse melhor! Ou quem sabe Bicheiroquiatria? Também, Bicheiriatra não ficaria mal! E Bicheirólogo?! Até que seria bem sugestivo!
Enfim... Dito, pelo não dito deixarei mesmo: “DOUTOR BICHEIRÓLOGO”.
Para ser sincero, por esta eu não esperava, e muito menos tinha conhecimento, mas confesso que já estava há um bom tempo, atentamente, observando esta nova profissão.
Sabem como é: possivelmente mais um daqueles trabalhos emergentes e informais, que vão surgindo com as crises.
E o Froide nem pra me contar!
Froide é o nome real do meu amigo. E quem pensa que é em homenagem ao psicanalista, está totalmente enganado, pois, segundo ele, seus pais queriam mesmo é homenagear o Pinque Froide, o conjunto, lembram? Grande figura que, por um longo tempo, foi proprietário de um estabelecimento comercial, que ficava próximo à minha oficina.
Bem que eu achava meio estranho quando, vez ou outra, ele ficava, lá da barraca, a gritar, para algumas pessoas, convocando-as a fazer uma Aplicação nos Irracionais. Também muito me estranhava, quando o chamavam de CORRETOR ZOOLÓGICO.
Gente muito boa. Só não sabia ter ele, doutorado em: “Interpretações, diagnósticos das probabilidades da sorte ou azar”.
Se eu não tivesse visto, ou escutado com os próprios olhos e ouvidos, que a terra, um dia, há de comer... jamais acreditaria.
Tudo teria começado numa das inúmeras vezes em que dava uma fugidinha da oficina, para ir até sua barraquinha. Por sinal, uma agradável rotina, que eu usava sempre, com o intuito de descansar e jogar conversa fora.
Foi, exatamente, numa dessas vezes, que eu tive a grata oportunidade de presenciar tais fatos.
Um deles, foi quando um tal de Senhor Jeremias, ao aparecer na banca, aproximou-se devagar e, após passar por uma pequena fila, iniciou uma espécie de consulta com o Dr. Froide.
Este senhor, que havia esperado, calmamente, por sua vez, começou a narrar o seu problema, ou melhor... o sonho que havia tido na noite anterior.
Dr. Froide, com muita elegância e sutileza, após ajeitar-se no banquinho e colocar as mãos sobre o queixo, começou, atentamente, a escutar o estranho sonho do tal Jeremias.
Enquanto eu, fingindo certa alienação, procurava não perder um só detalhe da consulta.
Para ser sincero, este sonho parecia mais com um roteiro de bêbado. Para mim, uma misturada de desejos reprimidos, que somente um verdadeiro Froide, ainda que pink, seria capaz de interpretar.
Enquanto isso, uma pequena fila, cada vez mais, ia aumentando de tamanho, e já se podia observar que, começavam a se juntar, do lado da barraca, alguns espertinhos que, indiscretamente, ficavam também de ouvido em pé, para beliscar uma fatia do possível diagnóstico que logo viria. (Froide era respeitadíssimo nesta área!). ”Um quase profeta”, diziam.
Eu, como não poderia deixar de ser, de “oreia” ainda mais em pé, procurava incessantemente, não perder um só detalhe.
O conteúdo daquele monte de informações descabidas cada vez mais me fascinava.
Mas... Comecei sentir na fisionomia do bicheirólogo, que a consulta parecia estar meio fora de controle.
Isto se deu principalmente quando foi narrado que, no tal sonho, o falecido empurrava seu próprio caixão.
O que dirá o Dr. Froide sobre esta curiosa ocorrência? Sorte? Azar? Qual será o grupo? E a dezena, centena e milhar?
NÃO PERCAM, na próxima semana, este palpite, a tempo ainda de jogar na Corujinha!
(Crônica – Serjão Missiaggia / Adaptação – Jorge Marin)
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Conheço uma pessoa que acompanhou uma milhar quase 7 anos e depois que ele desistiu de jogar ela veio na cabeça. E que dor de cabeça!
ResponderExcluirSe tivesse consultado com o Dr Froide isso não teria acontecido.
Amigo Serjão,uma vez tive um sonho em que uma cobra sucuri gigante se enrolava em um enorme jacaré,e quanto mais a cobra apertava,mais o jacaré gritava:Socorro!...Socorro!...Encontrei um amigo no dia seguinte e contei-lhe o sonho.Ele,então,foi caladinho até ao corretor zoológico e fez sua ¨fezinha¨.E o que aconteceu?Quando saiu o resultado ele tinha acertado e ganho uma boa quantia.Falei para ele: vamos dividir o dinheiro,pois o palpite foi meu.Ele então me respondeu que o azar era meu e me aconselhou que quando eu sonhasse não desse o palpite para ninguém.Fiquei no ¨preju¨,mas aprendi a lição.Um abraço do Nilson Baptista.
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