Ao me posicionar em frente à casa de nosso irmão pitombense Suveleno pra
tentar captar uma imagem da Pracinha do Chafariz, resolvi mesmo foi fazer uma
visita ao velho e mitológico BARRACÃO do Sr. Anjinho.
E como tem história aquele lugar! Entre umas e outras coisas,
coincidentemente, na época em que havia começado a febre PITOMBA, o local
chegou a ser até um depósito de mangas. Hoje, fico pensando se não teria sido
um recurso meio que desesperado do Sr. Anjinho, que, com sua conhecida
sapiência, já não estaria profetizando um possível acampamento sonoro de nossa
parte no referido lugar. Fundamentado ou não, sei apenas que não adiantou!
No local aconteceram nossos primeiros encontros, ou seja, os famosos
ensaios descompromissados pra não tocar em lugar nenhum. Nosso negócio era
fazer BARUIADA pra nós mesmos, e o que viesse depois seria mero detalhe. O
imóvel era bem deserto naquela época, sendo assim, o máximo que nosso som
alcançava era o Esplendor do Morro e entorno.
Um desses ensaios foi realizado por cima de mangas, sendo que algumas
delas já estariam exalando um forte odor em decorrência de adiantado estado de
maturidade. E nós não estávamos nem aí pra isso, e muito menos com o
telhado, que, certa vez, chegou a ir pelos ares em decorrência de uma forte
chuva que caiu sobre a cidade. Pior que esse quase tornado, além de acabar com
a energia elétrica, deixou a PAREAJE, que pra variar, era toda ela emprestada,
ao relento. Foi aquele corre-corre no escuro, enquanto algumas gotículas
ficavam passeando em cima da bateria e de um aparelho de guitarra que a Nely
havia levado pro Suveleno consertar.
Num outro ensaio, um de nossos fãs (tínhamos fãs!) saiu pela cidade
convocando todos que encontrava pela frente, para um baile que estaria
acontecendo no BARRACÃO. Por sinal, éramos a única banda do planeta que
ensaiava em ritmo de baile com jogo de luz e tudo. Quando demos por nós, o
barracão estava repleto, sendo que o arrasta-pé veio a terminar lá pelas tantas
da madrugada.
Bem, irei parando por aqui, pois, além de ser algo repetitivo, não
haveria postagem que abrigasse tantos causos hilariantes que ali aconteceram.
O Pitomba posteriormente teve nova formação, vindo a se enriquecer
sobremaneira, tanto no quesito musical, textos, composições e visual, mas
confesso que a primeira formação e como tudo começou, a gente nunca esquece.
Crônica e foto: Serjão Missiaggia
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