sexta-feira, 2 de março de 2018

CASAR OU ADOTAR UM CACHORRO?



Acontece de alguém da minha família me pedir opinião sobre o casamento. Não falo quem é, pois essa coisa de querer casar se transformou num tipo de maldição. Se for mulher, a galera vai cair matando, dizendo que não é mulher moderna, pois mulher moderna não procura casamento, mas sim construir sua carreira independente da dependência masculina. Se for homem, a coisa é ainda pior, pois vai chover um bando de mulheres modernas, loucas pra arrumar um marido.

Mas, enfim, seja por que motivo for, a loucura acontece, e a pessoa se casa. O que esperar do casamento? Explico para a pessoa desejosa de matrimônio que é aqui que a maioria dos problemas acontece. Nas expectativas.

Quando conversamos com nossos pais, ou nos famosos cursos de noivos, as pessoas dão algumas dicas que, elas próprias, sabem que é MENTIRA, tipo “agora seremos felizes juntos” ou “dois corações batendo como um” ou uma que é perigosíssima: “ele (ou ela) vai te fazer feliz”.

Gente, não é nada disso. Ninguém faz ninguém feliz; pode até fazer rir, mas chega um momento em que faz chorar também. E isso é plenamente lógico. Primeiramente, porque qualquer pessoa (Ouviram? Qualquer pessoa) que viva ao nosso lado a maior parte do tempo vai nos causar um sentimento de incômodo tal, que, quando perguntados quem é a pessoa mais chata do mundo, inevitavelmente responderemos que É, SIM, aquela pessoa! Se perguntar para o marido, ele dirá que é mulher; se for a mulher, ela dirá que é o marido, e se for o filho, ele dirá que são os pais.

Lógico que as pessoas mentem e vão, a princípio, dizer que não, que “amo o momozinho vinte e quatro horas por dia”. Mas ninguém arriscaria um detector de mentiras.

O casamento é uma instituição construída para dar errado, e o que acontece é que realmente dá errado. E não poderia ser de outra forma, ao juntarmos, pra viver juntos, duas pessoas que antes só se encontravam para fazer coisas deliciosas, num esquema novo, quase empresarial de fazer investimentos, dividir neuroses, querer que a sua vontade prevaleça sem ferir o outro e ainda criar filhos a partir de pensamentos e culturas diferentes.

No entanto, acontece de as pessoas não só conseguirem se suportar um ao outro mas também conseguirem permanecer casadas e, o que é mais impressionante, tornando-se uns seres humanos de melhor qualidade. A isso, na falta de uma explicação lógica (que não tem) chamam amor. Mas, seja o que for, é bem diferente do que dizem os livros, é bem mais complicado do que dizem as tias e, cá pra nós, dá um trabalho...

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em http://sacizento.bol.uol.com.br/blog/?p=1469

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