sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

VOCÊS (TAMBÉM) SÓ PENSAM... NAQUILO???


Gente, não estou dando conta. Acho que todos os redatores estão tomando afrodisíacos. Porque, ultimamente, o assunto nos sites de notícias, e, por tabela, nos faces e zaps da vida é um só... SEXO!

Um deputado embute, num projeto de lei sobre licença-maternidade, um dispositivo contra qualquer tipo de aborto. A justificativa, que a maioria dos elementos da comissão que analisou o projeto e o endossou, é cristalina: “na hora do sexo, ela não pensou nas consequências”. Como se a gravidez fosse um castigo para a pessoa que cometesse aquele crime hediondo: fazer sexo. E quando alguém argumenta: ah, mas e no caso do estupro? A resposta é impressionante: “certamente ela não foi estuprada à toa”.

Aí, vamos para as notícias da cidade, e uma polêmica mobiliza todos os recursos da Câmara de Vereadores: um professor resolveu levar uma drag queen num colégio para discutir questões de gênero. Até aí, uma iniciativa, curiosa, de chamar a atenção para os papéis feminino e masculino. Mas, nossos representantes, preocupadíssimos com a família, entendem que, vendo aquele rapaz vestido de menina, os meninos vão passar a fazer sexo com os ouros meninos e as meninas a fazer sexo com outras meninas.

Aliás, sobre essa questão adolescente, há um vídeo viralizando no YouTube no qual um menino de 14 anos e outro de 12 se beijam ante um sugestivo bolo de aniversário com a estampa do cantor transformista Pablo Vittar. Se fosse um menininho e uma menininha, todos diriam: “ah, que bunitim”. Mas, ante a “ameaçadora” estampa do cantor (mesmo em papel de arroz), e, principalmente, porque são dois meninos, o cenário já é de sexo perverso. Nos comentários, pais e mães clamam pela volta dos militares (?).

Na página de Artes e Celebridades, então, a coisa é séria: são abusos sexuais, estupros, traições, exibicionismos, voyeurismo, e até o outro lado do paraíso pode ter uma conotação sexual depois do pega-pega. E no chão do garimpo.

Não, pessoas, não é que eu não goste de sexo. O que acho chato é ficar sexualizando tudo o tempo todo. Cansa. E, o que é pior, quando sexualizam é SEMPRE para desqualificar.

Aí, resolvo ir para a página de política. Pelo menos, aqui vou ter um pouco de sossego – penso. Mas, quando começo a ler a lista de direitos trabalhistas retirados da noite para o dia, e, o que é mais grave, a lista dos requisitos que a nova lei da previdência vai impor às pessoas que sonharem em se aposentar, as palavras estupro, abuso, sacanagem e outras menos publicáveis começam a passar pela minha cabeça.

Será contagioso???

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em https://plus.google.com/116491575916450254764

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL