quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

NELY PONTOS COM


Foi espiando os relevantes comentários em uma de nossas fotos no facebook, que um deles em especial, da Nely Gonçalves, veio a chamar nossa atenção: “CADA FOTO DO PITOMBA É UMA PITOMBADA NO CORAÇÃO DA GENTE”.
Aí resolvemos, pra terminar o ano em alto astral, postar novamente esta divertida croniqueta em homenagem à nossa madrinha. Iremos relembrar um fato, não muito comum, que aconteceu certa vez quando fomos visitá-la no hospital.

NELY PONTOS COM

Essa visita, um tanto inusitada, que teria sido para, entre umas e outras, pedir a ela a bateria emprestada, deu-se em circunstância de uma das vezes em que o Pitomba se preparava pra fazer um baile no terraço da casa do primo Dantinho e, para variar, estava sem o referido instrumento. Coincidentemente, naquele mesmo final de semana, todas as baterias que poderiam ser nossas possíveis vitimas, estariam sendo usadas por seus respectivos donos, restando apenas a do conjunto “Os Cobrinhas” do qual Nely era proprietária.

Porém, tal tarefa não seria assim tão fácil, pois, além de nossa amizade com a Nely estar ainda no comecinho, teríamos que cumprir a difícil missão de ir até o hospital para fazer o pedido. Na verdade, para nosso total desespero, ela havia se submetido recentemente a uma cirurgia e encontrava-se internada há vários dias.

Então, não havendo mesmo alternativa, resolvemos mais que depressa fazer um ataque, digo, uma visita a ela no hospital. E foi o que aconteceu.

Quando lá chegamos, foi um Deus nos acuda. Éramos cinco ou a seis querendo entrar de uma só vez. Um pequeno tumulto se formou na portaria, até que, no final, todos acabariam entrando.

Já dentro do quarto, era grande a movimentação, com gente sentada até debaixo da cama. O lanche da tarde desapareceu com tal rapidez que não sobrou um único biscoito para a paciente, e muito menos uma santa gota de suco. Até uma improvisada saidinha pelos corredores com aquela cama de rodinha teria sido cogitada, e mesmo com a cumplicidade e insistência de nossa convalescente amiga, resolvemos, devido aos PONTOS, fazer o passeio apenas dentro do quarto mesmo. (Depois dizem que não tínhamos juízo!)

Falando em juízo, por muito pouco não teríamos conseguido passar com um violão pela janela, entrando apenas o pandeiro e o afoxé. Mas, verdade seja dita, melhoramos substancialmente o quadro clinico da paciente, principalmente em função de tantas e boas risadas.

A visita, digo, a festa, foi geral. Só que, já quase terminado o horário, ninguém havia se manifestado ou mesmo encontrado coragem de fazer o pedido. Pede você... Pede você... E ninguém pedia nada.

Já conformados com aquela que teria sido uma investida malsucedida, cabisbaixos e numa tristeza sem fim, começamos a nos retirar. Quando já íamos saindo, eis que ela nos chama novamente pra dentro do quarto, e com muita sensibilidade, mesmo sabendo de nossas segundas intenções, foi logo dizendo: “NUM GUENTO ÔCEIS NÃO!”, a bateria ta lá no Operário! É só pedir a chave e apanhá-la!

E foi aquela vibração no até então silencioso e ordeiro ambiente hospitalar. Quanta alegria! Seria a primeira vez que iríamos tocar em uma bateria profissional. Despedimo-nos rapidamente, saindo em disparada e escorregando pelas antigas passarelas do hospital.

Depois daquele dia, nossas visitas se tornariam uma constante, vindo até a causar novos transtornos na entrada. Uma situação que somente teria sido resolvida após ordens expressas da madre superiora, permitindo somente a entrada de um visitante de cada vez. Uma sábia solução, se não fosse pelo simples detalhe de que aquele que entrava não mais saía.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

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