quarta-feira, 23 de novembro de 2016

NOSSO CAVERN CLUB


Ao me posicionar em frente à casa de nosso irmão pitombense Sílvio Heleno pra tentar captar uma imagem da Pracinha do Chafariz, resolvi mesmo foi fazer uma visita ao velho e lendário BARRACÃO do Sr. Anjinho.

E como tem história aquele lugar!  Entre umas e outras coisas, coincidentemente, na época em que havia começado a febre PITOMBA, o local chegou a ser até um depósito de mangas. Hoje, fico pensando se não teria sido um recurso meio que desesperado do Sr. Anjinho, que, com sua conhecida sapiência, já não estaria profetizando um possível acampamento sonoro de nossa parte no referido lugar. Fundamentado ou não, sei apenas que não adiantou!

No local aconteceram nossos primeiros encontros, ou seja, os famosos ensaios descompromissados pra não tocar em lugar nenhum. Nosso negócio era fazer “BARUIADA” pra nós mesmos, e o que viesse depois seria mero detalhe. O imóvel era bem deserto naquela época, sendo assim, o máximo que nosso som alcançava era o Esplendor do Morro e entorno.

Um desses ensaios foi realizado por cima de mangas, sendo que algumas delas já estariam exalando um forte odor em decorrência de adiantado estado de maturidade.  E nós não estávamos nem aí pra isso, e muito menos com o telhado, que, certa vez, chegou a ir pelos ares em decorrência de uma forte chuva que caiu sobre a cidade. Pior que esse quase tornado, além de acabar com a energia elétrica, deixou a “PAREAJE”, que pra variar, era toda ela emprestada, ao relento. Foi aquele corre-corre no escuro, enquanto algumas “gotículas” ficavam passeando em cima da bateria e de um aparelho de guitarra que a Nely havia levado pro Silvio Heleno consertar.

Num outro ensaio, um de nossos fãs (tínhamos fãs!) saiu pela cidade convocando todos que encontrava pela frente, para um baile que estaria acontecendo no BARRACÃO. Por sinal, éramos a única banda do planeta que ensaiava em ritmo de baile com jogo de luz e tudo. Quando demos por nós, o barracão estava cheio, sendo que o arrasta-pé veio a terminar lá pelas tantas da madrugada.

Foi ali que sentei pela primeira vez numa bateria, se é que poderíamos chamar aquilo de bateria (bumbo, tarol e um prato com arrebites). Nosso guitarrista foi outro herói, pois, além de ter que cantar num microfone de gravador e num aparelho de voz em que seus alto-falantes ficavam passeando pelo chão, tinha como guitarra, um velho violão com captador elétrico. Sem contar que aquele estranho chifre de boi, servindo de instrumento pra nosso ritmista, era algo bastante inusitado.

Bem, irei parando por aqui, pois, além de ser algo repetitivo, não haveria postagem que abrigasse tantos causos hilariantes que ali aconteceram.
O Pitomba veio a ter mais tarde outra constituição, com inclusão de outros componentes, que enriqueceram o grupo, tanto no quesito musical, textos, composições e visual, mas, confesso que “A PRIMEIRA FORMAÇÃO E O COMEÇO DE TUDO, A GENTE NUNCA ESQUECE”.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor   

2 comentários:

  1. Eu lembro desse portao. Num to acreditando que esse magrelo ai é o Veeno. Cê tava bem fofinho nessa foto em tisergio.

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    1. Primeiramente, tenho que me situar: quem será meu sobrinho(a) comentarista??? Embora todos os sobrinhos me chamem de TISERJO, apenas dois tem o costume de escrever dessa forma: Tuca e Andersem. Mas, quando se fala em VEENO, que é o Silveleno Picorone, temos que abrir o leque pra Annelise, Anne e Angedna. De certeza mesmo, sei apenas que é algum filho (ou filha) da Edna. E a resposta é: não, não é o Veeno, sobrinho(a). Esse magrelo aí é o Dalminho, único sanjoanense que possuía uma coxinha assim fininha na época.

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