Mais uma
vez, pego carona na matéria do Serjão, pois o assunto POLUIÇÃO SONORA é uma
coisa que me atinge diretamente. Aliás, neste exato momento em que escrevo
passa uma picape com aqueles potentes alto-falantes sob a carroceria tocando o
terror na rua: os alarmes dos carros estacionados disparam, as vidraças tremem,
um som terrível entra pelas frestas das janelas.
Muitos
podem pensar que é coisa de velho reclamar do barulho. Mas não é! Há várias
leis que regulam a matéria, e parece que ninguém liga ou, se liga, tem preguiça
de fazer valer os seus direitos.
E não é
problema só do Poder Público não; é de todos. Vejam o que diz o Artigo 225 da
Constituição: “TODOS têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Mas, então, como funciona a medição do som?
Primeiro, algumas definições. O SOM é o nome de
uma onda mecânica que se propaga no ar. O RUÍDO é um conjunto de sons indesejáveis
ou que provoquem sensações desagradáveis. Já a POLUIÇÃO SONORA é um tipo de
degradação ambiental (assim como o desmatamento), que ocorre quando o excesso
de ruídos começa a prejudicar a saúde e o bem-estar da população.
Em cidades como São João Nepomuceno, em que a
maioria das áreas externas é mista, pois sempre tem um comércio, mas
predominantemente residencial, a norma (NBR 10151 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABN-T) prevê que o nível MÁXIMO de ruídos é de 55 decibéis de
dia e 50 à noite.
Para se ter uma ideia do que isso representa,
vamos dizer que 55 decibéis equivalem a um choro de bebê, 65 o barulho de um ar
condicionado e 81 uma furadeira. Uma moto sem o silenciador atinge fácil 111
decibéis e um alto-falante 125.
Ah, mas e se ultrapassar esses valores, o que
acontece? A partir dos 55 decibéis, segundo a Organização Mundial de Saúde,
começa a ocorrer um estresse leve; a convivência com um nível de 70 decibéis já
predispõe o organismo a infartos, derrames, infecções, pressão alta. Quando o
ruído, ou a soma dos ruídos passa de 100 decibéis, ocorre a perda da acuidade
auditiva. Ou seja, você fica SURDO, ouviu?
Eu sei. Às
vezes, a pessoa não quer se indispor com o motorista ou motoqueiro porque quer
evitar o conflito e se tranca em casa, mesmo com esse calor que conhecemos bem,
ou pensa que, se reclamar com as autoridades, não vai dar em nada. Mas, pensem
bem, foi por preguiça de exercermos nossos direitos de cidadãos que o país
chegou nesse esgoto moral em que se encontra.
Será que
fazendo o papel de avestruzes, e enfiando a cabeça debaixo dos travesseiros,
vamos conseguir dormir em paz? Com esse barulho todo tenho certeza que não!
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível em http://www.educacao.cc/ambiental/tipos-de-poluicao-urbana-visual-e-sonora/
Concordo! Tranquilidade e respeito são bem-vindos em qualquer situação.
ResponderExcluir