Passeando, junto com o Serjão, por esse assunto que são as nossas ruas
calçadas com paralelepípedos, fico pensando por qual motivo conceitos antigos,
do tempo em que eu era coroinha do Padre Jaci, ainda prosperam na cidade.
Há pouco tempo, tocamos nesse assunto de calçamento em pedras e, via
Face, alguém nos questionou sobre a questão de o asfalto representar
“progresso”. Eu me lembro que, há cinquenta anos atrás, quando um político
queria se eleger, chegava na cidade e prometia asfaltar tudo. E era eleito!
Mas, hoje... Esse argumento de que “asfalto é igual progresso” é de uma
infantilidade pra não dizer outra coisa. É lógico que o asfalto está, e deve
estar, presente em ruas e avenidas principais de grandes metrópoles e rodovias.
Isto porque é um pavimento necessário em áreas de alta velocidade, trânsito
intenso e pesado, e, principalmente, ONDE NÃO HAJA INTERESSE URBANÍSTICO, ou
seja, onde você pode tacar um “dane-se” para a dignidade urbana. Ainda assim,
nesses locais específicos onde o asfalto é necessário, ele tem durabilidade de,
no máximo, 5 anos.
O paralelepípedo, por sua vez, pode ser utilizado em cidades de pequeno
porte (não necessariamente históricas), periferias de cidades maiores, pátios
industriais, condomínio, loteamentos, e diversos outros nos quais a prioridade
for AUMENTAR A SEGURANÇA DO PEDESTRE. Isso significa atender aos MODERNOS
preceitos da atual Lei da Mobilidade Urbana (de 2012), que são: restringir a
velocidade dos veículos, desestimular a direção perigosa e desviar o tráfego de
longa distância e caminhões pesados para outras áreas da cidade.
E, além de serem extremamente belos e harmoniosos na paisagem urbana os
paralelepípedos são de quê? De pedra! E a pedra, embora seja um recurso não
renovável, pode ser extraída de locais próximos às cidades, E DURAM SÉCULOS!
Sim, as pedras envelhecem, mas é o material que o faz de forma esteticamente
melhor do que qualquer outro.
Isto faz dessa pedra um produto atraente e prático. Segundo uma empresa
de engenharia paulista, que realizou obras com paralelepípedos em São João
recentemente (vejam a foto!), a procura por esse tipo de pavimentação cresceu no último ano em
torno de 55%! As principais causas para tal incremento nas vendas foram: a
necessidade de economia de recursos, a resistência e a baixa manutenção.
Encerrando, imagino que vocês podem estar perguntando: qual o motivo
desses comentários? Gente, temos feito um trabalho que já dura mais de seis
anos, falando da ALEGRIA DE SER SANJOANENSE e mostrando as BELEZAS DA TERRINHA.
Cada um de nós, sanjoanenses, construímos, com nossos conterrâneos, a história
desta cidade, legando aos nossos filhos e netos registros que permitem a
compreensão da nossa história pelas gerações futuras. Destruir pedras, árvores,
casas e registros históricos é a mesma coisa que cortar a corrente do
conhecimento. É repetir o que já foi vivido sem perspectiva de evolução nem
dignidade. É muito triste.
Crônica: Jorge Marin
Verdade, agora mata minha curiosidade, esse trabalho nas pedras é aqui em SJ?
ResponderExcluirO blog Pitomba presta um grande serviço de sensibilização e conscientização social ao abordar a importância de assuntos como a preservação do calçamento de pedras, das árvores e das praças.
ResponderExcluirOs calçamentos feitos com pedras permitem melhor absorção das águas das chuvas, evitando fortes e perigosas enxurradas, esquentam menos as ruas do que o asfalto, permitem a confecção de belos mosaicos artísticos que embelezam o ambiente urbano e tem manutenção mais barata.