sexta-feira, 30 de outubro de 2015

NOSSOS MODERNOS PARALELEPÍPEDOS


Passeando, junto com o Serjão, por esse assunto que são as nossas ruas calçadas com paralelepípedos, fico pensando por qual motivo conceitos antigos, do tempo em que eu era coroinha do Padre Jaci, ainda prosperam na cidade.

Há pouco tempo, tocamos nesse assunto de calçamento em pedras e, via Face, alguém nos questionou sobre a questão de o asfalto representar “progresso”. Eu me lembro que, há cinquenta anos atrás, quando um político queria se eleger, chegava na cidade e prometia asfaltar tudo. E era eleito!

Mas, hoje... Esse argumento de que “asfalto é igual progresso” é de uma infantilidade pra não dizer outra coisa. É lógico que o asfalto está, e deve estar, presente em ruas e avenidas principais de grandes metrópoles e rodovias. Isto porque é um pavimento necessário em áreas de alta velocidade, trânsito intenso e pesado, e, principalmente, ONDE NÃO HAJA INTERESSE URBANÍSTICO, ou seja, onde você pode tacar um “dane-se” para a dignidade urbana. Ainda assim, nesses locais específicos onde o asfalto é necessário, ele tem durabilidade de, no máximo, 5 anos.

O paralelepípedo, por sua vez, pode ser utilizado em cidades de pequeno porte (não necessariamente históricas), periferias de cidades maiores, pátios industriais, condomínio, loteamentos, e diversos outros nos quais a prioridade for AUMENTAR A SEGURANÇA DO PEDESTRE. Isso significa atender aos MODERNOS preceitos da atual Lei da Mobilidade Urbana (de 2012), que são: restringir a velocidade dos veículos, desestimular a direção perigosa e desviar o tráfego de longa distância e caminhões pesados para outras áreas da cidade.

E, além de serem extremamente belos e harmoniosos na paisagem urbana os paralelepípedos são de quê? De pedra! E a pedra, embora seja um recurso não renovável, pode ser extraída de locais próximos às cidades, E DURAM SÉCULOS! Sim, as pedras envelhecem, mas é o material que o faz de forma esteticamente melhor do que qualquer outro.

Isto faz dessa pedra um produto atraente e prático. Segundo uma empresa de engenharia paulista, que realizou obras com paralelepípedos em São João recentemente (vejam a foto!), a procura por esse tipo de pavimentação cresceu no último ano em torno de 55%! As principais causas para tal incremento nas vendas foram: a necessidade de economia de recursos, a resistência e a baixa manutenção.

Encerrando, imagino que vocês podem estar perguntando: qual o motivo desses comentários? Gente, temos feito um trabalho que já dura mais de seis anos, falando da ALEGRIA DE SER SANJOANENSE e mostrando as BELEZAS DA TERRINHA. Cada um de nós, sanjoanenses, construímos, com nossos conterrâneos, a história desta cidade, legando aos nossos filhos e netos registros que permitem a compreensão da nossa história pelas gerações futuras. Destruir pedras, árvores, casas e registros históricos é a mesma coisa que cortar a corrente do conhecimento. É repetir o que já foi vivido sem perspectiva de evolução nem dignidade. É muito triste.

Crônica: Jorge Marin

2 comentários:

  1. Verdade, agora mata minha curiosidade, esse trabalho nas pedras é aqui em SJ?

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  2. O blog Pitomba presta um grande serviço de sensibilização e conscientização social ao abordar a importância de assuntos como a preservação do calçamento de pedras, das árvores e das praças.
    Os calçamentos feitos com pedras permitem melhor absorção das águas das chuvas, evitando fortes e perigosas enxurradas, esquentam menos as ruas do que o asfalto, permitem a confecção de belos mosaicos artísticos que embelezam o ambiente urbano e tem manutenção mais barata.

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