Essa foto
sempre teve muito significado pra mim, pois, da mesma forma que aconteceu com o
Pitomba, com as serenatas e de quando tocava com a Nely, teria sido igualmente uma
época muito legal. Digo isso, não somente pelo lado musical, mas também pelo contato
agradável com aqueles inesquecíveis amigos de jornada. Infelizmente, nem todos
se encontravam nesse dia, quando, no anexo dos Trombeteiros, gravávamos um
jingle para o Studio 35.
Primeiramente,
em 1983, veio a nascer o Coral El Shaday, se é que poderíamos chamar de coral, pois
era um grupo em que havia violões elétricos, contrabaixo, bongo e uma
infinidade de outros instrumentos de percussão como: afoxé, chocalho, pandeiros,
triângulo etc. Muitas vozes, em tons diferenciados e muitíssimo bem ensaiados,
aconteciam em função de uma disciplina de ensaios, que eram quase sempre realizados
no salão paroquial. Éramos responsáveis pela missa das dezoito horas, mas era
muito comum também participarmos de jograis, serenatas beneficentes e outros.
Dois
fatos muito me marcaram naquele período, sendo ambos com o nosso inesquecível
amigo Neném Itaborahy, que, carinhosamente, era chamado pelos pitombenses de
Baby. E ele se divertia muitíssimo com isso.
Um desses
fatos aconteceu quando, ao encontrar certa vez com ele na rua, me perguntou se
eu estaria entre o pessoal que havia feito uma serenata em sua casa na noite anterior.
Mesmo sabendo da educação esmerada de nosso saudoso amigo, logo pensei: ih, é
agora que vem chumbo grosso pro nosso lado! Assim, um tanto temeroso e
cabisbaixo, em função de o hômi ser, além de um grande músico, também maestro,
disse que sim. Para meu espanto, confessou que teria sido uma das serenatas
mais bonitas que havia escutado e que a afinação dos instrumentos e das vozes estava
perfeita. E que felicidade escutar aquilo vindo de Neném Itaborahy!
Numa outra oportunidade,
disse que sempre gostava de subir um pouco mais cedo quando ia buscar sua esposa na
missa, apenas pra poder ficar alguns momentos do lado de fora escutando os
cânticos.
Tempos
mais tarde, já com o término do coral em 1985, surgiu a ideia de montarmos um
conjunto, para que pudéssemos, através da música e de textos intercalados,
levar uma mensagem cristã em nossas apresentações. Conjunto este que se chamou
Cantares. Por sinal, uma inovação em matéria de evangelização, onde, visando
principalmente os mais jovens, introduzimos, pela primeira vez na cidade,
instrumentos e arranjos num estilo totalmente pop: bateria, teclado,
contrabaixo, distorções, tumbadora, aparelhos potentes, jogo de luzes etc. Fizemos
duas belas apresentações no centro cultural, ambas com o local totalmente
ocupado.
Se, por
um lado, alguns mais conservadores ficaram meio que assustados com aquela
inovação de arranjos e parafernália de instrumentos, hoje é bastante
gratificante vermos que a quase totalidade das igrejas seguiu o mesmo rumo.
Bons conjuntos e, mesmo com alguns se excedendo um pouco mais no volume dos instrumentos,
seguem, através da música, evangelizando e alegrando os mais diversos cultos.
Crônica:
Serjão Missiaggia
Fotos : acervo do autor
Sempre estive presente nestes momentos ricos e abençoados, no qual tive o privilégio de conhecer e conviver com pessoas lindas. Participava dando uma mãozinha para carregar o violão e cantar bem baixinho rsrsrsrsr
ResponderExcluirMuito bom ter participado destes momentos...
ResponderExcluirSerjão, desta época eu nada posso dizer, pois aí não estava, mas uma coisa a gente garante: você curte e sempre curtiu da melhor forma, a sua vida. Fico feliz por isto.
ResponderExcluirMika
É amigo Serjão... com certeza a história da sua vida é uma história musical, cheia de boas letras e ótimos arranjos, com as pessoas e os fatos.
ResponderExcluirTem melhor maneira de se descrever uma existência rica?