sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

FÓRMULA (INFALÍVEL) PARA UM CASAMENTO INFELIZ


O enredo é nosso velho conhecido: estudante passando o Carnaval em São João Nepomuceno vê, entre as passistas de uma escola de samba, uma menina maravilhosa, que, definitivamente, é ELA! É a mulher com a qual quero viver a vida inteira. Namoram, casam-se, e, algum tempo mais tarde, o cara diz que não aguenta mais conviver com a esposa que, na sexta-feira, dia de jogo do seu time (que está na segundona), quer porque quer ir no pagode.

Não precisa nem dizer que há duas alternativas: na primeira, ele fica assistindo ao jogo e a mulher passa a noite inteira resmungando e enchendo o saco; na segunda, ela bate o pé e ele resolve ir, mas fica o tempo chamando pra ir embora, reclamando que o short dela está muito curto, ou seja, esses terrorismos matrimoniais que todos conhecem muito bem.

Eu falei sobre um encontro no Carnaval apenas porque estamos no clima da folia, mas poderia ter ocorrido na rua, no supermercado, num enterro, ou outro lugar qualquer, mas o que acho mais curioso é que há uma tendência, que podemos considerar meio louca, de conhecer a pessoa fazendo uma determinada coisa e querer passar o resto da vida com ele (ou ela) fazendo uma coisa oposta. A moça se apaixona por um pastor, mas, casada, vive reclamando com as amigas que ele não a leva nunca no funk!

Ora, minha gente, o problema aí começa no apaixonamento: na maioria das vezes, apaixonamo-nos, não pela pessoa como ela é, mas sim por uma imagem idealizada daquela pessoa. O cara bebe pra caramba, mas a mulher casa achando que, só porque casou, o sujeito vai virar um abstêmio. A mulher é uma consumidora compulsiva, e o futuro marido acredita, piamente, que ela vai se tornar um modelo de controle financeiro. Isso sem falar nos violentos que, espera-se, vão se converter em amáveis e dóceis companheiros.

Tenho uma ex-colega que sabia muito bem o que queria do casamento e, por isso, conheceu o seu amado marido num clube de swing. O pior é que não deu certo: continuam casados, mas, segundo ela, ele tem uma “peladinha” quatro noites por semana, o que a incomoda muito, mas, vamos combinar, não me surpreende nem um pouco.

Resumindo, o que parece ser uma forma infalível de fracassar num relacionamento, seja ele qual for, é alimentar expectativas em relação à outra pessoa. Toda expectativa, por mais econômica que seja, tem, em si, três defeitos básicos: é ignorante, é impotente e é absolutamente casta.

Ignorante porque a pessoa desejante não tem a menor ideia que o outro realmente é; impotente porque, mesmo descobrindo o que o outro é, não há nada a se fazer para mudá-lo (ou mudá-la), e, finalmente, o que é muito ruim para qualquer relacionamento, totalmente casta, pois, por ser expectativa, é desejo, e, como se sabe, só desejamos aquilo que nos falta, ou seja, ficamos só na vontade.

Então, aproveitando o clima carnavalesco que, juridicamente, nunca esteve tão quente em São João, vamos descendo a passarela do samba com nosso filósofo maior Zeca Pagodinho: “deixa a vida me levar...”

Crônica: Jorge Marin
Foto      : Langley Photography, disponível em http://opoderdoblush.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.html

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

DE EL SHADAY A CANTARES


Essa foto sempre teve muito significado pra mim, pois, da mesma forma que aconteceu com o Pitomba, com as serenatas e de quando tocava com a Nely, teria sido igualmente uma época muito legal. Digo isso, não somente pelo lado musical, mas também pelo contato agradável com aqueles inesquecíveis amigos de jornada. Infelizmente, nem todos se encontravam nesse dia, quando, no anexo dos Trombeteiros, gravávamos um jingle para o Studio 35.

Primeiramente, em 1983, veio a nascer o Coral El Shaday, se é que poderíamos chamar de coral, pois era um grupo em que havia violões elétricos, contrabaixo, bongo e uma infinidade de outros instrumentos de percussão como: afoxé, chocalho, pandeiros, triângulo etc. Muitas vozes, em tons diferenciados e muitíssimo bem ensaiados, aconteciam em função de uma disciplina de ensaios, que eram quase sempre realizados no salão paroquial. Éramos responsáveis pela missa das dezoito horas, mas era muito comum também participarmos de jograis, serenatas beneficentes e outros.

Dois fatos muito me marcaram naquele período, sendo ambos com o nosso inesquecível amigo Neném Itaborahy, que, carinhosamente, era chamado pelos pitombenses de Baby. E ele se divertia muitíssimo com isso.

Um desses fatos aconteceu quando, ao encontrar certa vez com ele na rua, me perguntou se eu estaria entre o pessoal que havia feito uma serenata em sua casa na noite anterior. Mesmo sabendo da educação esmerada de nosso saudoso amigo, logo pensei: ih, é agora que vem chumbo grosso pro nosso lado! Assim, um tanto temeroso e cabisbaixo, em função de o hômi ser, além de um grande músico, também maestro, disse que sim. Para meu espanto, confessou que teria sido uma das serenatas mais bonitas que havia escutado e que a afinação dos instrumentos e das vozes estava perfeita. E que felicidade escutar aquilo vindo de Neném Itaborahy! 

Numa outra oportunidade, disse que sempre gostava de subir um pouco mais cedo quando ia buscar sua esposa na missa, apenas pra poder ficar alguns momentos do lado de fora escutando os cânticos.



Tempos mais tarde, já com o término do coral em 1985, surgiu a ideia de montarmos um conjunto, para que pudéssemos, através da música e de textos intercalados, levar uma mensagem cristã em nossas apresentações. Conjunto este que se chamou Cantares. Por sinal, uma inovação em matéria de evangelização, onde, visando principalmente os mais jovens, introduzimos, pela primeira vez na cidade, instrumentos e arranjos num estilo totalmente pop: bateria, teclado, contrabaixo, distorções, tumbadora, aparelhos potentes, jogo de luzes etc. Fizemos duas belas apresentações no centro cultural, ambas com o local totalmente ocupado.

Se, por um lado, alguns mais conservadores ficaram meio que assustados com aquela inovação de arranjos e parafernália de instrumentos, hoje é bastante gratificante vermos que a quase totalidade das igrejas seguiu o mesmo rumo. Bons conjuntos e, mesmo com alguns se excedendo um pouco mais no volume dos instrumentos, seguem, através da música, evangelizando e alegrando os mais diversos cultos.

Crônica: Serjão Missiaggia
Fotos   : acervo do autor

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


Vista aérea do Grupo Escolar Coronel José Braz, tendo, ao fundo, o Hospital São João e a Igreja do Rosário.

Foto: Serjão Missiaggia


CASOS CASA(RÕES) & seus detalhes misteriosos


QUEM JÁ ESTEVE NESSA CASA AÍ ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - O primeiro a reconhecer a casa do Sr. Gunga na Rua Zeca Henriques foi o Luiz Carlos Moura, seguido pela D. Renee Cruz. Também reconheceram a casa: Renato Espindola, Marcelo Oliveira, Lilian Loures, Silvia Avianna, Paulo Ladeira Ladeira, Cléa Pessoa, Denise Picorone e Bete Knop. 

O Nilson Magno Baptista, nossa enciclopédia, explicou "nesta casa viveu por muitos anos, juntamente com a família, o Sr. Edésio Ferreira, irmão do Sr. Hercílio Ferreira, o inesquecível "Bolote". Sr. Edésio era proprietário rural, grande produtor de leite e presidente do Sindicato Rural de São João Nepomuceno". 

Alguns não entraram na casa pela porta da frente, como revela a Mika, irmã do Serjão: "casa onde morou sr Gunga, irmão do Bolote.Fica na esquina da Av Zeca Henriques, antes da ponte para a Matriz. Quando minha família mudou-se para esta Av., nossos quintais eram separados por frágeis cercas de bambu.Entre nossa casa e esta , havia outra onde morava um casal de franceses.( depois morou a Nozinha, depois Carlota, depois Dr Geraldo Luís... etc ) Pois bem: saíamos do nosso quintal, passávamos pela casa dos franceses e saíamos no quintal desta casa do Gunga onde saboreávamos, escondido, muitas mangas gostosas".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE AÍ, MINHA GENTE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Pouca gente reconheceu a casa do Sr. Antônio Sachetto, na Rua Cônego Reis, ao lado da antiga casa do Jorge Marin (nem ele se lembrou!): somente a Maria Do Rosario Rigolon, filha do sr. Angilim, que tinha uma marcenaria do outro lado, e a Patricia Paula. Nesse mistério, marcamos ponto, pois nem o Maninho Sanábio (que desistiu) e nem o Luiz Carlos Moura, o Supercarteiro, acertaram.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O SAGRADO E A INDONÉSIA


Afinal, o que é sagrado? O ataque terrorista à revista francesa Charlie Hebdo, que publicava charges ofensivas ao profeta Maomé deixou algumas reflexões que acabam por afetar a todos nós, e aos nossos conceitos, ou preconceitos.

Um dos nossos ídolos de juventude, Tony Bellotto, dos Titãs, é enfático em sua coluna dO Globo: “nada é tão sagrado que não mereça uma profanação ou uma sacanagem”. Mesmo com toda a isenção e com todo o liberalismo ou libertarismo que tento imprimir em minha vida, não consigo corroborar a opinião do meu ídolo titã.

Explico: admito uma vida vivida sem nenhum tipo de referência a qualquer tipo de deus. No entanto, não consigo prescindir da existência do sagrado, não no sentido proselitista ou canônico, mas no reconhecimento de uma Lei, seja esta cultural, mesmo não escrita ou institucionalizada. A Lei existe justamente como um balizador do que é ou não permitido em determinada sociedade.

Podem perguntar: mas não é possível, como ocorre muito no Brasil, de se driblar a lei? Sim, é possível, mas há consequências. O que tento dizer é que, por mais abominável que seja o terrorismo (e é!), uma pessoa que, deliberadamente, achincalha, debocha ou desqualifica determinado símbolo que é sagrado para determinada cultura, está, de certa forma, cometendo uma violência. Não digo que uma charge deva ser retaliada com um tiro, mas entendo que provocar pessoas ou grupos é um ato que não deve vir acompanhado da certeza de uma resposta tolerante ou compreensiva.

Talvez, na realidade, eu seja um medroso, mas jamais vou desrespeitar a crença de ninguém: pessoas tocam meu interfone e me oferecem aqueles panfletos sobre o fim do mundo e a ressurreição dos mortos, e a minha reação é cumprimentá-las, agradecê-las pela preocupação com a minha salvação, mas dizer, com toda a calma, que, infelizmente, não compartilho daquela crença. Só isso.

Talvez no Brasil dos últimos anos tenhamos nos tornado moderninhos demais, liberaizinhos demais e, quando se trata de Lei, os nossos ídolos são aqueles que a burlam, que a contornam, que a enrolam. E basta ver as pessoas nas quais votamos para nos representar politicamente que iremos constatar a veracidade do que eu digo.

Por isso, quando um conterrâneo nosso desembarca num país estrangeiro onde, claramente, explicitamente, está registrado na lei que o tráfico de drogas é punido com a morte, e esse indivíduo trafica droga, nós, brasileiros, ficamos na dúvida: o que será que vai acontecer com ele? Quando a resposta, mais do que lógica, vem na forma de uma bala cravada no coração do criminoso, reclamamos: é barbárie, é uma paisinho atrasado. Gente, não é um país atrasado: é a maior nação islâmica do mundo, com mais de 230 milhões de habitantes!

Percebem que, nos dois casos, o que está em jogo é o respeito, ou não, a outras culturas? E, também em ambos, trata-se de consequências sinistras a atos de transgressão a tais culturas? Eu não faço defesa de nenhuma postura. Acho apenas que, mais do que qualquer lei sagrada, a terceira Lei de Newton é bem esclarecedora.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Catedral de Jakarta, disponível em https://www.flickr.com/photos/chocky_halomoan/6492246785/

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

CAUSOS DO STIDUM - Final: Um Pito do Bolote


Ainda lembrando alguns fatos pitorescos do Stidum. Certa vez meu amigo Beto, numa daquelas inocentes brincadeiras de criança, cismou em andar de olhos fechados em toda a extensão de sua beirada. O negócio, segundo ele, seria tentar mostrar, claro, além de coragem, que isso seria possível. Não foi!  Por sorte, veio a acontecer uma queda sem nenhum arranhão, principalmente, por ter caído centímetros de uma enorme pedra.

Numa época em que ainda não existia um dos muros laterais, gostávamos de ficar descendo e escorregando pelo barranco até próximo a água. Fazíamos isso com bastante maestria, mas sempre sentados. Até, que um belo dia, adivinhe quem? Isso mesmo, meu amigo Beto, resolvendo inovar, começou descer de barriga.  Minha mãe havia acabado de passar sobre a pequenina ponte que ligava uma rua a outra e ter me alertado sobre o perigo de cair naquela água. E não deu outra, quando, na tentativa de imitar meu amigo, e ignorando totalmente o alerta de minha mãe, lá fui eu tranquilamente deslizando de barriga barranco abaixo. E não é que teria sido uma descida tranquila e emocionante se não fosse pelo simples fato de ter me esquecido de perguntar ao saudoso amigo como faria pra frear?  Fui de cara naquela água barrenta e imunda pra descobrir, meses depois, diante de fortes dores abdominais, que havia pescado algumas amebas.

Hoje, observando como uma grande parcela da população fica a tratar impunemente seus rios e mananciais, poluindo-os com os mais diversos tipo de lixo, é que lembrei um fato que aconteceu comigo e o inesquecível Bolote. Foi certa vez, quando me encontrava sozinho na beirada do córrego e brincava de jogar pedras na água pra fazer patinho. Lembram dessa brincadeira? Então! No exato momento em que eu estava arremessando uma dessas pedras, para minha infelicidade, também estava o Bolote, acabando de passar com sua famosa charrete. Ao ver-me atirando a pedra, puxou com toda força a rédea, pulou da charrete e vindo “furioso” pro meu lado foi logo dizendo: “Ah, se eu te pego, italiano! Dá no pé e pare de sujar córrego!” Só sei que saí a duzentos por hora e entrei rapidinho dentro de casa. Moral de história: nunca mais joguei uma única pedra no córrego.

Sempre tive pavor de aranhas e, para meu desespero, era muito comum depararmos com alguma subindo o muro. Certa vez, enquanto da varanda observava o movimento da rua, vi quando duas senhoras, vindo andando em sua beirada, começaram a pular e a gritar pedindo para que eu fosse matar uma dessas. Fingi não escutar!!!

Acho que todos já ouviram falar da enchente de 1960, que, segundo historiadores, teria sido em função de uma tromba d’água que havia caído na nascente do Stidum. A forte correnteza veio arrastando tudo, inclusive algumas toras de uma marcenaria que existia ali naquele lava-jato na Rua Joaquim Murtinho. As tais toras, entre umas e outras coisas, ajudaram a entupir a passagem da água sobre as pontes e, saindo do leito, foram parar frente à casa de nosso irmão pitombense Suveleno. Graças a um de seus ônibus (Expresso Picorone), que estava estacionado em frente, nada aconteceu, pois serviu de barreira pra que elas não atingissem a casa.

Naquele córrego já caiu também um Aero Willis, que, segundo consta, teria perdido o freio enquanto descia a Guarda-Mor Furtado, sendo que o mesmo aconteceu com uma bicicleta. Dizem que teve uma pessoa que pulou certa vez ali para suicidar, mas, sinceramente, não me lembro.                                                                                                                                                         
Para terminar, confesso que dois fenômenos muito me intrigaram ao longo desses anos: um deles foi o fato de ver tantos casais de namorados ali sentados e nunca terem se desequilibrado, e o outro foi o mistério pelo qual dezenas e dezenas de bebuns passaram naquela beirada, e, cambaleando daqui, cambaleando dali, jamais terem caído lá dentro.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


Maravilha essa nossa Praça Daniel Sarmento: dignidade, beleza e... sombra (benditos os vereadores que tombaram essa árvore!).

CASOS CASA(RÕES) & seus detalhes misteriosos ???


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA DESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a casa da Dona Neuza do Carmo Bastos Rocha que, para nossa alegria, foi compartilhada pela mesma no Facebook, foi reconhecida por várias pessoas. Carolina Taui Furiati fez uma declaração de amor à casa: "a mais bonita e garbosa!... Minhas férias... infância... adolescência... 'minha paisagem interior' onde regressei inúmeras vezes já adulta - e por entre as suas árvores, ficou inevitavelmente parte de mim. EU, daqui, sentindo o cheiro e sabor das melhores lembranças!".

Também reconheceram e fizeram elogios à casa: Jacques Ângelo Rigolon, Maria Ângela Ayupe Resende, Alessandra Novaes Barbosa, Regina Célia Ribeiro Sampaio, Gelci Cizinha Girardi Mendonça de Oliveira, Da Paz da Silva Coletta, Ivan Moura Portugal, Regina Sá, Érika Freitas, Cristina Bedendo, Marcelo Oliveira, Rita Gouvêa Knop, Sônia Maria Itaborahy, Graça Lima, João Batista Martins Aglio, Lúcia Rodrigues de Mendonça, Finéias Rodrigues, Silva Avianna e Helena Furiati.

Finalmente, a palavra da dona da casa: "obrigada, Pitomba. Que prazer ver minha casa no seu blog. Quanta honra, pois ela é a casa dos meus sonhos, de toda a história de minha vida. Desde o noivado, 1956, o Orozimbo comprou-a para ali iniciarmos nossa família! Meu pai dizia que ela fora construída em 1926... Tempos que já lá vão...".

Nós é que agradecemos e também nos sentimos honrados, principalmente por serem palavras vindas de uma pessoa que, durante toda a vida, é conhecida por todos como Bonita.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Aline Costa foi a primeira a reconhecer o busto de Daniel Sarmento publicado na semana passada. Segundo ela, era comum subir nas árvores da pracinha na sua infância.

Tambèm acertaram: Ronilson Barbosa, Sebastião Luiz Costa e Rita Gouvêa Knop.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

REDAÇÃO NOTA 1.000 - DICAS


Mesmo sem querer ser nostálgico ou saudosista, vem porque quer a palavra “ufanismo” em meu texto e acho que tem a ver com uma publicação que fiz recentemente em meu Facebook. Explico: sabendo que, dos 6.193.565 estudantes que fizeram a redação do Enem-2014, apenas 250, ou seja, 0,004% do total, tiraram a nota máxima, fiquei meio besta. Mas, ao saber que, dos 250 que fizeram os 1.000 pontos, um é de Juiz de Fora, senti um certo patriotismo mineiro e divulguei a reportagem com o nome do brilhante garoto.

No entanto, bastou ler a reportagem completa que um certo desconforto tomou conta da minha alma. Se 0,004% dos candidatos fizeram 1.000 pontos, 8,54% deles tiraram ZERO! Isso me assustou muito porque confirma uma implicância que nós, coroas, temos em relação aos mais jovens: eles não sabem mais escrever, quando muito juntam letras e tentam transformá-las em sons.

Quem nunca recebeu uma mensagem no celular dizendo “aki naum tá legal,  bjos”? Aí vão dizer: é implicância, pois é uma forma de simplificar. Mas, se é pra reduzir, por que “naum” com 4 letras ao invés de “nao”, assim mesmo sem acento e com 3?

Fato é que a educação aqui neste nosso Brasil tem andado de mal a pior. E o pior, no caso, é que os investimentos estão sendo feitos, mas, por muita politicagem e modismo, a coisa não funciona. Querem um exemplo? Perguntem a uma professora qual é o sistema utilizado pela escola? Provavelmente, ela vai responder: olha, neste ano passado, nós voltamos a Piaget, mas, no ano anterior, era Vygotsky. No segundo semestre, pois, no primeiro, era Montessori. E por aí vai.

Outro complicador do sistema educacional tem sido as famílias, mais especificamente as mães. Quando estas não estão trabalhando fora de casa então, a coisa é feia, pois as escolas são obrigadas a ter que lidar com neuroses, frustrações e muito narcisismo. Vai aí outro exemplo: se uma professora chegar, como ocorria no meu tempo de estudante, e disser que vai aplicar uma prova surpresa, no mesmo dia umas trocentas mães vão estar esperando a coitada na saída. Lembram que, antigamente, os alunos esperavam o outro na saída pra brigar? Pois é: a essa altura, todos os anjinhos, via celular, já acionaram as mamães que estarão esperando a mestra armadas de paus e pedras. Em algumas escolas, literalmente.

Por isso, a minha grande referência, para os meus três filhos, não é de nenhum educador russo nem espanhol, mas de uma sanjoanense, a minha primeira professora Renée Cruz. E qual era o grande segredo da Dona Renée? NÃO CONVERSAR NA AULA! Ela, desde muito jovem, partiu dessa premissa, que pode parecer óbvia, mas que hoje em dia parece uma heresia, pois chamar a atenção de um aluno, ou aluna, que está conversando, é considerado repressão. Alguns ficam até publicando no Facebook durante a aula.

Portanto minha gente, além de estimular a leitura (que é fundamental), se quisermos ensinar às nossas crianças a voltar a escrever, repitam as palavras de minha sábia mestra quando começava aquele tititi na sala de aula: CALA A BOCA !!!

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

CEM MIL ACESSOS !!!


ATENÇÃO, PESSOAL!

Hoje NÃO é um dia especial, nem feriado, nem motivo para nenhum tipo de celebração.

Hoje, como fazemos todos os dias, EU E O SERJÃO chegamos aqui na nossa Birosca Virtual, publicamos um texto que, para variar, contava uma história sobre São João Nepomuceno. E assim como quem se senta na Barbearia do Odilon, ou num daqueles bancos da Pracinha do Coronel, ficamos proseando, lendo notícias sobre o Botafogo ou marcando uma sinuquinha para mais tarde.

E, da mesma forma como acontece na vida real, passa um amigo, e outro, e mais outro. Pra rir um pouco, reclamar do governo, ou apenas trocar figurinhas.

Pois bem, na data de hoje, 14 de janeiro de 2015, ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (como diziam as atas dos vicentinos), ESSAS VISITAS DE AMIGOS ATINGIRAM A MARCA DE 100.000. CEM MIL VISITAS!

É como se, de repente, TODA a população da cidade viesse nos visitar quatro vezes!

Podemos afirmar, com orgulho, que o Pitomba BLOG é o maior empreendimento de nossas vidas. Sei que alguns dirão: esses dois coroas são loucos pois não recebem nada pelo trabalho deles!

Aí, copiando aquele comercial de cartão de crédito, dizemos: AMIZADE, ADMIRAÇÃO, EMOÇÃO E CIDADANIA NÃO TÊM PREÇO! E isso nós recebemos, TODO DIA, de cada um de vocês.

Obrigado por dar significado ao nosso BLOG! Até os 200.000!


Jorge Marin

CAUSOS DO STIDUM - Parte 1: Um Resgate Musicado!!!


Foi deparando-me recentemente no Facebook com uma postagem feita por Jaqueline Girardi Reis, que vinha acompanhada por essa relíquia de foto acima, dos anos setenta, que eu, na condição de morador há mais de cinquenta anos do local, resolvi contar alguns causos pitorescos ali acontecidos. E o primeiro deles é mais ou menos assim:

Meu pai, já bem doente no final de mil novecentos e oitenta e oito, resolveu construir uma escada de madeira pra mim. Por sinal, uma escada incrivelmente pesada para que eu pudesse, segundo meu velho, alcançar alguns pontos de difícil acesso de nossa centenária casa. Jamais imaginaria e, com certeza, meu pai também não, que aquela escada seria tão útil no futuro.

Já no ano seguinte, mal haviam se passado duas semanas de seu falecimento, quando um corre-corre na rua, em direção ao córrego, nos dizia que algo muito estranho teria acontecido.  E não deu outra.

Ao chegar à sua beirada, visualizei de imediato que um carro havia caído lá dentro, e que,  tombado e posicionado de lado com o som ainda ligado, parecia estar com seu condutor preso ou desmaiado em seu interior.

Meio que desesperado diante da dificuldade dos mais de cinco metros que nos separavam do veículo, a única coisa que me veio à cabeça naquele momento foi buscar a tal escada que meu saudoso pai havia me deixado de herança. Coincidentemente, seu comprimento correspondia mais ou menos com a altura do muro, ou seja, em torno de seis metros.

E assim fui eu, desajeitado pela rua com aquele imenso peso nos ombros, tentar posicionar da melhor maneira a referida escada, o mais próximo possível do veiculo.  Tudo embalado com boas músicas vinda do interior do carro que, com seu som a toda altura, ainda permanecia ligado. Literalmente, um resgate com fundo musical.

O pior foi que eu não conseguia de forma alguma, devido à altura do muro, dispor a escada no leito do córrego, pois, infelizmente, ela era um pouco menor que a altura do muro. Como única alternativa, na tentativa de ajeitá-la com mais segurança, procurei com a ajuda de alguns voluntários que se prontificaram a firmar minhas pernas, debruçar sobre aqueles murinhos jogando metade de meu corpo para baixo. Esta seria a única maneira de conseguir alcançar e continuar a firmar a escada.

Naquele instante, sem que ninguém estivesse esperando (principalmente eu), eis que me sai de dentro do carro, com todo gás, nosso amigo acidentado. Para meu espanto e desespero, em função de não ter ainda acabado de acomodar a escada, ele começou a subir os degraus como um relâmpago. Enquanto isso, com a ajuda da galera da superfície, que continuava agarrada em minhas pernas, eu tentava a todo custo firmar a escada, que, ainda perigosamente reta paralela ao muro, ficava insistindo em querer tombar para o lado oposto.  Foi quando percebi que algo acabara de passar como foguete por cima de mim e que, usando meu corpo como degrau, somente não me jogou lá dentro devido à ajuda daqueles que permaneciam segurando  minhas pernas.Do contrário, meu amigo, eu teria  também mergulhado com escada e tudo pra dentro do STIDUM!

Por ironia do destino, apenas duas semanas depois daquele ocorrido, começou a obra de cobertura do córrego, hoje Pracinha do Chafariz. Fazê o quê, né!

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Face da Jaqueline Girardi Reis

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


Este lugar aí, de manhã cedinho, é um espetáculo!

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASA(RÕES) & seus detalhes misteriosos


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Começando por todos nós, pitombenses, muita gente reconheceu a casa inesquecível do Sílvio Heleno Picorone. No entanto, a Dona Renée Cruz parece ter resumido melhor do que ninguém a definição: "esta casa é patrimônio de São João! O patriarca é uma figura inesquecível! Grande figura, grandes casos. Seus filhos herdaram o bom humor e o sarcasmo dele. Saudoso Anginho Picorone (com G porque vem de Ângelo). Sempre com X no lugar de S nos fins das palavras!"

Também se lembraram o Luiz Carlos Moura, Marcelo Oliveira, Maria de Fátima Oliva (sobrinha da dona Celeste e do dr. Heraldo, vizinhos da casa), Graça Lima e Lucilene A. C. Paulo.

A Cristina Velasco Itaborahy lembrou-se do "sequestro" do tablado da dona Mariana, que já contamos aqui no BLOG em http://grupopitomba.blogspot.com.br/2011/12/releituras-festivais-e-futebol.html

Rever aquela casa é quase como voltar à nossa infância e adolescência. Se não foi a casa da nossa família, foi, com certeza, a casa da família que mais curtíamos, e ainda curtimos.

Foto          : Serjão Missiaggia
Texto final: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - A "casa com jeitinho de poesia", da Dona Déa Verardo Loures, foi reconhecida por várias pessoas: além dos habitués Maninho Sanábio e Nilson Magno Baptista, também a reconheceram Ronilson Barbosa, Marcelo Oliveira, Patrícia Paula, Sílvia Avianna, Lílian Loures e José Alberto Bellini.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

AS CHAVES DA FELICIDADE


Tendo dedicado as últimas postagens à alegria e à felicidade, dizendo como NÃO ser feliz em 2015, e também sobre a ética da alegria, é inevitável a pergunta que recebi via e-mail anteontem: “então, COMO ser feliz?”.

Tenho fixado o olhar sobre esse assunto porque parece que a questão, em nosso século, tornou-se a coisa mais importante da vida. Se, antigamente, preocupávamos em salvar a nossa alma, hoje parece que o lance é ser feliz, e não apenas ser feliz agora, mas ser feliz o tempo todo ou, pelo menos, na maior parte do tempo.

O problema é que a noção de felicidade para uma pessoa que nasceu na década de 50 é bem diferente da noção de felicidade para uma pessoa que nasceu no século XXI. No nosso tempo de meninos, a felicidade era muito ligada à religião: segundo Cristo, seriam felizes os humildes, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, e outros tantos desafortunados.

Fazendo um corte semelhante àquele do filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, vemos hoje que a felicidade está muito ligada a alguns estágios que o filósofo dinamarquês Kierkgaard descreveu no século XIX. Primeiramente, o estágio estético: é feliz quem faz o que quiser, transa com quem quiser, compra tudo o que quiser, noção muito bem capturada pelos profissionais de mídia modernos que resumem tudo isso ao poder econômico e financeiro. O slogan para este estágio seria aquele do filme “curtindo a vida adoidado”.

O segundo estágio, chamado ético, é o sujeito bom, mas não naturalmente bom, e sim porque uma pessoa conformada ao condicionamento social. Dessa forma, um exemplo de pessoa eticamente feliz seria o ecologista politicamente correto. Ou seja, pessoas que acreditam que, usando a razão, levam um tipo de vida corretíssimo, que deve ser imitado por todos. É a felicidade encontrada nos livros de autoajuda.

O terceiro estágio é o religioso. Este se expressa de dois modos: no primeiro deles, a pessoa segue a religião de forma automática, conectada ao seu livro sagrado, feliz porque, diz ela, só aquele caminho conduz a Deus, mais ou menos como aprendemos sobre os fariseus antigamente, ou como procedem alguns crentes fundamentalistas no mundo de hoje (que até matam em nome de Deus).

O outro modo do estágio religioso é a desistência, ou o salto no escuro, como diz o filósofo. É um momento em que, mais do que sacrificar tudo em nome de Deus (como o fez Abraão), o homem reconhece-se dentro da angústia existencial: um ser finito, perdido, que só faz o que é possível, e que jamais será absolutamente feliz, nem obtendo todos os objetos do seu desejo e nem seguindo todas as dicas do Facebook.

Termino aqui e prometo não voltar tão cedo a esse tema da felicidade, pois, quanto mais estudo a matéria, mais descubro maneiras diferentes de ser infeliz.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : frame do filme Batman, o Cavaleiro das Trevas

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A IGREJINHA DO SANTO ANTÔNIO


Não sei quantos de vocês, sanjoanenses, já tiveram o privilégio de conhecer o local, mas, para aqueles que ainda não o fizeram, procurem o quanto antes, pois, com certeza, não irão se arrepender! Acho que muitos poderão até se surpreender.

Mas, antes de começar a falar novamente um pouquinho mais sobre a capelinha, gostaria, primeiramente, de chamar a atenção para a beleza do lugar. Um recanto superacolhedor, talvez um dos últimos redutos urbanos da cidade que nos faz sentir que o tempo, às vezes, pode até nos parecer um pouco menos rápido. 

E, para todos aqueles que um dia irão se aventurar a subir a colina, vai aí apenas uma dica: quando lá chegarem, procurem, antes de tudo, sentarem por instantes na escadinha de acesso à porta da igreja. Notarão, de imediato, que uma suave brisa estará à nossa espera, juntamente com uma paz muito gostosa. Confesso achar que existe até certa magia pairando no lugar, pois não há uma única vez em que lá estou e que não fico a pensar na possibilidade de se construir ali um MIRANTE.

O pequeno acervo que se encontra no interior da igrejinha (Via Sacra e uma das imagens de Santo Antônio), veio com meu Vô Chico da Itália e foi doado após a inauguração. Podemos observar que a Via Sacra está toda ela escrita também em Italiano e estão fixadas na parede em pequenos quadrinhos de madeira.

As molduras originais tiveram que ser substituídas devido aos cupins. Pelo motivo da existência de outras imagens de Santo Antônio no interior da capela, não saberia precisar qual delas veio com meu avô da Itália. A inauguração da Capela aconteceu em 09 de novembro de 1924.

Três anos após escrever esse texto e ter ido recentemente fazer uma nova visita à Igrejinha do Santo Antônio, qual não foi a minha surpresa quando, ao chegar ao local, deparei-me com uma imensa grade circuncidando aquele belo cartão postal. 

Infelizmente, fui obrigado a reconhecer que os tempos mudaram muito (e como!), e que algo bastante sério teria motivado uma medida radical como aquela.

Apenas continuei a não entender os motivos pelos quais não teria sido preservado aquele pequenino, histórico e, por que não, também o ULTIMO CORETO da cidade.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

BELEZAS DA TERRINHA



CHEGANDO EM SÃO JOÃO PARA CURTIR FÉRIAS (quem já se emocionou com essa paisagem?).

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASA(RÕES) & detalhes misteriosos


QUEM JÁ VIVEU ALGUMA HISTÓRIA NESSE CASARÃO ??? (NÓS JÁ!)

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - A casa da Rua Nova, esquina com a Rua do Sarmento, foi reconhecida por várias pessoas. Sobrinha dos antigos proprietários, a Graça Lima lembrou que "era a casa da minha tia Zezé e tio Sabino que trabalhou na Casa Leite! Ela era irmã do meu pai. Tio Sabino todo ano fazia um presépio de impressionar muita gente (o Bellini também se lembrou desse presépio). Tudo funcionava. Um moinho d'água que ia girando era maravilhoso! E melhor que isso (eu ainda acreditava em Papai Noel). Ela sempre tinha um bolo pronto pra quando a gente fosse lá. Maravilha enorme casa esquina da Rua Nova com a Rua do Calçadão. Saudades enormes dessa casa e as histórias dela. Fechei, manda um prêmio! Prêmio maior é lembrar tudo isso! Onde estiver, tio Sabino, manda o espírito verdadeiro do natal pra todos que não sabem o que significa".

Outro sobrinho, o Heloísio Rodrigues também se lembrou da casa, onde a mãe dele morou até se casar. Também se lembraram: João Bosco Tôrres, José Carlos Barroso, Luiz Carlos Moura, Silvana Mesquita Bertolini Penchel, Ana Márcia Girardi, Alessandra Novaes Barbosa, Fátima Furtado, Lúcia Rodrigues de Mendonça, Celso Theodoro, Bete Knop (que brincava com a Rosário, filha do casal de proprietários).

Finalmente, o Márcio Velasco lembrou-se de outra fase da casa, em 1975, quando lá funcionava o consultório do Dr. Moysés Assafin, e ele foi gravar no local uma pequena palestra do médico sobre o hormônio do pâncreas para as alunas da Escola Normal.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


ONDE FICA ESSA CASA COM JEITINHO DE POESIA ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - quem melhor definiu a casa-mistério da semana passada foi um de seus moradores, Luiz Peres, que assim a definiu: "casa construída em abril de 1957, pelo casal, Haroldo Peres (pai) e Maísa Prézia (mãe) 'in memorian', na Rua Rui Barbosa nº 02 - Bairro Santa Rita - São João Nepomuceno MG. Os filhos Luiz Peres, Flávio, Maísa, Marisa e Fábio agradecem pelo carinho, Pitomba BLOG".

A casa também foi reconhecida por outros leitores, como o Maninho Sanábio, João Bosco Tôrres, Lúcia Rigolon e Cristina Bedendo.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

2015 É SÓ ALEGRIA!


Passadas as festas, a alegria e a euforia, já em 2015 temos uma conta vencendo e, ainda pisando em confetes e copos descartáveis, contemplamos um céu de anil, como se dizia, mas, afinal, perguntam os meus filhos, o que é essa porcaria de anil?

Normalmente, tenho a mania de ficar analisando as coisas e as pessoas, comparando, avaliando. Ou seja, sou um chato! Outro chato, este do século XVII, analisando a busca incessante pela alegria, afirmava: “não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a julgamos boa”.

Aí, a gente percebe que tudo aquilo que fizemos na virada do ano para atrair prosperidade foi uma tremenda besteira, ou, colocado de outra forma, não comemos lentilha porque dinheiro é uma coisa muito boa, mas, na verdade, grande parte do valor do dinheiro é determinado porque comemos lentilha no réveillon. Pelo menos, assim pensava Espinoza, um dos pais da Ética.

Aí, um dos convidados da festa pode deixar o seu tablet (sim, porque, nestes tempos, para cada cem pessoas dançando, há pelo menos umas setenta conectadas em seus gadgets eletrônicos), e então questionar o filósofo:
- Você não está entendendo, véi, dinheiro é bom porque é naturalmente bom, e não porque eu acho que ele é bom.

Pois é, eu também pensava assim, que as coisas eram “naturalmente” boas. Por exemplo, desejo determinada mulher porque ela é muito gata, supergata. Mas, segundo meu guru holandês, ela só é supergata porque eu a desejo.

Essa Ética, matéria aliás da qual estamos carentes até a medula, é uma ética da ALEGRIA, porque é a busca da alegria que nos impulsiona, esse é o único sentimento que Espinoza reconhece. Ah, mas e a tristeza? É a falta de alegria! E o amor? É a alegria direcionada a uma causa exterior. E o ódio, tão presente em nosso mundo? É a falta de alegria também direcionada a uma causa exterior.

O fato é que, mesmo no século XXI, as pessoas são treinadas para acreditar que a razão está no controle; afinal, temos que controlar nossas paixões. Besteira! Aquela bobagem que você falou na noite passada, e que atribuiu aos efeitos da tacinha de champanha que tomou, na verdade é a sua potência de agir atuando em nome da alegria.

Assim, se tudo se resume à alegria, a questão de viver bem resume-se à retirada dos acessórios que normalmente associamos ao afeto, tipo “falta de”, “e se não” ou “e depois”, e vivenciar, saborear, apreciar e cultivar... a ALEGRIA! Palavra do Pitomba BLOG, ALEGRIA de ser sanjoanense.

Ah, e, para os mais jovens, anil é um corante azul.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Alissa, disponível em http://www.deviantart.com/art/Eternal-Blue-Sky-242891465

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL