Enquanto
fazíamos, na semana passada, aquela postagem sobre NOSSO CALÇAMENTO EM PEDRAS, lembrei-me
de um fato interessante que ocorreu na minha infância.
Era
uma tarde chuvosa de meio de semana em 1968, quando um BUZINAÇO ensurdecedor, vindo
do Largo da Matriz, chamou minha atenção. Neste momento, como sempre acontecia,
estava eu e minha turma brincando próximo à ponte, no inicio da subida do
morro. Já havia rumores pela cidade e nas mesas de nossas casas de que algo
relativo a ASFALTO estaria para acontecer.
Nós,
crianças, não pensávamos noutra coisa, que não fosse o asfaltamento de São João. Aos nossos olhos, a cidade estaria
crescendo e iria ficar muito bonita e os carros iriam deslizar mansamente sem trepidações.
Ou melhor, sem ficar dando “bancadas” (era desta forma que nos referíamos
quando passava carros nos buracos).
E
assim, com nossas cabecinhas um tanto ingênuas, e transbordando de alegria,
saímos gritando em disparada ao encontro daquelas enormes máquinas que começavam
a descer a Rua Guarda Mor Furtado: VIVA, VÃO ASFALTAR SÃO JOÃO! VIVA, VÃO
ASFALTAR SÃO JOÃO!
Até
que, poucos dias depois, para nossa imensa decepção, ficaríamos sabendo que
aquelas máquinas gigantescas estavam, na verdade, chegando para dar início às
obras da estrada São João - Bicas. Para nós, meninos, foi uma noticia muito
triste, pois já havíamos feito planos de ficar acompanhando o asfaltamento de
cada rua.
Hoje,
quarenta e cinco anos se passaram e, diante dessa lembrança, vejo-me agora numa
situação no mínimo inusitada, ou seja, caminharei em sentido CONTRÁRIO àquilo
que um dia, no passado, teria sido meu próprio sonho.
Enfim,
crescemos...
Crônica
e foto: Serjão Missiaggia
Muitas vezes acontece a sobreposição de asfalto sobre pavimentos de pedras, gerando muitos inconvenientes. Estes problemas podem ser vistos nas ruas em que o calçamento de pedras recebeu o asfalto. Em muitas delas é possível ver o desenho das pedras pelos trincos que estão abrindo na camada e este movimento varia proporcionalmente com a variação da temperatura. A partir da abertura destes trincos ou fissuras, inicia-se um processo de infiltração da água que aos pouco com o peso do tráfego vai deteriorando a camada, que lentamente vai se desgastando, sendo carregada para os cursos d’água.
ResponderExcluirPara aqueles que moram próximos a uma via asfaltada é fácil constatar que mesmo após o pôr do sol, ele ainda continua irradiando calor por um bom tempo provocando assim um maior aquecimento das paredes externas das casas, que consequentemente, acaba liberando parte deste calor para o interior das residências, causando um desconforto térmico muito grande. Segundo estudos, o aumento da temperatura é de até 3º C, mas com sensação térmica de 5º C.
ResponderExcluirDaqui da minha janela em Juiz de Fora, olho o manto negro do asfalto e, vendo a inundação que se forma no cruzamento das ruas em frente à minha casa com uma chuvinha de cinco minutos, me dá vontade de voltar correndo para São João, ou um outro lugar onde os calçamentos em pedra são valorizados, como o Coliseu em Roma, ou a Praça Vermelha em Moscou, ou mesmo ruas mais recentes de Milão.
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