sexta-feira, 16 de agosto de 2013

DEUS: VERSÃO DO AGNÓSTICO


São mesmo tempos loucos estes em que vivemos, dizem.  A corrida desenfreada, o corpo a corpo, violências, enchentes e perversões diversas compõem um quadro caótico no qual, vez ou outra, arrependemo-nos de trazer filhos pra cá.  O que vai ser dessa geração? – é a pergunta que ouço a cada ano que passa.

No entanto, mesmo na noite mais negra, ou no poço mais fundo, ou na dor mais atroz, uma certeza podemos ter: NÃO ESTAMOS SÓS!  E digo isto com uma certeza que não me vem dos livros nem de mestres ou de modismos.  No silêncio supremo, quando não ouvimos nem mesmo os nossos pensamentos, brota a segurança... de um pai e de uma mãe!

Há sempre um pai nas leis que não se pode transgredir, nas forças fundamentais, no brilho implacável do sol e também no que não se deve, no que não presta e no que fere fundo o outro.

Da mesma forma, caminha pelo chão, entre as flores, uma mãe que acalma, acalenta e alivia.   É uma luz refletida, uma força que repousa, um grito que silencia.  Nos braços da mãe que nos protege, adormecemos e, sob a lua, sonhamos.

Moléculas das gotículas da água de um oceano imensurável, elevamo-nos por alguns segundos sobre as ondas e, conscientes, imaginamos ter controle sobre as águas e, quando nos esborrachamos na areia, julgamo-nos vítimas isoladas de uma deidade impiedosa.

Despertos da ilusão de grandeza, ainda que muitas vezes depois do tombo, possamos todos refletir sobre o que causa a felicidade e o que causa verdadeiramente a dor, e tenhamos a lucidez para ESCOLHER a felicidade e nos livrar das armadilhas do sofrimento que passa, muitas vezes, pelo egoísmo.

E assim, assistidos pelo nosso pai e pela nossa mãe, reais, ideais ou primordiais, creio ser possível aprender a não escolher o caminho do sofrimento, que é o primeiro passo – de muitos – na busca da felicidade.  Como se vê, esta só pode ser atingida na senda da simplicidade, no âmago familiar e na companhia daquelas outras moléculas daquelas gotículas que, a exemplo de nós, “se acham”...

Crônica: Jorge Marin

Foto: Gary Thesilver-fox, disponível em http://www.deviantart.com/art/True-Happness-is-Shared-107650885

2 comentários:

  1. Amigo Jorge Marin,

    Seu texto é muito bom. Mas, não se esqueça, neste imensurável universo (micro ou macro), com infinitilhões de átomos e galáxias, "a verdade está lá fora".

    Ou dentro de nosso coração (sem contar que nosso cérebro é a mesma coisa cósmica que o universo; repleto de estrelas, planetas, energia...).

    Moléculas de gotículas dos oceanos.

    Meu afetuoso abraço,

    César Brandão
    www.cesarbrandao.com




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    1. Obrigado, meu amigo, sei que a felicidade é o silêncio de não revelá-la.

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