De
manhã, no corre-corre do dia a dia, passo pelo quarto do meu filho e o vejo
dormindo tranquilamente. Vem à mente a música
do Renato Russo: “gosto de ver você dormir, que nem criança com a boca
aberta...”
Mas,
ali, naquele momento é mesmo uma criança com a boca aberta. E nada é mais belo, mais calmo e mais bonito
do que uma criança dormindo, no esplendor de sua inocência. Meu Deus, pergunto, mas qual é o segredo de
tamanha paz?
Sento-me
na outra cama e fico admirando... Daqui
a pouco, a criança vai acordar e sair correndo pela casa, e falar, e cantar, e
bagunçar tudo pela frente. Quem é pai ou
mãe, e presta atenção, percebe que não há maior explosão de felicidade num
despertar de criança.
Sem
querer tirar qualquer lição de moral da cena (sou apenas um pai admirando o
filho dormir), posso intuir algumas coisas: primeiramente, nessa cena não há
espaço para emoções conflitivas, como raiva, ciúme, ou mesmo a simples dúvida.
Enquanto
nos mordemos de ansiedade, tentando definir qual é a melhor estratégia para
conduzir nossas vidas no caminho da felicidade, ou qual é a forma mais eficaz
para apagar da memória os sofrimentos do passado, a criança, simplesmente
(mente simples?), É feliz!
Penso:
será que há um meio de conseguir retornar a essa primitiva inocência e dormir
com tanta placidez? Aí, dou risada, pois
me percebo premeditando a naturalidade.
Meu
filho acorda: “Bom dia, pai! Dormiu bem?”. Digo que sim e, por um momento, tenho plena
certeza de que a vida é boa, muito boa...
Crônica:
Jorge Marin
Amigo Jorge
ResponderExcluirCapturando e compartilhando as pequenas e importantes belezas do cotidiano.
Desejo que mantenha a sensibilidade no olhar e a capacidade de se expressar.
Querido amigo Jorge,
ResponderExcluirEu com minha dificuldade de dormir à noite, vim ao blog, e que texto EXCELENTE. 4:31h da madrugada, com efetuoso abraço,
César Brandão
wwww.cesarbrandao.com