sábado, 13 de abril de 2013

O ÚLTIMO DOS MÓI & CANO: 4 - Os Limites do Medo



O ser humano é mesmo um animal regido por emoções.  Ao encararmos, pela primeira vez, a criatura que invadira nossa casa, ficamos petrificados pelo medo.  Em seguida, nós, que tanto prezamos a vida, fomos totalmente tomados pelo ódio.  É que aquele amigo, do alheio, valendo-se do nosso momento emocionado, aproveitou e... rapou fora!

Não me restando alternativa, e fazendo uso de meus poderes como chefe de família, fui de imediato sugerindo que, em caso de triunfarmos sobre nosso inimigo, ou amigo, sei lá,  que arrumássemos uma maneira de proporcionar-lhe uma morte rápida e sem sofrimentos. A família, que nunca me ouvira falar daquela maneira antes, congelou.  Sabiam da minha temperança, mas reconheciam que eu jamais voltava atrás nas minhas decisões.

Reconheço que foi uma declaração um tanto bombástica, principalmente naquela altura do campeonato, mas falar o quê nessa hora? A seguir fui, de imediato, procurar uma loja de materiais agrícolas pra me aconselhar. Voltei pra casa com três saquinhos de... VENENO!   O conteúdo era um daqueles granulados verdes que, conforme a promessa de meu atendente, seria capaz de proporcionar uma morte serena e digna.  Senti aí que meu oponente estaria em boas mãos!  O tal atendente disse ainda que todo aquele procedimento seria ecologicamente correto e indolor.  

Sem vislumbrar outra alternativa, espalhei quase meio quilo do referido granulado por toda casa e periferia, até mesmo na varanda.  Sabíamos que o nosso inimigo/amigo tinha por hábito devorar todo tipo de comida que encontrasse disponível.  E o danado voltou.  E comeu aquilo por dois dias seguidos, porém sem nenhuma reação apaente.  Ou essa droga não serve pra nada ou havia passado de validade, pensei.  Foi quando resolvi, no intuito de dar um basta DE VEZ nessa história, colocar em ação minha infalível ARMADILHA SECRETA, que o velho Tunim deixou como herança. E assim foi!

E não é que, passados pouco mais de dez minutos, nós conseguimos capturá-lo?  Confesso que morri de pena e, sinceramente, aquele seu olhar triste me tocou bastante. E agora? Fazer o que com Mus, seu veradeiro nome segundo os documentos?  Já vi pessoas afogarem muitos desqualificado daquela espécie, enquanto outros, com maior frieza e objetividade, resolviam a situação com uma simples cacetada. De minha parte, jamais o faria e, se tiver que ser assim, liberto-o novamente, mesmo sabendo que ele voltará, em seguida, a delinquir.  Mas, agora, o que faço? Antes nem tivesse aprisionado o coitado! (vejam, na próxima sexta, o final da história)

Crônica: Serjão Missiaggia

2 comentários:

  1. Matar ou não matar?
    Eis a questão.
    Aguardo sua decisão.

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  2. Mika, conhecendo, como você bem conhece, o autor, você JÁ sabe o que vai acontecer, mas não conte pra ninguém!

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BRIGADU, GENTE!

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