De pé,
em frente a tabacaria, espero o futuro
Sei que
a morte vem antes pois não há mais tabuleta
E nem
versos, e nem sinal do Esteves
Ou dos
que estiveram por aqui.
É noite
e o neon acende em línguas alienígenas
E a
razia de drogados pirados e putas se instala
Não há
motivos para a paz
E o
céu, que já estava vazio, se apaga de vez
Com um
eclipse e uma elipse de sujeitos (anjos?)
Já
ocultos.
Miro um
nirvana que não há como solicitar
Preciso
de um silêncio que não sei como descrever
E
anseio a paz de campos tão álvaros
Que
pessoa alguma caligrafaria.
No
entanto, que voz usar para pedir o que se não tem para dar?
Por
qual meio obter o que não há a não ser no ar?
Dos
mundos que pensamos das luzes com que nos alucinamos
Qual
estrada seguir para não chegar ao já aprendido?
Cansado,
ferido no ego por um diagnóstico
Atropelado
por um discurso pedante e metafísico
Tento
me equilibrar em sinédoques
Enquanto
metalepses midiáticas denunciam meus cabelos brancos.
Não sou
santo,
Fluxos
de paixões viajam pelo meu peito
Na mão,
um jeito de protesto
E, nos
lábios cerrados, um ódio presente.
Mas o
sinal amarela
O neon
apaga
Passa,
pela madrugada, um pedreiro
Caieiro?
E o
silêncio lentamente se acaba...
Poesia:
Jorge Marin
Foto: Arto Revonkorpi, disponível em http://browse.deviantart.com/?q=TOBACCO+SHOP&offset=24#/d3mf02
Foto: Arto Revonkorpi, disponível em http://browse.deviantart.com/?q=TOBACCO+SHOP&offset=24#/d3mf02
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