Relendo
dias atrás a excelente crônica de meu amigo parceiro Jorge Marin, intitulada Maritacaataca,
me lembrei de um pequeno e grande amigo que tive na infância.
Foi
a mais pura verdade, e bem como sugere o titulo desta croniqueta, eu tive mesmo
a felicidade de ter um Gnorimopsar Chop.
Por favor, não vejam no Google, senão perde a graça.
Já
dizia o velho ditado: Quem não tem cão (e eu nunca tive um) caça com gato, por
sinal, também, nunca tive um gato, sobrando então esta difícil missão para meu
pobre Gnorimopsar Chop.
Seu
nome era Tico.
Extremamente
sistemático brincalhão e amigo. Superdesconfiado, bravo, medroso e muitas vezes
antissocial. Interessante como os animais assimilam algumas macacuias de seus
donos. Com meu Gnorimopsar Chop não poderia ser diferente.
Também,
o coitadinho veio a ser meu VIRA-LATA EMPENADO por modestos vinte e um ANOS! Segundo alguns estudiosos, isto é coisa rara,
mas que daria tempo suficiente pra aprender alguns de nossos tiquezinhos
nervosos. Aí não teve mesmo escapatória
pro meu pobre amigo...
Lembro-me
como se fosse hoje de sua chegada. Eu
ainda menino, mais ou menos com meus dez a onze anos, vi meu mano chegar de
viagem com uma caixa de sapatos toda vazada em pequenos furos. Mas confesso que
fiquei bastante decepcionado. Sua aparência em nada me agradou. Aquela coisa
pelada e branquela, recém-chegado da cidade de Pains, era algo muito distante
do que imaginava ser. E ainda tive, nas primeiras semanas, três vezes ao dia,
que tratá-lo dando alimentos pela boca. E como o danadinho gostava de fazer
cocô.
O
tempo foi passando e meu já inseparável amigo começava a se transformar num
belo e inteligente ser. Tornou-se um membro efetivo da família e já reconhecendo
cada pessoa começava a manifestar suas preferências. E quando cismava com
alguém? Aí era um caos!
Corria
pelo chão tentando alcançar os pés daqueles que para ele seriam estranhas.
Minha namorada que o diga, pois por um bom tempo sofreu muito com seus ataques.
Alguns achavam que poderia ser ciúme, mas dito pelo não dito, o negocio era
subir numa cadeira e torcer pra que ele desistisse da perseguição. Para acalmá-la eu dizia que nenhum Gnorimopsar
Chop gosta de Gata (e era a mais pura verdade!).
Em
compensação para aqueles aos quais era mais acostumado fazia um show à parte.
Na verdade, apegou-se mesmo, plenamente, somente a mim e ao meu pai.
Ficava
no terreiro como verdadeiro cão de guarda e, mesmo estando distante, sabíamos
tudo que se passava no local. Desenvolveu
uma linguagem própria pra cada movimento ou passagem de pessoas, sendo que, conseguíamos
perfeitamente identificar vários objetos que acaso estavam sendo carregados por
alguém.
(continua)
Crônica:
Serjão Missiaggia
Como me lembro Serjão!Mesmo já estando casada e fora da casa paterna, ficava admirada com tal dedicação sua e do pai e da receptividade dele com vcs.Era uma belezura!
ResponderExcluirEdna Maria Missiaggia Picorone
E quando o chamávamos?
ResponderExcluir-Tico, Tico? Cadê você?
Ele então aparecia e abaixava a cabecinha pra gente fazer carinho.
Como o pai gostava dele...
Mika