Semana passada,
falávamos no chororô de véi, mas, justiça seja feita, até que estamos nos saindo
muito bem. Embora insistam em dizer que
depois dos 50 é a melhor idade, isso é uma grande mentira: todo mundo sabe que
a melhor idade é a juventude. Mas nós,
os coroas de hoje, com nossas camisetas de Led Zeppelin, bermuda e chinelão,
podemos dizer que estamos vivendo o melhor momento das nossas vidas. Embora transtornos aconteçam...
Ontem,
por exemplo, fui à casa de um de meus amigos pra levar alguns CAQUIS. O cara tava saindo do banho e tomou outro de
perfume. Não era o Vitess, mas ardeu meu
nariz de tão agressivo. Na verdade, desenvolvi uma sensibilidade a cheiros de dar
inveja a muito cachorro. Perfume forte então nem se fala! Chego a ficar com dor de cabeça. Na oportunidade convidou-me para saborear uma
bela torta de atum tendo como sobremesa um delicioso PUDIM. E como iria dizer a ele que ultimamente estaria
mais devagar com comidas pesadas e de ter adquirido certa intolerância a
lactose? Depois seria aTUUUUNs e PUUUUNdins
pra todo lado. Confesso que não foi
fácil! Pra terminar, combinamos fazer
uma boa caminhada, é claro, depois da digestão.
E assim
dessa forma por aí vai. Não é muito raro escutarmos, nas rodinhas, coisa tipo Joanetes Inflamados, Bico de Papagaio incomodando,
Espinhela caída, Labirintite ao levantar rápido da cama, discreta Artrose no
joelho, Triglicérides e colesterol LDL um pouco alto, taxa de Glicose no
limite, Ácido Úrico descontrolado, Libido pedindo socorro, Insônia moderada além
do famoso estresse, estresse, estresse. Tudo isso pra não falar das receitas
milagrosas e da moda tais como Gérmen de Trigo, Quinoa, Linhaça (e tem que ser
dourada) levedo de Cerveja e muitas outras.
E não
adianta darmos uma de durão, pois, assim como o tempo, esta máquina divina e
tão perfeita em que habitamos, também envelhecerá. Detalhe: Não há
privilegiados. Em alguns casos, a genética ajuda muito e umas boas
recauchutadas também, mas o máximo que iremos conseguir será apenas adiar, um
pouco mais, o inevitável. Ainda acho que o bom astral, o riso constante
aliado a uma vida equilibrada, tanto no plano físico como espiritual, será sempre
o melhor remédio. E se o negocio é se
livrar dos tais RADICAIS livres é bom sermos radicais e afastarmos da nossa
vida, mágoa, inveja, falsas aparências e outras coisas que ficam a nos roubar
preciosas energias. Tentar manter aceso um pouco daquele lado criança que
sempre existiu em cada um de nós, tem efeito milagroso, pois além de não custar absolutamente nada e ser
isento de contra-indicação, não causa nenhum efeito colateral.
ENFIM, ESPERO
QUE VOCE NÃO SEJA APENAS MAIS UM DAQUELES QUE PINTAVA O SETE, E QUE HOJE... SÓ TENTA.
Crônica:
Serjão Missiaggia
Foto: BeyondTheHorizon, disponível em http://browse.deviantart.com/photography/?qh=§ion=&q=elderly+enjoying#/d1fyl4u
Foto: BeyondTheHorizon, disponível em http://browse.deviantart.com/photography/?qh=§ion=&q=elderly+enjoying#/d1fyl4u
Cada idade tem suas belezas e cruezas! Geralmente temos muita energia e pouca direção na juventude e muita direção e pouca energia na maturidade. Falar que depois dos sessenta é a melhor idade chega a ser sacanagem! Talvez a melhor idade seja aquela em que tenhamos a consciência e uma natural paz de espírito para perceber nosso mundo interior e o mundo que nos cerca como um lugar de possibilidades (boas e ruins) em que, com um pouco de esforço e sorte, consigamos trilhar alguns bons caminhos e evitar outros tantos ruins, até que nossa viagem termine.
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