Tenho amado tanto
Que não há mais função para
o punhal
Sorvo com doçura os venenos
e as poções
E compartilho com os
espíritos errantes
A certeza da vertigem das
horas
Tua pele é a substância
existencial
De que são feitos os meus
sonhos
A boca fonte dentada de
sortilégios
É o umbral do paraíso e os
olhos
Quando neles me perco
Me perco
Chego contigo à liberdade
E tudo é uma razia de neons
adormecidos
No meio de palmeiras e promessas
De copos-de-leite
Tua roupa é um convite a
solstícios
E um beijo molhado denuncia
o tempo como virtual
E ele para!
Num cinema sem tela
Estamos tão próximos
Que confundimos a posse dos
gozos
Enquanto espelhos inúteis
reforçam o silêncio
Sabemos de uma chuva por
ouvir trovões
E a paz dos corpos suados só
é quebrada
Pelo tictac de um relógio
velho.
Poesia: Jorge Marin
Foto: Amanda Com, disponível em http://browse.deviantart.com/photography/?q=mouth&offset=24#/d4t0f49
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