quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A BOCA DA EXISTENCIALISTA



Tenho amado tanto
Que não há mais função para o punhal
Sorvo com doçura os venenos e as poções
E compartilho com os espíritos errantes
A certeza da vertigem das horas

Tua pele é a substância existencial
De que são feitos os meus sonhos
A boca fonte dentada de sortilégios
É o umbral do paraíso e os olhos
Quando neles me perco
Me perco

Chego contigo à liberdade
E tudo é uma razia de neons adormecidos
No meio de palmeiras e promessas
De copos-de-leite
Tua roupa é um convite a solstícios
E um beijo molhado denuncia o tempo como virtual
E ele para!

Num cinema sem tela
 Estamos tão próximos
Que confundimos a posse dos gozos
Enquanto espelhos inúteis reforçam o silêncio
Sabemos de uma chuva por ouvir trovões
E a paz dos corpos suados só é quebrada
Pelo tictac de um relógio velho.

Poesia: Jorge Marin

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