NA
SEMANA PASSADA, comecei a contar para vocês sobre o meu Gnorimopsar Chop. Na época, pedi que não consultassem o Google
para não estragar a surpresa. Hoje, quem
consultar o Google vai achar, sabem o quê?
Pois é... a nossa crônica da semana passada. Mas, para aqueles que conseguirem aguentar a
curiosidade, vou dar uma dica. O meu
amigo Gnorimopsar Chop é da família Icteridae.
Ficou mais fácil?
Mas,
voltando ao meu terreiro, percebi logo que o meu novo amigo era cheio de
manias. Por exemplo, tinha ódio de
vassouras. Nunca descobri o motivo, mas só
sei que insistia em BRIGAR COM ELAS. E,
se fosse piaçava então que a coisa “pegava fogo”. Ficava
tão irritado que parecia que iria desmaiar.
Morria
de medo daquelas escadas de pedreiro e, quanto maiores fossem, pior seria seu
medo. Debatia a ponto de se machucar!
Até
a presença de gato no terreiro ficávamos sabendo. E se chegasse alguém que não fosse da família,
ele ficava bastante agitado e anunciava de imediato.
E
assim, à medida que o tempo ia passando, mais amigo e inteligente ele ficava. Nosso apego a ele foi aumentando mais e mais e
cada dia que passava, coisas novas ia aprendendo. Um autodidata com certeza!
Se,
por um lado, sempre foi um cagão nato (cagão de cocô), por outro, era superlimpo
e adorava tomar banho. E teria que ser
em água límpida e com sua banheira bem limpinha. O tanto de vezes que fazíamos a troca da água
era o tanto de banhos que tomava. Debatia-se
como louco dentro d’água e ficava a molhar tudo ao seu redor. Não estava nem aí para aqueles que estivessem
em sua volta e, quem não quisesse se molhar, tinha simplesmente que sair de
perto.
Adorava
se agarrar em minha camisa para puxar a caixa de fósforos de meu bolso. Após abri-la COM UMA HABILIDADE SEM IGUAL, sacava
alguns palitos e comia a cabeça de pólvora. Ainda bem que este bicho não era chegado a
Puns! Já imaginou gases expelidos
cheirando a salitre, enxofre etc?
Outra
coisa que gostava muito era de subir em nossas cabeças pra catar caspas. O danadinho fazia uma assepsia em nossos
cabelos de dar inveja a muitos produtos existentes no mercado.
Certa
vez, ao recebermos algumas visitas o deixamos solto na mesa. Ficaram maravilhados, pois, inspiradíssimo
naquele dia, além de comer inúmeros palitos de fósforos, ainda ficava a tombar
os copos pra beber o resto dos líquidos. E assim, brincando sobre a mesa, sempre
escorregando no liso da madeira, ficava aos olhares cada vez mais admirados e
incrédulos das pessoas. Foi quando aproveitei
para fazer uma de minhas apresentações de adestramento.
Após
dirigir-me ao cômodo mais distante da casa e me esconder debaixo da cama,
fiquei a chamá-lo: TIIIICO-TIIIICO. E
não é que em poucos segundos ele me achou? Como se não bastasse, ainda foi caminhando
lentamente para próximo de onde eu estava e, após se aproximar, abaixou a
cabeça e, retorcendo o pescoço, solicitou afago.
Aliás,
nesse terreno de “afagos”, o Gnorimopsar é um caso à parte. Semana que vem eu conto...
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: dispnível em http://www.clubedocriador.com/clube/artigos/index.php?&sessao=Zt%3Q%3Q&artigo=ZQNjAmN%3Q#.UIHilcVY2p4
Foto: dispnível em http://www.clubedocriador.com/clube/artigos/index.php?&sessao=Zt%3Q%3Q&artigo=ZQNjAmN%3Q#.UIHilcVY2p4
Lembro-me de tudo.
ResponderExcluirMuito amado foi ele. Amado por nós e por nosso pai.
Conte sobre a vez em que ele fugiu e alguém o prendeu. Que sufoco... que agonia...
Mika