sexta-feira, 19 de agosto de 2011

NOSSO MUNDÃO E NADA MAIS

Foto publicada originalmente em cultura-adolescente.blogspot.com

Como era bom se esconder naquelas árvores do morro, principalmente quando brincávamos de pique esconde. Isso quando as lacerdinhas nos deixavam em paz. Constantemente, tínhamos que sair correndo e ir até em casa para lavar os olhos com bastante água. Confesso que ardia pra caramba!
Falando em pique esconde, um fato interessante aconteceu certa vez.
Existia um lugar secreto que somente eu conhecia. Era em cima da laje da varanda da minha casa. Impossível alguém descobrir aquele lugar, pois, para chegar nele, somente escalando um muro que ficava dentro de nosso terreno.
Pois bem.
Teve uma noite na qual, ao começar o pique, me escondi, imediatamente, nesse lugar.
Após escalar o referido muro e alcançar o esconderijo, procurei deitar na laje, enquanto aquele monte de gente ficava inutilmente a me procurar. O céu estava incrivelmente estrelado e lembro-me bem que fazia muito frio naquela noite.
E assim, foram passando os minutos e as horas, até que, diante de num silêncio muito estranho, fui perceber, já quase congelado, que a turma havia se mandado há muito tempo. Todos no quentinho de suas casas, enquanto o bobo aqui, permanecia lá.

Também, naquela subida da Matriz, ficávamos fascinados toda vez que, ao se aproximar o Natal, era montado, na varando do Sr. Quincas, por suas irmãs, dona Paixão e Jandira, um imenso e belo presépio. Corríamos todos pra lá e permanecíamos horas e horas, do lado de fora, viajando no tempo diante daquelas imagens.

Na primeira casa da subida, morava tia Dalva e Vó Pina e, onde hoje é a casa do tio João, era somente terreiro.

Ao lado deste terreiro, moravam o Sr. Cléber e a dona Maura, juntamente com as filhas Maria e Suely, esta última colega de minha irmã.
Muitas vezes, chegamos a ser desafiados pelas meninas que moravam nas imediações, pra bater uma Bandeirinha naquela ponte da subida da Matriz ou mesmo jogar bola na calçada. Pior que quase sempre perdíamos.

Como não existia ainda a casa dos Mattos, fazíamos, naquele local, o nosso campinho de futebol. Somente depois, após a construção da casa, é que fomos ter como amigos o Zé Márcio e o Marquinho.

A seguir vinha a casa do Sr. Miguel Fan. Juntamente com sua esposa, que agora me foge à memória, morava também seu filho Miguelzinho e suas irmãs: Norminha, Eliane e Maria da Graça.

Na semana que vem, o famoso Beco.
(continua)

(Crônica: Serjão Missiaggia)

3 comentários:

  1. Serjão, que saudade daquele tempo!...
    O presépio na casa do sr. Quincas era lindo e as árvores da Matriz eram fabulosas, cortadas de tal forma a dar-nos esconderijos espetaculares.
    E a subida do morro? Vovó Pina sentada na sua cadeira, fazia da sua varanda um ponto certo de parada para um bom bate papo.
    Quanto ao lote vago, imagine que vi a construção tanto da casa que você mencionou, quanto a do lote vago e até a do Miguel Fan. Brinquei muito ali. Atravessava de um lado ao outro e sofria a cada construção que surgia. Ainda bem que tudo isto era compensado com a chegada de novos amigos como estes que você citou. O nome da esposa do Sr MIguel Fan era dona Geni. Sr. Miguel Fan tinha um caminhão e não havia coisa melhor, para a meninada da rua, do que quando ele chegava no portão de sua casa e dizia: " meninada, vamos dar uma volta de caminhão. Juntem o resto da turma."Então, subíamos todos na carroceria e ele, numa paciência tremenda, percorria várias ruas da cidade com a meninada cantando alto e acenando para as pessoas.
    Brincávamos de garrafão, de cantoras ( Sílvia era a cantora principal) e tantas outras brincadeiras. A rua era toda das crinças.
    E os Guazzes? ( não sei se é assim que se escreve) E a família do sr. Luiz e dona Terezinha?
    Boas lembranças...
    Mika

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  2. Nilson Magno Baptista24 de agosto de 2011 às 09:25

    Serjão,quando o homem chegou à Lua,em 1969,assisti ao momento histórico na casa do sr.Luiz Paula e Dª Terezinha,naquela casa onde hoje mora um de seus filhos,nosso amigo,hoje advogado,Luiz Paula Filho (Arruda).Ô tempo bom,meu Deus!...

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  3. Que orgulho ter vc. como irmão!Não deixa nunca de colocar suas lembranças na escrita, pois vc. é um verdadeiro escritor e tudo que coloca no seu Blok são lembranças vividas realmente.A esposa de Miguel Fã que vc. esqueceu o nome era D. Geny, lembra agora?Parabéns e aguardo com ansiedade as outras crônicas.Abraços Edna

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