sexta-feira, 12 de agosto de 2011

NOSSO MUNDÃO E NADA MAIS

Foto publicada no site www.sjonline.com.br (Morro da Matriz)

Continuando nosso trajeto, passamos pela casa do Sr. Gunga e Dona Ivonilde. Ali, naquele lugar onde foi construída a casa do Dr. Geraldo, existia um terreirão com um frondoso pé de manga (espada) e muitas galinhas. Poucas vezes ali entramos. Andando um pouco mais, precisamente naquela esquina do Sr. Gunga, funcionou por um bom tempo a padaria do Manezinho. Chegar ali pra comprar brevidade, caçarola e paçoquinha era tudo de bom.
Seguindo em direção à farmácia do Devolde. morava o Ricardinho e, naquele bequinho, o Fausto. Ambos também faziam parte da trupe.
Falando em farmácia do Devolde, era pra lá mesmo que nos dirigíamos nos momentos de alguma doença ou machucado. As famílias faziam do lugar, juntamente com as demais farmácias, o porto seguro nos momentos de aflição. De lá, quase sempre saíamos com aquele famoso xaropinho pra peito cheio, uma pomadinha pra machucado ou, simplesmente, algum fortificante. Fazíamos nossos curativos e morríamos de medo de ter que tomar injeção. Depois, era só pedir pra colocar tudo na conta do pai. Ir para hospital nesta época, somente quando a coisa tava brava mesmo.
Próxima parada: A casa do Sr Gastão e sua esposa dona Menininha, que moravam com seus filhos, entre eles o amigo ao qual agora me dirijo.
Confesso que ficava fascinado com a sua coleção de indiozinhos e soldadinhos. Aqueles mesmos que eram encontrados nas embalagens do chocolate Toddy. Comprei várias latas e nunca consegui encontrar o danado daquele apache. Também, somente o amigo possuía, na coleção de maços de cigarros, o famoso Beverly vermelho. Ninguém mais!!! Só mais tarde é que ficaríamos sabendo que tudo não passava de um truque: após passar sabão naquele maço amarelo, a reação química o transformava em vermelho. A maneira com a qual os acondicionávamos nas caixas de fósforo, e também a forma com que os manuseávamos entre os dedos nos momentos das barganhas, era mais que criativa. Marcas como Beduíno, Fulgor, Oriental, Fio de Ouro, Everest e outros eram caçados como raridades nos cantos das calçadas.
Posteriormente, o Sr. Gastão veio a adquirir aquela antenazinha externa que sintonizava a TV Rio canal 13. Em pouquíssimas casas existia uma dessa. Algumas vezes, para lá nos dirigíamos, pois era ruim perdermos o Nacional Kid.
Próximo a esquina da Rua Joaquim Murtinho, moravam o Sr. Jair e dona Evelina. Eram pais do Jairzinho, Salete e Jairo, este também componente da nossa turma.
Bem ao lado, na subida da Matriz, morava o Major Edson e dona Marilda, tendo como filhos: Jairzinho e dois outros irmãos cujos nomes agora me fogem a memória. Era raro, mas, vez ou outra o Jairzinho, vinha brincar conosco.
E, por falar em morro da Matriz, era nele que descíamos com nossos carrinhos de rolimã. Quantas e quantas vezes disparávamos morro abaixo devido, entre umas e outras coisas, à notável deficiência de nossos freios. Com a velocidade que alcançávamos na descida, não conseguíamos fazer a curva e, quase sempre, passávamos reto. Íamos parar no meio da rua. Interessante é que, nesta hora, pensávamos em tudo, menos em ser atropelados por um carro.
Muitas vezes construíamos nossos próprios carrinhos, sendo que cheguei, com o auxilio de meu pai, a fazer um com rodas de madeira. Depois, era só colocar óleo queimado no eixo, e ficar curtindo o rastro e cheiro de fumaça deixados pra trás...
(continua)

(Crônica: Serjão Missiaggia)

2 comentários:

  1. Nacional Kid foi o meu grande herói e de toda de uma geração.
    Bons tempos em que o bem vencia o mau...
    Dorinha

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  2. Na farmácia do Devolde, trabalhou muito tempo o Jota. Ele nos servia com uma eficiência e uma dedicação sem igual.E olhe,que, naquela época,não existiam treinamentos para tais atendimentos.
    E o Elir, filho da dona Menininha? Você se lembra dele? Elir dançava muito, adorava bailes e foi parte integrante daquele pedaço de rua.
    Quintal do Dunga? Aí eu brinquei demais com minhas amigas. Pulávamos a cerca que separava nossos quintais e arrumávamos nossos brinquedos por lá. Pegávamos manga, flores , pedrinhas...
    Ao lado da farmácia do Devolde moravam as grandes mestras: Dona Cinila e irmã.
    Gostei da caminhada que fez por estas ruas. Acrescentei mais algumas pessoas por terem feito parte da minha vida também.
    Gostei! Senti saudades.
    Mika

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