Mais um
assunto polêmico... a tatuagem na testa.
Arte
corporal que a cada dia ganha mais adeptos, a tatuagem, vista pelos nossos pais
como coisa de bandido, vai aos poucos se difundindo entre os nossos jovens.
Nesta semana,
no entanto, ao dar uma nova destinação para suas agulhas – a punição - um
tatuador de São Bernardo do Campo abre um debate nacional que, como todos os
outros, não vai dar em nada, mas serve para observamos a quantas andam os
brasileiros e brasileiras.
A
princípio, os comentários foram favoráveis ao tatuador, dizendo que, como o
Estado não toma nenhum tipo de providência contra os bandidos, caberia a todos
nós fazer justiça com as próprias mãos, no caso com as próprias agulhas.
Do outro
lado, uma multidão defendendo o suposto ladrão que, no presente caso, é a
vítima, dizendo que o moço tem problemas de uso de substâncias e não estava em
seu juízo perfeito.
O
problema dessas polêmicas é que elas são muito ilustrativas, não do que são ou
pensam os seus personagens, mas sim DAS PESSOAS QUE COMENTAM. Dizem, dos dois
lados: ah, mas eu queria ver se fosse com o seu filho! E esse argumento sempre
me irrita muito, pois revela uma situação muito pessoal.
Ora, se
um pai ou uma mãe testemunham uma violência com um filho seu, a sua reação é
muito PARTICULAR, e vai do grito ao tiro, pois é uma situação EXTREMA.
Mas não
foi o que ocorreu. Tivemos uma situação de possível furto de uma bicicleta,
cujo presumido autor, menor de idade, foi constrangido por dois elementos, que
o prenderam e torturaram. Pois aquilo que foi feito na testa do moço NÃO foi
tatuagem: foi uma ferida feita propositalmente com um instrumento de tatuador
com o objetivo de causar dor, ferimento e vergonha.
Frequentemente
ouço argumentos de pessoas que acham que o melhor remédio para criar filhos honestos
e “direitos” é infligir algum tipo de dor: coça, reguada, palmatória, chicote,
varinha de marmelo e coisas do tipo.
Fazendo
as contas, percebo que a geração que passou por esses castigos físicos, na
faixa dos sessenta ou mais, nos deu figuras públicas que hoje ocupam a
Presidência da República, ou ocupou a presidência da Câmara dos Deputados (hoje
preso), ou ocupa a presidência do Senado (investigado) ou ocupa a presidência
do STF.
Ou seja,
se pancada melhorasse alguma coisa, bolinha de pingue-pongue usada seria
vendida em joalheria.
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível em http://www.beforeyourtattoo.com/tattooing-procedure.html
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