sexta-feira, 16 de junho de 2017

TATUAGEM NA CABEÇA!


Mais um assunto polêmico... a tatuagem na testa.

Arte corporal que a cada dia ganha mais adeptos, a tatuagem, vista pelos nossos pais como coisa de bandido, vai aos poucos se difundindo entre os nossos jovens.

Nesta semana, no entanto, ao dar uma nova destinação para suas agulhas – a punição - um tatuador de São Bernardo do Campo abre um debate nacional que, como todos os outros, não vai dar em nada, mas serve para observamos a quantas andam os brasileiros e brasileiras.

A princípio, os comentários foram favoráveis ao tatuador, dizendo que, como o Estado não toma nenhum tipo de providência contra os bandidos, caberia a todos nós fazer justiça com as próprias mãos, no caso com as próprias agulhas.

Do outro lado, uma multidão defendendo o suposto ladrão que, no presente caso, é a vítima, dizendo que o moço tem problemas de uso de substâncias e não estava em seu juízo perfeito.

O problema dessas polêmicas é que elas são muito ilustrativas, não do que são ou pensam os seus personagens, mas sim DAS PESSOAS QUE COMENTAM. Dizem, dos dois lados: ah, mas eu queria ver se fosse com o seu filho! E esse argumento sempre me irrita muito, pois revela uma situação muito pessoal.

Ora, se um pai ou uma mãe testemunham uma violência com um filho seu, a sua reação é muito PARTICULAR, e vai do grito ao tiro, pois é uma situação EXTREMA.

Mas não foi o que ocorreu. Tivemos uma situação de possível furto de uma bicicleta, cujo presumido autor, menor de idade, foi constrangido por dois elementos, que o prenderam e torturaram. Pois aquilo que foi feito na testa do moço NÃO foi tatuagem: foi uma ferida feita propositalmente com um instrumento de tatuador com o objetivo de causar dor, ferimento e vergonha.

Frequentemente ouço argumentos de pessoas que acham que o melhor remédio para criar filhos honestos e “direitos” é infligir algum tipo de dor: coça, reguada, palmatória, chicote, varinha de marmelo e coisas do tipo.

Fazendo as contas, percebo que a geração que passou por esses castigos físicos, na faixa dos sessenta ou mais, nos deu figuras públicas que hoje ocupam a Presidência da República, ou ocupou a presidência da Câmara dos Deputados (hoje preso), ou ocupa a presidência do Senado (investigado) ou ocupa a presidência do STF.

Ou seja, se pancada melhorasse alguma coisa, bolinha de pingue-pongue usada seria vendida em joalheria.    

Crônica: Jorge Marin

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