sexta-feira, 30 de junho de 2017

APRENDENDO INGRÊS NO RUBRO BAR


Hoje o tema seria o Rubro Bar. Mas não só. De repente, me peguei lembrando de todos os encontros em que a música estava presente. E isso inclui também os hi-fis, as “brincadeiras dançantes” que tanto agitavam a vida de todos nós, adolescentes dos anos 70s.

Uma novidade supermoderna, as Rádios FM, lançavam os hits, que, em sua maioria eram temas das novelas da TV Tupi e da Globo. Normalmente, assim como acontece hoje, eram duas trilhas, uma nacional, com artistas brasileiros, e outra trilha, essa internacional, com artistas... brasileiros também.

Quem não se lembra de Terry Winter, Malcolm Forrest, Pete Dunaway, Mark Davis & Uncle Jack (ambos são o Fábio Júnior), Tony Stevens & Christie Burg (ambos Jessé), Morris Albert, Dave Maclean e Michael Sullivan? Pois é, TODOS brasileiros.

Mas, o mais engraçado em tudo isso era que a gente não sabia NADA de inglês. O Professor Biel até que tentava ensinar, mas éramos completamente analfabetos na língua da rainha.

Então aconteciam fatos muito curiosos, que só hoje, em tempos de Google Tradutor, é que a gente percebe. Ás vezes, esperávamos aquela música “lentinha” para sussurrar no ouvido da gata, o que pensávamos ser uma letra romântica dos Pholhas (quem se lembra de My Mistake?): “I was sent to prison / For having murdered my wife / Because she was living with him / I lost my head and shot her”. Ou seja, naquela pegação toda, estávamos dizendo mais ou menos assim: eu fui pra cadeira porque matei minha mulher, porque ela tava com outro, eu perdi a cabeça e atirei nela. Já pensaram se fosse hoje? A banda inteira seria enquadrada na Lei Maria da Penha!

Lembro-me que uma vez estávamos sentados na Pracinha do Coronel e, ouvindo a gente cantar, o Paulinho Cricri chegou, pegou um violão e começou a fazer a introdução de Something dos Beatles. Como os caras de Liverpool estavam numa fase meio mística, acreditávamos piamente que a letra tinha algo a ver com religião. Chegávamos até a cantar aquele “You know I believe and how” (você sabe o quanto eu acredito) do final em “Now I believe em God” (agora acredito em Deus). Muito católico, mas pouco correto. E o pior é que a música fala sobre "o jeito que ela anda".

Lógico que nada disso atrapalhou o sentimento, a loucura, a doçura e a beleza que eram aqueles anos maravilhosos na nossa terrinha garbosa.

Crônica: Jorge Marin

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