Observando
essa fotografia, lamentei que tivesse sido o único registro de um momento
musical muito bacana que tive. Infelizmente, apenas alguns componentes do
referido coral estariam presentes naquela noite, quando fomos musicalizar o
casamento de uma amiga na capelinha de São José.
Fazíamos
parte de um coral muitíssimo bem ensaiado, onde, além do instrumental, havia um
belo jogo de vocal. Participávamos sempre de jograis, mas nosso principal
objetivo eram as missas dominicais as 6:30 na Igreja Matriz. Missas essas, sempre
celebradas pelo alegre e inesquecível amigo Geraldo Dornelas.
Numa bela
madrugada, saímos em serenata pelas ruas da cidade para angariar alguns
trocados na intenção de comprarmos um aparelho de guitarra. Como já possuíamos
um contrabaixo elétrico e diversos instrumentos de percussão e ritmo, fazia-se
necessário já há algum tempo, um aparelho para os violões. Foi quando
conseguiríamos adquirir nosso famoso aparelho de marca Palmer.
Numa
dessas serenatas, tivemos a difícil missão de ir tocar justamente na casa de
nosso saudoso amigo e eterno maestro Neném Itaborahy. Pra lá seguimos, não sem
antes fazermos uma parada técnica. A intenção seria darmos aquela minuciosa afinação
nos instrumentos, pois haveria um ouvinte de ouvido absoluto naquela casa. Por
sinal, este procedimento veio a durar quase meia hora, tanto era o desejo de
perfeição ante a ansiedade de sermos observados pelo amigo maestro. Modéstia à
parte, foi uma serenata belíssima. Pelo menos pra nós!
No outro
dia, descendo despretensiosamente a Coronel José Dutra, alguém saindo da
alfaiataria do inesquecível amigo Udson me chamou do outro lado da rua. Gelei
de vez! Afinal de contas, tratava-se nada mais nada menos que nosso amigo Neném
Itaborahy. Pior que, de imediato, veio perguntando se eu estaria na referida serenata.
Aí que o trem lascou de vez! Vem puxão de orelha aí, pensei! Quando, pra minha
surpresa, após nos dar os parabéns, disse que teria sido umas das serenatas
mais bonitas e afinadas que havia escutado. Pra completar, ainda comentou que
toda vez que ia esperar sua esposa após a missa, procurava subir mais cedo pra
ficar escutando as músicas.
Interessante
que este fato nos faz também lembrar que teria sido justamente o coral El
Shaddai que, na década de oitenta, ao introduzir um novo perfil musical com
instrumentos elétricos e percussão, veio a se tornar uma grande novidade nas
celebrações, dando início assim a esse ritmo alegre e descontraído tão comum
nas missas atuais.
Mas,
voltando aos elogios do maestro Neném Itaborahy, após agradecer em nome do
coral, fui saindo feliz da vida.
Crônica:
Serjão Missiaggia
Foto: acervo do autor
Adoro... Adoro... Muito bom ler suas histórias, Serginho. Grande abraço!
ResponderExcluirSoninha.
Valeu, Soninha. A gente vai lembrando e a EMOÇÃO é sempre a mesma!
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