quarta-feira, 21 de junho de 2017

CORAL EL SHADDAI


Observando essa fotografia, lamentei que tivesse sido o único registro de um momento musical muito bacana que tive. Infelizmente, apenas alguns componentes do referido coral estariam presentes naquela noite, quando fomos musicalizar o casamento de uma amiga na capelinha de São José.

Fazíamos parte de um coral muitíssimo bem ensaiado, onde, além do instrumental, havia um belo jogo de vocal. Participávamos sempre de jograis, mas nosso principal objetivo eram as missas dominicais as 6:30 na Igreja Matriz. Missas essas, sempre celebradas pelo alegre e inesquecível amigo Geraldo Dornelas.

Numa bela madrugada, saímos em serenata pelas ruas da cidade para angariar alguns trocados na intenção de comprarmos um aparelho de guitarra. Como já possuíamos um contrabaixo elétrico e diversos instrumentos de percussão e ritmo, fazia-se necessário já há algum tempo, um aparelho para os violões. Foi quando conseguiríamos adquirir nosso famoso aparelho de marca Palmer.

Numa dessas serenatas, tivemos a difícil missão de ir tocar justamente na casa de nosso saudoso amigo e eterno maestro Neném Itaborahy. Pra lá seguimos, não sem antes fazermos uma parada técnica. A intenção seria darmos aquela minuciosa afinação nos instrumentos, pois haveria um ouvinte de ouvido absoluto naquela casa. Por sinal, este procedimento veio a durar quase meia hora, tanto era o desejo de perfeição ante a ansiedade de sermos observados pelo amigo maestro. Modéstia à parte, foi uma serenata belíssima. Pelo menos pra nós!

No outro dia, descendo despretensiosamente a Coronel José Dutra, alguém saindo da alfaiataria do inesquecível amigo Udson me chamou do outro lado da rua. Gelei de vez! Afinal de contas, tratava-se nada mais nada menos que nosso amigo Neném Itaborahy. Pior que, de imediato, veio perguntando se eu estaria na referida serenata. Aí que o trem lascou de vez!   Vem puxão de orelha aí, pensei! Quando, pra minha surpresa, após nos dar os parabéns, disse que teria sido umas das serenatas mais bonitas e afinadas que havia escutado. Pra completar, ainda comentou que toda vez que ia esperar sua esposa após a missa, procurava subir mais cedo pra ficar escutando as músicas.

Interessante que este fato nos faz também lembrar que teria sido justamente o coral El Shaddai que, na década de oitenta, ao introduzir um novo perfil musical com instrumentos elétricos e percussão, veio a se tornar uma grande novidade nas celebrações, dando início assim a esse ritmo alegre e descontraído tão comum nas missas atuais.

Mas, voltando aos elogios do maestro Neném Itaborahy, após agradecer em nome do coral, fui saindo feliz da vida.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: acervo do autor

2 comentários:

  1. Adoro... Adoro... Muito bom ler suas histórias, Serginho. Grande abraço!
    Soninha.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu, Soninha. A gente vai lembrando e a EMOÇÃO é sempre a mesma!

      Excluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL