Na semana
anterior, ao publicarmos o texto sobre o QUEIMA DA CASA LEITE, um amigo
conterrâneo nos enviou mensagem sugerindo postagem sobre a PEDRA DA TIPOGRAFIA.
Sendo assim, mesmo já tendo sido postada a referida matéria aqui no blog, foi
pensando nele e nos inúmeros novos amigos, que resolvemos postá-la novamente.
Nesta altura do campeonato, muitos já deverão estar
admirados com o descuido gramatical que vem acompanhando o título desta
croniqueta, mas, antes de jogarem “preda”, deixem-me explicar.
Propositalmente, fiz essa brincadeira em
circunstância de um clique de memória que tive no exato momento em que fui
tentar fotografar aquela plaquinha da Voz de São João e não mais tê-la
encontrado. Sinceramente, tinha a impressão de que ainda permanecia numa
parede ao lado de onde sempre existiu, ou seja, que continuava afixada no
antigo prédio da Papelaria Moderna. Um verdadeiro patrimônio cultural, a
indicar o lugar conhecido por todos nós, como A PEDRA DA TIPOGRAFIA (Mural da
Voz de São João). Por sinal, patrimônio cultural este que, por muitas décadas,
veio a fazer parte do cotidiano sanjoanense e da vida de várias gerações.
Mas o que teria tudo isso a ver com a PREDA? Presto
aí uma singela homenagem a um grande amigo de infância e adolescência, que se
chamava Roberto Paula, carinhosamente conhecido por todos nós por Beto Preto.
Enquanto criança, era desta forma que ele se referia ao local, sendo que teria
sido justamente uma dessas referências que ficaria gravada para sempre em minha
memória.
Foi quando, num belo dia em que estávamos brincando
de descer o morro da Matriz de carrinho de rolimã, ele, todo entusiasmado, chegou
dizendo que havia visto um papel na PREDA DA TIPOGRAFIA e que o tal papel dizia
que iria chegar um circo na cidade. Se realmente chegou o tal circo, confesso
não me lembrar, mas sua frase, com certeza, se eternizou em meu inconsciente.
Mas, voltando à PREDA, digo à PEDRA DA TIPOGRAFIA,
ideia genial criada pela família Rocha ainda no início do século, acredito que
não haverá uma santa pessoa na cidade que não se recorda de alguma nota marcante
ou mesmo convites sociais como esse do panfleto acima, que ali um dia teria
sido afixado. Muitos anúncios bons, outros até ruins, como aqueles que vinham
escritos nos famosos panfletos de falecimento. No meu caso, ficou marcado uma
bela homenagem a John Lennon, deixada pelo nosso saudoso amigo Paulinho
Cri-Cri.
Mas todos eles de imensurável utilidade pública,
principalmente numa época em que a tecnologia das comunicações, se comparada
aos dias atuais, ainda engatinhava, deixando as notícias bem mais distantes.
Interessante que, mesmo ainda hoje, ao passar pelo
calçadão, muitos de nós, talvez de forma inconsciente, não deixamos de dar uma
olhadinha básica para aquele local. Somente depois constatamos que,
infelizmente, não mais existe uma PEDRA no caminho, e que, no caminho, não mais
existe uma PEDRA.
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto : acervo do autor
Nenhum comentário:
Postar um comentário