quarta-feira, 6 de julho de 2016

A PREDA DA TIPOGRAFIA


Na semana anterior, ao publicarmos o texto sobre o QUEIMA DA CASA LEITE, um amigo conterrâneo nos enviou mensagem sugerindo postagem sobre a PEDRA DA TIPOGRAFIA. Sendo assim, mesmo já tendo sido postada a referida matéria aqui no blog, foi pensando nele e nos inúmeros novos amigos, que resolvemos postá-la novamente.                                                   
                                                
Nesta altura do campeonato, muitos já deverão estar admirados com o descuido gramatical que vem acompanhando o título desta croniqueta, mas, antes de jogarem “preda”, deixem-me explicar.

Propositalmente, fiz essa brincadeira em circunstância de um clique de memória que tive no exato momento em que fui tentar fotografar aquela plaquinha da Voz de São João e não mais tê-la encontrado.  Sinceramente, tinha a impressão de que ainda permanecia numa parede ao lado de onde sempre existiu, ou seja, que continuava afixada no antigo prédio da Papelaria Moderna.  Um verdadeiro patrimônio cultural, a indicar o lugar conhecido por todos nós, como A PEDRA DA TIPOGRAFIA (Mural da Voz de São João). Por sinal, patrimônio cultural este que, por muitas décadas, veio a fazer parte do cotidiano sanjoanense e da vida de várias gerações.  

Mas o que teria tudo isso a ver com a PREDA? Presto aí uma singela homenagem a um grande amigo de infância e adolescência, que se chamava Roberto Paula, carinhosamente conhecido por todos nós por Beto Preto. Enquanto criança, era desta forma que ele se referia ao local, sendo que teria sido justamente uma dessas referências que ficaria gravada para sempre em minha memória.

Foi quando, num belo dia em que estávamos brincando de descer o morro da Matriz de carrinho de rolimã, ele, todo entusiasmado, chegou dizendo que havia visto um papel na PREDA DA TIPOGRAFIA e que o tal papel dizia que iria chegar um circo na cidade. Se realmente chegou o tal circo, confesso não me lembrar, mas sua frase, com certeza, se eternizou em meu inconsciente.

Mas, voltando à PREDA, digo à PEDRA DA TIPOGRAFIA, ideia genial criada pela família Rocha ainda no início do século, acredito que não haverá uma santa pessoa na cidade que não se recorda de alguma nota marcante ou mesmo convites sociais como esse do panfleto acima, que ali um dia teria sido afixado. Muitos anúncios bons, outros até ruins, como aqueles que vinham escritos nos famosos panfletos de falecimento. No meu caso, ficou marcado uma bela homenagem a John Lennon, deixada pelo nosso saudoso amigo Paulinho Cri-Cri.

Mas todos eles de imensurável utilidade pública, principalmente numa época em que a tecnologia das comunicações, se comparada aos dias atuais, ainda engatinhava, deixando as notícias bem mais distantes.


Interessante que, mesmo ainda hoje, ao passar pelo calçadão, muitos de nós, talvez de forma inconsciente, não deixamos de dar uma olhadinha básica para aquele local. Somente depois constatamos que, infelizmente, não mais existe uma PEDRA no caminho, e que, no caminho, não mais existe uma PEDRA.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL