quarta-feira, 16 de setembro de 2015

CUTUCADA FATAL DO SÔBI


Semanas atrás, ao observar a imagem dessas relíquias de carteiras, numa postagem de nossa amiga Delma Oliveira, não tive como deixar de lembrar um causo pitoresco, que aconteceu naqueles bons tempos de ginásio. E a coisa teria transcorrido mais ou menos assim:

Era inicio da década de setenta e eu, no terceiro ano ginasial, fazia parte de uma pequena sala. Além de reduzida no número de alunos, era também pequenina em seu espaço físico. Por sinal, uma turminha fantástica e que muito me marcou, pois, além de ser uma classe bem agitadinha e quase na sua totalidade ecologicamente incorreta, era muito divertida.

Mas,era justamente em função desse perfil que, vez ou outra, a coisa também ficava “braba” pro nosso lado.

Já havia carteiras mais modernas do ginásio, inclusive aquelas individuais, mas nossa salinha ainda permanecia com as mais antigas. Foi quando, certa vez, juntamente com meu inseparável parceiro de assento (só não direi que era o Lelé Bellini), descobri que alguns parafusos meio frouxos começavam a aparecer naquela em que sentávamos. Aí, um olha pra um e o um olha pra outro e resolvemos, repentinamente, no intervalo entre uma aula e outra, fazer o óbvio, ou seja, fazer o desmonte da referida carteira. O desafio seria desmontá-la e remontá-la em tempo hábil e, se possível, retirando todos os parafusos.

Já próximo de começar a aula seguinte, que, coincidentemente, era de geografia com nosso eterno e saudoso mestre Sôbi, praticamente já havíamos retirado quase todos, inclusive aqueles que compunham e davam sustentação à parte dianteira da carteira. Nossa intenção seria de reparafusá-la ainda antes que o mestre entrasse

Mas, qual não teria sido nossa surpresa quando, assim do nada, ele adentra pela sala um pouco mais cedo?  Na tentativa de despistar, não tivemos outra alternativa a não ser a de apoiar o tampo com as coxas e ficar segurando as laterais com as mãos. Do contrário, ela desarmaria toda.

Enquanto o suor começava a escorrer pela testa, para piorar ainda mais a situação, o mestre, num daqueles dias de muito humor, começou a percorrer e a brincar de fazer cócegas em seus anjinhos. Vez ou outra, ele gostava de fazer isso, pois se divertia muito. A brincadeira consistia em chegar sorrateiramente por detrás de algum aluno e, numa súbita cutucada próxima às axilas, fazê-lo, no susto, dar aquele salto.

E meu suor aumentava mais e mais, pois, cosquento assumido, sabia que chegar minha vez seria questão de minutos.

E num deu outra, quando, após uma bela cutucada debaixo do braço direito, me vi diante de um pinote de quase meio metro, largar as laterais e ainda no reflexo chutar o tampão pro alto. E a carteira, literalmente, desabrochou-se, espalhando toda pelo chão. Quando demos por nós, estávamos simplesmente sentados no banco e sem a parte frontal da carteira. E o que é pior, diante do Sôbi!

Pra nosso espanto, o mestre, simplesmente, caiu em gargalhadas. Confesso que nunca o havia visto rir tanto. Com certeza, imaginou que teríamos sido apenas vitima da brincadeira ou de uma carteira que, possivelmente, já deveria estar precisando de uma boa reforma.

Recolocamos os parafusos imediatamente no lugar, pois, na aula seguinte, haveria prova, e aqueles buracos dos tinteiros eram fundamentais pra que pudéssemos ter visão das colinhas, que ficavam estrategicamente apoiadas sobre nossos joelhos.

Acabei de me lembrar de nosso inusitado CLUBE DE LEITURAS. Contarei na próxima semana!

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Facebook da Delma Oliveira 

4 comentários:

  1. kkkkkkkkkkk muito boa Serjão. Também já DANCEI várias vezes com as pegadas , cutucadas e FERRADAS rsrsrsr do TEMÍVEL Sô Ubi . kkkkkkkkkkk
    Mazola

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  2. As tiradas do Sôbi eram hilárias. Pessoa que jamais esqueceremos, dizem que ninguém é insubstituível,
    porém igual ao Sôbi vai ser difícil ...

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  3. Quantas travessuras no escondidinho! Se Sô Tuninho e D. Venina soubessem... Serginho é um santinho diziam eles! Edna

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BRIGADU, GENTE!

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