Semanas
atrás, ao observar a imagem dessas relíquias de carteiras, numa postagem de
nossa amiga Delma Oliveira, não tive como deixar de lembrar um causo pitoresco,
que aconteceu naqueles bons tempos de ginásio. E a coisa teria transcorrido mais
ou menos assim:
Era
inicio da década de setenta e eu, no terceiro ano ginasial, fazia parte de uma
pequena sala. Além de reduzida no número de alunos, era também pequenina em seu
espaço físico. Por sinal, uma turminha fantástica e que muito me marcou, pois,
além de ser uma classe bem agitadinha e quase na sua totalidade ecologicamente
incorreta, era muito divertida.
Mas,era
justamente em função desse perfil que, vez ou outra, a coisa também ficava “braba”
pro nosso lado.
Já havia carteiras
mais modernas do ginásio, inclusive aquelas individuais, mas nossa salinha
ainda permanecia com as mais antigas. Foi quando, certa vez, juntamente com meu
inseparável parceiro de assento (só não direi que era o Lelé Bellini), descobri
que alguns parafusos meio frouxos começavam a aparecer naquela em que sentávamos.
Aí, um olha pra um e o um olha pra outro e resolvemos, repentinamente, no
intervalo entre uma aula e outra, fazer o óbvio, ou seja, fazer o desmonte da
referida carteira. O desafio seria desmontá-la e remontá-la em tempo hábil e,
se possível, retirando todos os parafusos.
Já próximo
de começar a aula seguinte, que, coincidentemente, era de geografia com nosso
eterno e saudoso mestre Sôbi, praticamente já havíamos retirado quase todos, inclusive
aqueles que compunham e davam sustentação à parte dianteira da carteira. Nossa
intenção seria de reparafusá-la ainda antes que o mestre entrasse
Mas, qual
não teria sido nossa surpresa quando, assim do nada, ele adentra pela sala um
pouco mais cedo? Na tentativa de
despistar, não tivemos outra alternativa a não ser a de apoiar o tampo com as
coxas e ficar segurando as laterais com as mãos. Do contrário, ela desarmaria
toda.
Enquanto
o suor começava a escorrer pela testa, para piorar ainda mais a situação, o
mestre, num daqueles dias de muito humor, começou a percorrer e a brincar de
fazer cócegas em seus anjinhos. Vez ou outra, ele gostava de fazer isso, pois
se divertia muito. A brincadeira consistia em chegar sorrateiramente por detrás
de algum aluno e, numa súbita cutucada próxima às axilas, fazê-lo, no susto, dar
aquele salto.
E meu
suor aumentava mais e mais, pois, cosquento assumido, sabia que chegar minha
vez seria questão de minutos.
E num deu
outra, quando, após uma bela cutucada debaixo do braço direito, me vi diante de
um pinote de quase meio metro, largar as laterais e ainda no reflexo chutar o
tampão pro alto. E a carteira, literalmente, desabrochou-se, espalhando toda pelo
chão. Quando demos por nós, estávamos simplesmente sentados no banco e sem a
parte frontal da carteira. E o que é pior, diante do Sôbi!
Pra nosso
espanto, o mestre, simplesmente, caiu em gargalhadas. Confesso que nunca o havia
visto rir tanto. Com certeza, imaginou que teríamos sido apenas vitima da
brincadeira ou de uma carteira que, possivelmente, já deveria estar precisando
de uma boa reforma.
Recolocamos
os parafusos imediatamente no lugar, pois, na aula seguinte, haveria prova, e aqueles
buracos dos tinteiros eram fundamentais pra que pudéssemos ter visão das
colinhas, que ficavam estrategicamente apoiadas sobre nossos joelhos.
Acabei de
me lembrar de nosso inusitado CLUBE DE LEITURAS. Contarei na próxima semana!
Crônica:
Serjão Missiaggia
Foto : Facebook da Delma Oliveira
kkkkkkkkkkk muito boa Serjão. Também já DANCEI várias vezes com as pegadas , cutucadas e FERRADAS rsrsrsr do TEMÍVEL Sô Ubi . kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMazola
As tiradas do Sôbi eram hilárias. Pessoa que jamais esqueceremos, dizem que ninguém é insubstituível,
ResponderExcluirporém igual ao Sôbi vai ser difícil ...
Quantas travessuras no escondidinho! Se Sô Tuninho e D. Venina soubessem... Serginho é um santinho diziam eles! Edna
ResponderExcluirUma escola de 'artes'...
ResponderExcluir