quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

FAZENDO ARTE&FATO - Explosão Municipal 2 e 3


Então, atendendo a algumas centenas de dois pedidos, tentarei em resumo narrar como ocorreram as outras duas detonações.
                                                                               
Na segunda versão, poucos fatos aconteceram, sendo que um deles foi quando, já bem tarde da noite e sob os focos das luzes numa mesa da oficina, finalizávamos a segunda bomba. Repentinamente, dois PMs apontaram o rosto na porta e perguntaram em tom de brincadeira:
- Professor Pardal! O que vocês estão inventando aí?!
- É uma bomba! – respondeu Silvio Heleno, com toda naturalidade.
Para nossa surpresa, disseram OK e foram embora. Saíram dando boas gargalhadas, pois jamais poderiam imaginar que a segunda bomba estava logo ali, debaixo de seus narizes.

Essa segunda versão teve a mesma potência que a primeira, sendo que apenas algumas modificações foram feitas para adaptar o artefato ao meio líquido. Fizemos uma embalagem especial que a tornaria protegida da água, e assim poderíamos colocá-la no fundo de um tanque qualquer, no caso o lavador do Sr. Anjinho... é claro! Esse teste foi um verdadeiro êxito, pois, além de provocar algumas rachaduras no tanque, elevou água a mais de 5 metros de altura.

Já na terceira versão, chamada de Efeito Quarteirão, empregamos toda tecnologia, experiência e conhecimentos adquiridos anteriormente. Numa potência de 36 melodias, enquanto íamos fazendo sua montagem, escolhíamos, criteriosamente, o lugar da detonação. Ficou decidido, mais uma vez, que o local seria nos fundos do terreiro da casa de Suveleno, pois sigilo e segurança, nessas horas, seriam fundamentais. Nosso convidado especial, como não poderia deixar de ser, foi nada mais nada menos que nosso saudoso amigo e guru, Moacir Ângelo Ferreira, mais conhecido como GODELO, que prontamente se fez presente para apadrinhar a XB3/4 versão 03 Mod. APF 220 (Ativação por filamentos 220 v).

Assim, após posicioná-la nos fundos do barracão, começamos então a tão esperada contagem regressiva. Esta contagem acabou interrompida quando ainda faltavam 08 segundos. O motivo que nos levou a abortá-la foi a perigosa distância que o Godelo insistia em manter-se da bomba. Queria porque queria ficar em pé a pouco mais de 10m do local da detonação. Depois de muito resistir, alegando sempre que a explosão não seria aquilo tudo que imaginávamos, resolveu enfim se esconder atrás de um velho tambor. Renatinho, não menos louco, foi depressa ficar em seu lugar.

Reiniciando então a contagem regressiva, conseguimos afinal fazer a tão esperada detonação. CRUIS CREDO!!! Nunca havia visto coisa igual na minha vida. Simplesmente subiu uma labareda de fogo quase na altura do barracão. Reza a lenda que a explosão foi tão grande, que o Sôbi, os alunos, professores e serventes conseguiram escutar lá do ginásio. Segundo o Betto Vampiro, alguém no colégio, naquele momento, chegou à janela e gritou:
- Só pode ser coisa do Silvio Heleno com o pessoal do Pitomba!!! (E num é que era!).

Naquele piso duro e compactado do terreiro, foi feito uma cratera de quase 20 cm. O mais interessante, e que muito chamou nossa atenção, foi quando, segundos após a explosão, ainda ficamos escutando os ruídos de fragmentos da XB3/4 VERSÃO 03 caindo no telhado. Naquele momento, quando havíamos até esquecido do Godelo, eis que, de repente, surge ele apavorado, de trás do tambor, dizendo:
- CRIATURA, SE EU SOUBESSE QUE ESSE TREM FOSSE ASSIM, EU NEM TERIA VINDO AQUI! E mais que depressa, foi saindo sorrateiramente do local.

Como se não bastasse, no meio do caminho, ainda foi interceptado por uma senhora que vinha descendo o morro. Extremamente assustada, perguntou-lhe se acaso não teria ficado sabendo de uma bomba que haviam detonado no posto de gasolina. Fazendo-se de desentendido, e sem responder uma única palavra, foi rapidinho entrando em casa.  

Segundo consta, moradores e até mesmo alguns funcionários do Banco do Brasil, que na época funcionava na Avenida Zeca Henriques, saíram assustados para a rua, pois achavam que poderia estar havendo um desabamento do prédio.

Enfim... Entre mortos e feridos todos se salvaram, enquanto que, por longos e longos meses, ainda se escutariam pelas esquinas da cidade, comentários de mais uma das conhecidas façanhas pitombenses. 

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor    

Um comentário:

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL