Alguém
se lembra aí da palavra “factoide”? Ela
era muito empregada nas eleições antigas, e significa: uma imbecilidade que, de
tanto ser repetida, acaba sendo considerada uma verdade inquestionável.
Assim
ocorreu, por exemplo, com o casamento da atriz Grazy Massafera, que SÓ acabou
porque o marido dela teve um caso (com certeza) com uma outra atriz colega de
ambos. Esse factoide, embora nunca
provado ou documentado, foi capa de revista, e mais: quando a atriz, suposto
caso do marido da Grazy, sofreu um acidente e fraturou uma vértebra, todo mundo
tinha certeza (absoluta) que foi castigo de Deus por ela ter destruído um
casamento.
Outro
factoide está mobilizando o país: o legado de Eduardo Campos que, simplesmente,
está virando o cenário eleitoral de cabeça pra baixo. Quem foi Eduardo Campos? Lendo o Google, eu sei, mas, francamente,
nunca tinha ouvido falar dessa pessoa.
De repente, o cara morre e, porque não podemos por a perder o legado
(qual?) do ex-governador, decidimos todos votar na Marina Silva que, por si só,
merece a votação pelas suas convicções, mas, para cumprir o “legado de campos”,
me ajudem aí né.
Finalmente,
um factoide perigoso: a torcedora do Grêmio que xingou o goleiro Aranha de “macaco”. Ela foi, realmente, de uma infelicidade
extrema: preconceituosa, racista, sem-educação e burra. Foi expulsa pelo Grêmio, deve ser processada,
julgada e punida NA FORMA DA LEI. Mas aí
é que a coisa pega: estão organizando idas à casa da moça para depredar,
agredir; enfim, dar uma “lição” nela. E
sabemos muito bem que, quando uma multidão resolve dar uma lição em alguém, não
há como controlar a violência. Achamos
errado ser racista, mas dar umas porradas na preconceituosa até que vai bem.
E assim
vamos nós, pelo Facebook afora, julgando, condenando, mostrando o quanto
sabemos sobre o (mau) caráter dos outros quando comparado ao nosso (ótimo!). E,
só pra terminar rimando, o que diria Freud?
Factoide é coisa de debiloide.
Crônica:
Jorge Marin
Foto : CachorroGato, disponível em: http://www.cachorrogato.com.br/noticias/macaco-aranha-de-cara-branca/ .
Ter opinião é algo fácil e rápido.
ResponderExcluirTer opinião baseada em informações e ponderações é outra coisa!
Na nossa atual época digital, com informação virtual, a velocidade das opiniões e atitudes está rápida demais, permitindo desacertos dos mais diversos.
Como diziam "os antigos": "um pouco de calma e canja de galinha não faz mal a ninguém"!
Assim como os bolos, vamos deixar as ideias descansarem um tempo para somente depois levá-las ao fogo e oferecermos para os outros.